Apresentação AJP SPR 310

A portuguesa AJP dá um novo passo em frente, forte e decidido, no segmento das motos de Enduro de alta competição. As novas SPR, nas versões 250 e 310, são o exemplo completo de onde a marca pretende chegar, oferecendo ao mais purista do todo-o-terreno uma moto completa e muito competitiva.

Texto Rui Marcelo • Fotos AJP Motos

Nova Raça

Estiveram presentes, pela primeira vez ao vivo e a cores, no recente salão de Milão em Novembro último e quem se “cruzou” com elas não pôde ficar indiferente. As novas AJP SPR são a prova de que a marca portuguesa está viva e de plena saúde, e mais do que apenas interessada em mostrar uma nova evolução das bem conhecidas gamas PR 3, PR4 e PR5, decidiu enveredar por um caminho muito ambicioso e promissor.

Com as novas SPR a AJP entra no segmento das motos de Enduro destinadas à competição pura e dura e aos mais exigentes pilotos que gostam de motos de elevado gabarito específico para um superior desempenho dinâmico. No fundo oferecer motos com especificações muito elevadas em termos de potência, capacidade ciclística e fiabilidade. A SPR 310 é dessa nova gama um bom exemplo, numa oferta que quando estiver disponível e em venda nos vários mercados – o que deverá acontecer nesta altura do ano – irá abarcar a versão 250, 310 e 510, quer para Enduro quer Supermotard.

Depois de muitos meses de desenvolvimento e sobretudo muitas horas de banco de ensaio para conseguir o melhor rendimento dos motores utilizados, os antigos Husqvarna, agora construídos pela SWM, mas também que cumpram a norma Euro 5, as motos estão praticamente prontas para entrar em produção. É no motor que se concentram mais atenções, uma vez que contam com várias melhorias internas, novo sistema de escape e injecção. Os periféricos foram também muito trabalhados, desde o sistema de refrigeração, com radiadores maiores e mais eficazes, ao sistema de filtro de ar, de novo um engenhoso e exclusivo componente desenvolvido pela equipa de António Pinto, um dos fundadores da marca. O novo filtro está logo à frente do assento, no habitual local do tampão de gasolina, bastando retirar uma tampa em plástico para se ter acesso ao elemento filtrante que é de fácil limpeza sem recurso a qualquer ferramenta, montado na vertical. Notável!

O depósito volta a ser colocado sob o assento e com acesso por tampão atrás do mesmo. A Acerbis construiu este que serve também de sub-quadro, garantindo-se menos peso e maior rigídez. O quadro em alumínio voltou a ser alterado, surgindo de novo com duas traves laterais, mas de formato revisto, ligada a uma coluna de direcção em aço, tendo sido renovados os pontos de ancoragem ao motor e ao sempre exclusivo braço oscilante em alumínio fundido e trabalhado pela própria marca.

As suspensões são ZF, multi-ajustáveis em ambos os eixos, e com especificações internas para um uso e resistência mais endurista. A travagem promete uma acção soberba, por “culpa” da presença dos conjuntos Brembo. Muitos componentes da ciclística foram ligeirados, e outros reforçados, caso da coluna de direcção e das mesas da suspensão. Juntam-se os muitos pormenores bem enduristas e quase exclusivos, ao gosto dos mais puristas.

As SPR que prometem muito, terão desde logo a versão de entrada com 250 cc, passando depois por esta e depois a mais potente 510R, moto que tem continuamente vindo a ser desenvolvida em competição pelas mãos de Domingos Santos. Preços ainda não se conhecem mas por certo estarão em linha com a concorrência mais directa, aquela que António Pinto e os seus pares sempre ambicionaram em desafiar de igual-para-igual.