É em Loures que atualmente podemos encontrar o espaço da Apex Store, uma empresa fundada por Pedro Cardoso, dedicada ao comércio de automóveis e motos, mas cada vez mais ligada ao mundo das duas rodas.
A comemorar o seu 5º aniversário e com uma cada vez mais notória presença nas plataformas online, a Apex Store tem vindo a tornar-se numa marca de destaque no comércio de motos. E não falamos apenas do ponto de vista das vendas, mas também no que à competição diz respeito.
Sob a direção de Pedro Cardoso, um apaixonado por motos “Desde que me lembro”, como faz questão de realçar, a empresa passou de um espaço inicial de apenas 180 m2 para uma loja nova, ampla, agora com 1400 m2 de área, e onde a gama CFMoto está em grande destaque.
Aliás, foi no momento em que se mudaram para a nova loja em Loures que a marca que integra as representações do grupo Multimoto contactou Pedro Cardoso de forma a que a Apex Store pudesse tornar-se num concessionário autorizado na região de Lisboa.

Foi um passo decisivo no crescimento da empresa a vários níveis.
Com o foco no comércio de motos novas, os clientes encontram atualmente em exposição a completa gama de modelos da CFMoto. Por outro lado, a Apex Store disponibiliza 80% da gama de duas rodas da marca para a realização de test rides, um esforço que não passa despercebido aos motociclistas, que ali se deslocam frequentemente para fazer os habituais testes às mais recentes novidades da CFMoto antes de confirmar a sua escolha para a aquisição da nova moto.
Desde as trail MT, passando pelas naked NK, sem esquecer as desportivas SR-R, neste concessionário às portas de Lisboa é possível marcar um test ride – pode usar o email geral@apexstore.pt para fazer a sua reserva.
Sempre muito ligado ao contexto das concessões, Pedro Cardoso tem vindo a fazer também uma aposta por colocar a Apex Store nas melhores competições de motociclismo. Basta referir que as cores da empresa estão nos fatos e equipamentos de pilotos portugueses em destaque em algumas das maiores competições internacionais como são os casos de Pedro Nuno (Team Bolliger Switzerland #8 do Mundial de Resistência FIM), ou ainda de Madalena Simões (FB Racing do Mundial Feminino WCR).
Aproveitando o evento de celebração do 5º Aniversário da Apex Store, culminado com dois dias de ‘test rides’ à gama CFMoto, muita animação e surpresas para os clientes, falámos precisamente com Pedro Cardoso para conhecer um pouco mais da história da empresa e o que reserva o futuro. Um projeto ‘360 graus’, se assim o podemos definir, que incluirá também a formação.

Quem é o Pedro Cardoso? Como surgiu a paixão pelas motos e qual foi o caminho que fizeste até gerir a Apex Store?
Pedro Cardoso – Sou um apaixonado por motos desde que me lembro. Desde criança, era comum ver-me em cima de motos — há inúmeras fotografias que documentam isso — porque desde muito cedo senti uma ligação especial a este universo. Essa paixão acabou por acompanhar-me até à vida adulta e, naturalmente, influenciou o meu percurso profissional.
Iniciei a minha carreira com um estágio num concessionário oficial no interior do país. Foi aí que dei os primeiros passos e, a partir daí, fui evoluindo. Ao longo do caminho tive também a oportunidade de trabalhar durante alguns anos no setor automóvel, onde aprofundei conhecimentos e cresci profissionalmente.
Sempre estive ligado ao contexto das concessões, o que me permitiu adquirir uma visão muito concreta sobre os processos, os padrões de qualidade e a forma de estar neste setor. Isso foi fundamental para moldar a minha abordagem profissional e a exigência com que encaro cada desafio.
Nos últimos anos, antes de fundar a Apex, já vinha a preparar este projeto. Cheguei a um momento-chave da minha vida em que percebi que estava na hora de dar o passo seguinte. O meu filho tinha acabado de nascer, em pleno confinamento, e, apesar de todas as condicionantes, decidi avançar. Acredito profundamente em mim e nas minhas capacidades — e não é qualquer obstáculo que me demove. Assim nasceu a Apex, precisamente num momento em que tudo parecia dizer que não.
Hoje, cinco anos depois, posso afirmar com orgulho que a nossa casa cresceu de forma sólida e sustentável. E digo “nossa” porque este percurso não seria possível sem o contributo da minha equipa e de todos os que por cá passaram. A todos, deixo o meu agradecimento.
A Apex representa uma dedicação total da minha parte, é, sem dúvida, o meu segundo filho. E tudo aquilo que fazemos, nomeadamente na venda de motos e automóveis, novos e seminovos, é feito com um propósito claro: transportar essa paixão para a vida dos nossos clientes, com profissionalismo, autenticidade e compromisso.

A tua ligação às motos é apenas pelo negócio ou na tua vida pessoal também tens essa ligação?
Pedro Cardoso – A ligação às motos vai muito além do negócio. Diria, com toda a convicção, que a minha ligação às motos não se resume ao aspeto profissional — é, acima de tudo, algo profundamente pessoal. Se olharmos estritamente para os números do setor em Portugal, percebemos que, quando divididos entre os vários concessionários, dificilmente são considerados atrativos ou sustentáveis por si só. Ou seja, se fosse apenas pelo negócio, muito provavelmente dedicar-me-ia exclusivamente aos automóveis, que são, naturalmente, mais rentáveis.
Mas com as motos é diferente. As motos são uma paixão, uma extensão da minha vida. E essa paixão acaba por se refletir em tudo o que fazemos na Apex, mesmo quando isso significa trabalhar em segmentos mais exigentes ou menos lucrativos.
Ao longo do tempo, desenvolvi também uma visão muito própria sobre o mercado nacional e aquilo que precisa de mudar. Durante demasiado tempo, viveu-se uma cultura de desvalorização da mão-de-obra especializada. Isso, felizmente, começa a mudar, mas ainda é um desafio real. A escassez de técnicos qualificados, a falta de investimento em formação e a estagnação salarial são reflexo de um problema estrutural. Portugal continua a ter uma das mãos-de-obra mais baratas da Europa, e isso tem consequências diretas na qualidade do serviço prestado, especialmente no pós-venda.
Na Apex, procuramos romper com esse ciclo. Temos uma abordagem diferente no serviço pós-venda: não cobramos por hora de mão-de-obra, mas sim por forfait. Atribuímos um tempo fixo a cada intervenção, e independentemente do tempo real que o técnico demore, o valor para o cliente mantém-se. Este sistema traz mais previsibilidade e transparência para quem nos procura, e os nossos clientes já reconhecem essa diferença.
A nível pessoal, continuo a alimentar esta paixão pelas motos de forma muito direta. Um dos meus projetos mais especiais é o restauro da minha Yamaha R1 de 1998, um verdadeiro ícone da minha adolescência. Já ultrapassou os dois anos de trabalho, mas está prestes a ficar concluído. É um restauro totalmente fiel ao original, com o objetivo de a ter em exposição na loja, como símbolo do que nos move.
Além disso, tenho já alinhados outros projetos: uma Yamaha BWS e uma Honda Hornet de 1999. A ideia é recuperar estas máquinas com um toque moderno, dentro de um conceito que gosto de chamar “Restomod”, uma combinação entre a estética clássica e a tecnologia atual. Ainda assim, no caso específico da R1, optei por manter a autenticidade total, por respeito ao modelo original.
No fundo, tudo isto traduz aquilo que somos na Apex: uma marca feita de paixão, profissionalismo e respeito pela história das duas rodas.

Qual é a história da Apex Store?
Pedro Cardoso – A Apex Store nasceu exatamente há cinco anos, em maio de 2020, em pleno confinamento. Foi um momento desafiante, sem dúvida, mas também marcante. A nossa primeira loja situava-se a cerca de um quilómetro do local onde estamos atualmente. Era um espaço modesto, com apenas 180 m², e com um layout bastante irregular, mas onde, com engenho e esforço, conseguia acomodar até 8 automóveis e cerca de 10 motos, nos melhores dias.
As condições de trabalho, no entanto, eram bastante limitadas. O espaço era tão exíguo que mal conseguíamos circular no interior, o que dificultava enormemente o nosso dia a dia. Ao fim de apenas quatro meses, percebi que seria inevitável dar um salto. E foi isso que fiz. Mudámo-nos para o parque industrial de Frielas, junto ao IKEA, onde permanecemos cerca de três anos.
Foi nesse espaço que a Apex Store mais cresceu. No entanto, os últimos dois anos nessa localização tornaram-se especialmente exigentes. Passávamos literalmente duas horas por dia apenas a arrumar viaturas e motos, para conseguirmos operar. A determinada altura, tive de alargar para mais um armazém para dar resposta à procura e manter a operação funcional. Foi dessa forma que fomos conseguindo sustentar o crescimento e manter o ritmo.
Paralelamente, estive cerca de dois anos à procura de um espaço que nos permitisse dar o salto seguinte. O espaço atual, embora ainda não reúna todas as condições ideais, representa uma evolução muito significativa. Dispomos agora de 1400 m², o que nos permite apresentar os nossos veículos de forma mais cuidada, com espaço suficiente para que os clientes possam circular livremente, observar os produtos com detalhe e viver uma verdadeira experiência de loja e não apenas um armazém com viaturas.
Quais os serviços que estão disponíveis na Apex Store para além da venda de motos?
Pedro Cardoso – Possuímos a Boutique com os acessórios essenciais para o motociclista, consultoria de crédito, consultoria para aquisição de viaturas, assistência pós-venda CFMoto e naturalmente a venda de automóveis seminovos.

Desde início focaste a atividade da empresa nas motos e automóveis ou num determinado momento é que optaste por combinar as duas com as quatro rodas?
Pedro Cardoso – No início da atividade optei por direcionar-me sobretudo para o setor automóvel. Foi uma decisão estratégica, pensada com base na rentabilidade e no crescimento sustentado do negócio. Nessa fase, os automóveis representavam claramente o segmento mais viável do ponto de vista comercial, e por isso concentrei aí os meus esforços.
De forma gradual, comecei a introduzir motos no nosso stock. Primeiro algumas unidades novas, depois também algumas seminovas. Esta inclusão foi, aliás, bastante natural, tendo em conta que já dispunha de uma carteira significativa de clientes à procura de motos novas e usadas. Acabei por utilizar essa procura como um reforço do negócio principal, o que nos permitiu crescer de forma equilibrada entre os dois segmentos.
Há cerca de um ano, surgiu o convite por parte dos responsáveis da CFMoto para abraçar um novo desafio: representar oficialmente a marca. É um projeto do qual me orgulho bastante, não apenas pelo que representa em termos comerciais, mas sobretudo pela forma como tem sido desenvolvido.
Sinto, desde o início, que trabalho com uma marca que ouve as nossas sugestões, valoriza o feedback dos concessionários e está genuinamente empenhada em apoiar o crescimento, tanto da própria rede como do nosso projeto em particular. Essa proximidade, esse espírito de colaboração, tem sido determinante para um crescimento sustentável e alinhado com os valores da Apex Store.

Tens motos para test ride? Quais?
Pedro Cardoso – De momento possuo 80% de toda a gama de 2 rodas para test ride da CFMoto, é um esforço financeiro que fazemos, para dar a conhecer uma marca que se está a implantar no nosso mercado com muita solidez e os frutos estão à vista de todos, 4º lugar constante no top de vendas em Portugal. Só posso ser grato por este desempenho e confiança que nos atribuem.
E assistência especializada também está disponível?
Pedro Cardoso – Sim e acabo por também manter um controlo apertado dessa mesma assistência, que é uma das minhas outras paixões, a mecânica.
Mas também tens outras marcas na Apex Store, certo?
Pedro Cardoso – Sim, acabo sempre por ter Honda e Yamaha, um ou outro modelo que mais gosto, a minha marca de “coração” sempre foi e será a Yamaha, espero um dia ter as condições reunidas, seja em recursos humanos, seja em infraestrutura, que também estou a preparar esse tema, da construção do nosso próximo edifício, algo que ainda demorará mais do que gostaria que fosse, para poder tornar atrativo à marca deter a concessão.
O mundo da competição sempre esteve ligado à Apex Store. Mas este ano têm uma forte presença nos mundiais, com o Pedro Nuno e a Madalena Simões. O que levou a patrocinar estes pilotos?
Pedro Cardoso – No passado, eu tive um acidente, que me causou a reconstrução de vários elementos da minha perna esquerda, o que fez com que eu tivesse novamente de aprender a caminhar, curiosamente conheci o Pedro pouco depois desse ‘episódio’, a recuperar também ele do seu acidente, que foi muito mais grave até que o meu, mas felizmente graças à sua garra, ultrapassou com sucesso, acompanhei todo o seu sofrimento e dedicação e identifico-me muito com os valores não só da família dele, como dele próprio. Identifico-me com pessoas que lutam e singram a pulso. Embora o nosso mercado não me permita apoiá-lo tanto quanto gostaria, caso contrário eu dar-lhe-ia todas as condições para lutar pela liderança do FIM EWC.
Relativamente à Madalena, lembro-me de a ver treinar com uma IMR 90 em Sintra e de ela ter uma garra pouco comum para uma rapariga no ramo, só estava habituado a ver este tipo de garra, no país vizinho, onde as raparigas pilotam de forma surreal. Com o tempo fomo-nos conhecendo e inclusive já lhe comprei a R3 com que participou no Campeonato de SS300, para tornar minha moto de treinos. Gosto da garra dela e somos amigos. Espero que este ano, no Campeonato Mundial, ela consiga atrair as atenções que deseja, para evoluir e chegar aos patamares das referências que ela tem como Pilotos Femininas.
Estão abertos a patrocinar mais pilotos e a expandir a presença da Apex Store noutros campeonatos de motos?
Pedro Cardoso – Infelizmente, para o ano que vem, vamos novamente restruturar, no sentido de podermos evoluir a nossa ‘casa’, o que irá trazer um conter de custos, no sentido de melhorar todos os nossos procedimentos, aumentar ainda mais a rapidez de procedimentos e qualidade global, para tornar o nosso modelo de negócio mais rentável, de forma a podermos integrar mais pessoas na nossa equipa e subirmos o patamar.

No momento em que celebram o aniversário, quais são os vossos planos para o futuro?
Pedro Cardoso – Atualmente, estamos a desenvolver um conjunto de iniciativas estruturantes no seio da Apex Store, com o objetivo de consolidar e fortalecer a nossa operação a médio e longo prazo. Um dos projetos em curso é o desenvolvimento de um CRM próprio, especificamente desenhado à medida das nossas necessidades, que nos permitirá automatizar e integrar processos internos, reduzindo o tempo de execução em cerca de 85%. Esta ferramenta será determinante para aumentar a eficiência operacional e a qualidade do serviço ao cliente.
Paralelamente, estamos a avançar com o projeto de construção de um edifício próprio, que nos permitirá concentrar todas as nossas valências — quer na área dos automóveis, quer na área das motos — num único espaço. Este passo representa uma evolução significativa na nossa independência operacional, reduzindo a dependência de fatores externos e reforçando a nossa capacidade de resposta.
Num plano mais ambicioso, mas igualmente estruturante, pretendo, no futuro, criar uma Academia de Formação especializada no setor da mobilidade, inspirada no trabalho notável do Sr. João Casal que numa época onde a inovação era verdadeiramente valorizada conseguiu formar a primeira escola profissional do país. Apesar dos atuais constrangimentos e limitações impostas pelo contexto económico e pelas políticas governamentais, acredito que esta será uma iniciativa fundamental para o desenvolvimento do capital humano no nosso setor.
A formação técnica, prática e teórica, focada nas exigências reais do mercado, é hoje praticamente inexistente. Por isso, defendo que deve ser a iniciativa privada a assumir esse papel, promovendo a criação de técnicos verdadeiramente especializados, valorizados pelas suas competências e preparados para responder aos desafios de um setor em constante evolução.
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