Chuva complicou nesta Baja do Portalegre 500

A chuva durante Baja de Portalegre 500 voltou a complicar a vida aos pilotos em prova. António Maio, Luís Fernandes e Gonçalo Guerreiro foram os heróis desta edição.

Este foi “um Portalegre à antiga”, marcado pela chuva, verdadeiramente duro e espetacular, o que motivou os quase 400 concorrentes a uma competitividade e superação, não raras vezes, levadas ao extremo.

No final, vitórias para António Maio, Luís Fernandes e Gonçalo Guerreiro; e destaque para o título da Taça do Mundo FIA de Bajas Cross-Country conquistado por Bianchi Prata (Veteranos/Moto). Uma edição histórica, a 35º Baja Portalegre 500, que, mais uma vez, reforça o seu prestígio e dimensão internacional, enquanto uma das melhores do mundo.

A chuva da noite de sexta-feira foi o condimento que tornou ainda mais desafiante a competição nas pistas alentejanas. “É um Portalegre à antiga”, dizia Luís Fernandes (Yamaha), depois de uma manhã de sábado duríssima nos Quads. O pó foi trocado pelos banhos de lama. Nélson Silva (Team Bianchi Prata Honda), que é praticamente cego da vista esquerda, foi forçado a atirar fora os óculos de proteção para conseguir ter alguma visibilidade, terminando o setor matinal em grandes dificuldades. “Vou continuar!”. Este foi só um dos heróis da 35ª edição da Baja Portalegre 500, a exemplo das mais de duas dezenas de jovens, com idades compreendidas entre os 10 e os 16 anos, que também participaram na prova (Mini Baja).

Sétima vitória de António Maio nas motos  

Nas motos, vitória de António Maio (Yamaha WR450) que, com sete sucessos, torna-se o piloto mais bem-sucedido da Baja Portalegre 500 nas duas rodas.“Sair de Portalegre com uma vitória é sempre bom. Ser o piloto mais vitorioso nas motos era um dos objetivos desta prova e da carreira. Já o perseguia há algum tempo e sabia que acabaria por se concretizar. Foi um final bastante intenso, mas graças à vantagem que ganhei na manhã de hoje (sábado), pude fazer a gestão correta na última parte”, afirmou o piloto.

Gustavo Gaudêncio (Honda CRF450RX) foi o segundo classificado, um resultado que lhe permite manter-se na luta pelo título nacional, enquanto o jovem André Sérgio – recém coroado campeão nacional MX1 – apesar de duas quedas assegurou o derradeiro lugar do pódio, confirmando que há que contar com ele na luta pela vitória das próximas edições. Com boas recuperações durante a segunda etapa, o francês Neels Theric (KTM 450 EXC-F) e Salvador Vargas (Husqvarna FX) fecharam o grupo dos cinco primeiros classificados.

Luís Oliveira (o mais rápido da Especial de Qualificação) e Sebastian Bühler (que dominou o SS2), foram obrigados a desistir na segunda etapa. O português com problemas mecânicos e o luso alemão (vencedor das três últimas edições da Baja Portalegre 500) com danos na moto resultantes de uma queda.

Uma referência, ainda, para a conquista da Taça do Mundo, na categoria de “Veteranos”, por Bianchi Prata, apesar de ter alinhado com duas costelas partidas.

Vitória de Luís Fernandes nos quads

Entre os quads, os dois candidatos ao título protagonizaram um interessante duelo pela vitória da Baja Portalegre 500, mas com Luís Fernandes a impor-se, claramente, a Luís Engeitado (ambos em Yamaha YFZ450R) durante o dia de sábado. O vencedor, que se estreou a vencer na Baja Portalegre 500, afirmou: “É fantástico ter ganho, com este ambiente, público e concorrência e só posso dizer que gostei imenso.”

Flávio Gonçalves (Yamaha 450 YFZ) terminou no derradeiro lugar do pódio, enquanto Filipe Martins (Yamaha YFZ450R) e Cláudio Fernandes (Yamaha YFZ450R) encerraram o grupo dos cinco primeiros.

Gonçalo Guerreiro vence pela primeira vez Baja Portalegre 500 

Entre os espetaculares SSV, Gonçalo Guerreiro (Can Am) foi o quinto vencedor diferente em outras tantas edições em que a categoria tem esse estatuto. À chegada, o piloto de 21 anos não conseguiu conter a emoção, sublinhando entre lágrimas: “Estou muito satisfeito, dei o máximo que podia e agradeço à equipa toda a confiança e apoio.” 

Na segunda posição, com uma desvantagem de apenas 42,2 segundos, Alexandre Pinto (Can Am) pode lamentar-se de um furo que o impediu de um hipotético sucesso. Na estreia nos SSV, Armindo Araújo (Can Am), foi um dos protagonistas da categoria e nem alguns problemas de travões impediram o seis vezes campeão nacional de ralis de assegurar o último lugar do pódio. Ricardo Domingues (Can Am) foi o quarto classificado, precedendo o vencedor da edição do ano passado, João Dias (Can Am).

Vitória de Luís Rodrigues na Categoria Hobby & Promo 

Depois da vitória de Luís Rodrigues na Especial de Qualificação, foi Raúl Carvalho (KTM 350) que impôs a sua lei nos 197,77km do percurso de sábado. Emanuel Léo (Kawasaki KX250F) terminou no lugar intermédio do pódio, com escassos cinco décimos de segundo de vantagem para Gonçalo Leitão (KTM 500 EXC).

Mini Baja: Pequenos em tamanho, grandes em talento 

Com pilotos com idades compreendidas entre os 10 e os 16 anos, a Mini Baja afirmou-se como um concentrado de talento, antecipando a próxima geração de pilotos que darão cartas nas “duas rodas”. E, independentemente do resultado, todos saíram vencedores!

Desportivamente, com 73,5 km e duas especiais disputadas ao cronómetro, Vasco Severino (Yamaha YZF) foi quem mais se destacou, assegurando a vitória por 5m18,1s. O jovem piloto foi também o mais eficiente na Classe “Mini 2” (para pilotos entre os 14 e os 15 anos), provando ser uma das mais talentosas promessas das motos. Na segunda posição terminou Nuno Barros (Yamaha YZ125), à frente de Martinho Pais (Yamaha YZ) e Lourenço Lebre (Yamaha YZ 125), cuja diferença não foi superior a 10,2 segundos.

Na Classe “Mini 1” (reservada a pilotos de 12 e 13 anos), Domingos Cunha (Yamaha YZ 85) liderou de início a fim, fazendo coincidir o triunfo com o quinto lugar absoluto. Já Manuel Rosa (Yamaha YZ 85) e Bárbara Justino Nunes (KTM 85), a única presença feminina na prova, completaram o pódio.

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