Nova Africa Twin em teste

Há 30 anos era apresentada a Honda Africa Twin, uma moto que faz sonhar os viajantes com as premissas de conforto e aventureira e que este ano se vê reforçada com a versão Adventure Sports

por: Pedro Ochôa

Há 30 anos era apresentada a Honda Africa Twin, uma moto que fazia sonhar os viajantes com a premissa de uma viagem confortável e aventureira. Descontinuada em 2003 continuou a ser uma moto muito desejada por todos e, em 2016, a Honda apresentou ao mundo a nova cara da Africa Twin, a CRF1000L Africa Twin! Hoje, dois anos depois do renascimento do modelo, a marca nipónica ouviu os seus clientes e aprimorou ainda mais a sua dual sports, agora na versão Adventure Sports. Ao primeiro olhar a Africa Twin cresceu, está mais alta e mais larga. O esquema de cores tricolor, característico do modelo e única decoração disponível na versão Adventure Sports, recebeu um azul mais claro e os pormenores como a proteção de cárter, os ferros de proteção superiores ou o vidro mais alto, mostram que estamos perante uma moto que não se nega a nada.

AFRICA TWIN COM MAIOR ALCANCE

O depósito de combustível leva agora 24,2 litros, o que lhe confere uma autonomia teórica superior a 500 quilómetros. As suspensões foram totalmente revistas, com um extenso trabalho de desenvolvimento sobre a capacidade de absorção das mesmas e cresceram 22mm na frente e 20mm na mola traseira, o que garante uma altura ao solo de 270mm, um aumento de 20mm em relação à versão standard. O assento também ficou mais alto, estando agora nos 920mm do solo, regulável para uma posição de 900mm em segundos. Este novo banco é agora menos cavado em relação ao banco do passageiro, permitindo uma melhor liberdade de movimentos. Este crescimento físico, acompanhado de uma nova posição do guiador mais alto e recuado, confere uma perfeita ergonomia para rodar em pé. Os pisa-pés também estão mais largos, equipados com borrachas amovíveis, e por isso mais confortáveis nas longas tiradas estradistas ou por caminhos mais alternativos.

  FICHA TÉCNICA

MOTOR E TRANSMISSÃO

Tipo Dois cilindros paralelos, cambota a 270°, refrigeração por líquido, 4 tempos e 4 válvulas por cilindro
Cilindrada 998 cc
Diâmetro/Curso 92,0 x 75,1mm
Potência máxima 95CV/7.500 rpm
Binário máximo 99 Nm/6.000 rpm
Alimentação Injecção, com comando electrónico
Transmissão Final Corrente
Escape Sistema de escape 2 em 2 de dupla capa inoxidável polido com escapes em aço inoxidável polido.
Embraiagem MT Multidisco, banho de óleo, deslizante
Embraiagem DCT Multidisco em banho de óleo
Caixa de velocidades Engrenagem constante, 6 velocidades manual/6 velocidades DCT, com modos de condução em estrada e em fora-de-estrada

CICLÍSTICA

Quadro Quadro semi-duplo berço em aço, com sub-quadro traseiro em aço
Braço oscilante Braço oscilante monobloco, em alumínio fundido
Roda dianteira Jante de alumínio com raios, 21″ x 2,15
Roda traseira Jante de alumínio com raios, 18″ x 4,00
Pneu dianteiro 90/90-21 com câmara-de-ar
Pneu traseiro 150/70-18 com câmara-de-ar
Suspensão dianteira Forquilha telescópica invertida Showa de 45 mm, tipo cartucho, com ajuste de pré-carga em extensão e compressão, curso de 230mm.
Suspensão traseira Monoamortecedor traseiro com reservatório de gás separado, possibilidade de ajuste em extensão e compressão, 220 mm de curso de eixo
Travão dianteiro Dois discos flutuantes de 310 mm, pinça radial de 4 pistões, ABS
Travão traseiro Disco de 256 mm, pinça de pistão simples, ABS desligável

PESO E DIMENSÕES

Largura do guiador 930 mm
Altura 1570 mm
Altura do assento 900/920 mm
Distância entre eixos 1570 mm
Inclinação 27,5º
Avanço 115 mm
Peso em ordem de marcha 243 kg(ABS)/253 kg(DCT)
Capacidade do depósito 24,2 l

MAIS E MELHOR EQUIPAMENTO

O painel de instrumentos redesenhados e passam a incluir apenas um ecrã que permite uma leitura fácil e rápida em pé ou sentado, esta configuração, sem moldura inferior, evita a acumulação de pó nos caminhos menos estradistas. Passa a estar disponível no painel de instrumentos o mapa de potência selecionado, e o nível de combustível ganhou mais 2 barras, permitindo uma melhor leitura da quantidade de carburante ainda disponível. O equipamento de série incluí agora os punhos aquecidos e a tomada de 12 volts. Infelizmente a Honda não contemplou a opção de cruise control ou sistema de chave inteligente para a Africa Twin. Ao rodar a chave, e pressionar o botão que inicia este dois cilindros, notamos uma nota de escape diferente. A panela final foi redesenhada, passando de três para duas câmaras e diminuindo o seu volume interior em cerca de 20%. A par com uma pequena alteração na caixa do filtro de ar, e um novo eixo de balanceamento, este bloco mil continua o mesmo de sempre. Um motor redondo, com potência disponível de uma forma linear e capaz de nos empurrar até ao fim do mundo.

A nova Africa Twin Adventure Sport ganhou as qualidades que os clientes reclamavam, sabe quais

PRESTES A CHEGAR AO MERCADO

Novidade são os mapas de condução que permitem mudar rapidamente alguns parâmetros como o modo como a potência nos é disponibilizada, o efeito travão motor ou o nível do controlo de tração. Predefinidos existem os modos Tour, Urban e Gravel, existindo ainda o modo User que poderá ser configurado ao gosto do utilizador. O controlo de tração agora conta com 7 níveis e, por mérito do novo acelerador “throttle by wire”, é muito menos brusco na sua atuação, sendo muitas vezes impercetível o seu trabalho se não for a luz laranja a piscar nos manómetros. A Africa Twin Adventure Sports está disponível com a famosa caixa DCT ou caixa manual e deverá chegar ao nosso mercado ainda no mês de fevereiro. Os preços começam um pouco abaixo dos 15000€.