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Contacto MV Agusta Dragster 800 RR

A MV Agusta Dragster 800 RR é um dos modelos que melhor espelha os valores da marca de Varese. Uma estética arrebatadora, pormenores de fazer cair o queixo, equipamento de topo, potência de fazer arrepiar e uma ciclística à altura! Bem-vindos ao mundo Fun(tástico) da MV! 

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TEXTO DOMINGOS JANEIRO • FOTOS MOTOJORNAL

Apaixonante

 Foi em 2014 que a MV Agusta apresentou a Dragster. O estilo e a qualidade dos acabamentos foram levados a um extremo que só era possível ver nas versões especiais. Equipamento de topo, dimensões mais contidas e uma vocação não tanto desportiva e mais “streetfighter”. Cedo se mostrou como uma aposta ganha, pela exclusividade que oferece. Uma moto feita de detalhes, mas que sempre nos intrigou sobre o seu funcionamento. Surpresa? Desilusão? Eram essas as nossas principais dúvidas, agora esclarecidas e de forma surpreendente!

Revista

Apresentada ao mercado em 2014, quatro anos depois, em 2018, voltou a ser alvo de revisão, uma revisão profunda com o objectivo, difícil, de tornar a Dragster ainda mais bonita, performante e, acima de tudo, apelativa. Não foi tarefa fácil, mas a carismática marca das margens do Lago Varese voltou a mostrar que sabe o que faz. E bem! Talvez neste caso, o menor dos problemas tenha sido a estética da RR, que era de “babar”, mas ainda assim, o exercício de estilo dos engenheiros da marca permitiram dar nova vida a esta “obra de arte”.

A traseira é totalmente nova, o apoio de alumínio para o para-lamas dianteiro é também novo, tal como os avanços ajustáveis, o amortecedor de direcção ajustável, tampas do painel de instrumentos, protecção do depósito de combustível, também em alumínio, luz traseira de LED, bem como os piscas.

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Assento traseiro a condizer com a ótica e pousa-pés para o passageiro totalmente rebatíveis. Já o motor, mantém-se o três cilindros em linha proveniente da mais recente actualização da Brutale 800 cc, com 798 cc, 140 cv de potência e um binário de 87 Nm às 10 100 rpm, com as devidas alterações para cumprir com a norma Euro4. A colocação do motor foi igualmente revista, contando agora com novos pontos de fixação, aumentando a capacidade de rigidez à torsão. Em termos mecânicos, também há a registar alterações de fundo como o novo veio de equilíbrio, transmissão redesenhada, novo perfil das cames e válvulas igualmente redesenhadas. A caixa de seis velocidades é totalmente nova, estando agora mais leve, rápida, suave e eficaz. O sistema de escape também foi revisto, assim como as tampas do motor que permitem menos ruido mecânico.

No que toca à parte electrónica, a nova Dragster 800 RR vem equipada com o sistema de gestão electrónica MVICS (Motor & Vehicle Integrated Control System) de última geração, desenvolvido pela própria marca italiana. O sistema Ride by Wire foi melhorado para tornar o funcionamento mais fácil. Os algoritmos da ECU e os mapas são novos, especificamente desenvolvidos para este modelo em concreto. A par dos três mapas definidos pela MV, existe um quarto, totalmente personalizável pelo utilizador, que pode alterar parâmetros como a resposta do acelerador, o limitador de rotação, sensibilidade do acelerador e o efeito travão motor. O controlo de tracção apresenta oito níveis de ajuste.

Subida ao estrelato

Aos comandos da Dragster, sentimo-nos autênticas estrelas, pois é impossível passarmos desapercebidos. Somos confrontados, constantemente, com olhares de apreço, mas também com olhares de desdém e até de uma certa inveja. Notam-se! Goste-se ou não se goste, é impossível passar desapercebido com a MV Agusta Dragster 800 RR. E é fácil perceber o porquê! Cada peça, elemento, cada ângulo, cada traço está pensado para suscitar curiosidade, paixão, admiração. E as jantes de raios? Arrebatadoras! Mas o melhor de tudo foi, descobrir que tanto o motor como a ciclística se comportam à altura. Se para muitos esta Dragster vem equipada com detalhes a mais, para a maioria de nós, é uma delícia ao olhar.

Perdemo-nos a descobrir os detalhes e a ver como encaixam todos os elementos, que fazem desta uma das motos mais bonitas da gama italiana. Passo seguinte, subimos para a RR e instalamo-nos aos seus comandos! Postura de condução desportiva, mas não muito extrema, com a possibilidade de regularmos a abertura dos avanços. É uma moto que se nota muito curta, até como indicam os 1380 mm de distância entre eixos, que acaba por beneficiar a agilidade, mas em contraponto, temos o curto raio de viragem da direcção, que requer hábito nas manobras a baixa velocidade.

A geometria da moto está muito bem conseguida e por isso, não cansa, embora tenhamos que ter bem presente de que esta é uma moto mais citadina ou para estilos de condução mais desportivos. A colocação dos retrovisores nas extremidades dos pesos dos punhos primeiro estranha-se, depois entranha-se. Mas para rodar na cidade, por entre o trânsito, somos obrigados a rodar com eles fechados! Facilmente se fecham e abrem, pelo que não representam qualquer problema. Estética, a quanto obrigas! Que o diga o passageiro, que se sente pouco bem-vindo à Dragster, com espaço mínimo, confortável para pequenas ou médias deslocações.

Devido às dimensões contidas, as soluções encontradas nem sempre são tão práticas quanto o desejado, como, por exemplo, os ajustes da forquilha dianteira, que ficam colocados por baixo dos avanços não permitindo ajustes fáceis. No entanto, permite-nos ajustar totalmente as bainhas, assim como a suspensão traseira. A travagem, equipada com dois discos de 320 mm, na frente, com pinças radiais de quatro êmbolos e um disco traseiro de 220 mm com pinça de dois êmbolos, mostra-se muito potente e com bom tacto, principalmente na manete direita. O sistema de ABS mostra-se pouco intrusivo.

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Equipamento

O amortecedor de direcção passa-nos desapercebido mas cumpre com a sua função, com ajuste fácil com apenas uma mão, entre o mais leve e o mais pesado. Como notámos a frente um pouco instável, leve demais, colocámos o amortecedor de direcção um pouco mais pesado e resultou, passámos a ter uma frente mais estável e incisiva. Os comandos são intuitivos e fáceis de usar, com quatro modos selecionáveis, três deles prédefinidos pela MV e um quarto totalmente personalizável pelo utilizador.

O painel, TFT, apresenta praticamente toda a informação que necessitamos, com excepção para os consumos e autonomia, que poderiam substituir o cronómetro e o volta-a-volta! Além de selecionar o modo, podemos ligar ou desligar o quick shift, ajustar o relógio, ver o total de quilómetros, dois parciais, cronómetro, indicação a mudança engrenada , velocidade, rotações, temperatura da água do motor, nível do controlo de tracção e ABS.

140 cv de loucura

Esta potência pode não impressionar à primeira vista, mas integrado neste conjunto, leve, com 168 kg, estes 140 cv que o motor de três cilindros nos coloca à disposição, mostram-se verdadeiramente excitantes, principalmente, quando rodamos nos regimes acima das 8000 rpm, já que abaixo disso, não ficamos impressionados. Os 87 Nm de binário, fazem-se sentir em todo o seu esplendor a partir das 10 100 rpm. Além do motor de três cilindros ser um colosso de potência, somos acompanhados por um som altamente excitante e viciante, apimentados pelas pequenas “explosões” com que somos brindados em cada passagem de caixa, com o sistema de quick shift a funcionar de forma exemplar! Tem carácter de moto de corridas, com muita genica, muito rápida, só possível de ser explorada em toda a sua potência num circuito de velocidade.

Nas estradas normais, é difícil de conseguirmos levá-la ao limite. Os modos selecionáveis permitem-nos explorar as potencialidades de forma progressiva e segura, mas em Sport, uma ida ao circuito vem mesmo a calhar. Os modos disponíveis são o Rain, Normal, Sport e Custom, cada um com níveis de entrega de potência diferentes, desde mais suave até ao mais potente, passando pelo Custom, modo totalmente personalizável pelos utilizadores. O controlo de tracção pode ser selecionável até oito níveis e pode ser totalmente desligado. Com tudo isto, naturalmente que o consumo é um pouco elevado, onde fizemos médias de sete litros, mas facilmente conseguimos rodar entre os 6/6,5 litros.

A ajudar a colocar a potência no chão e a curvar depressa sem sobressaltos, temos os Pneus Pirelli Diablo Rosso. Um dos nosso receios era precisamente a influência que o pneus 200/50-17” poderia exercer na ciclística, mas, não notámos absolutamente nenhuma resistência ou hesitação a curvar. As vibrações estão presentes, sem causar desconforto e sentimos algum calor proveniente do motor, principalmente em cidade.

Nas laterais, onde apoiamos as pernas, as arestas incomodam um pouco nos primeiros tempos, mas com o hábito, essa sensação desaparece. No entanto, se fosse uma zona lisa, o conforto aumentaria de sobremaneira. Os modos são facilmente selecionados no punho direito e podem ser alterados em andamento. Uma moto que além de uma imagem impactante, marca a quem a conduz e por tudo isso acaba por justificar os 19.490€ que custa.

Ficha Técnica

MV AGUSTA DRAGSTER 800 RR
PREÇO 19 490 €
MOTOR TIPO três cilindros em linha, 4T, refrigerado por líquido
DISTRIBUIÇÃO duas árvores de cames à cabeça, 4 válvulas por cilindro
DIÂMETRO X CURSO  79x 54,3 mm
CILINDRADA  798 cc
POTÊNCIA MÁXIMA  140 cv/12 300 rpm
BINÁRIO MÁXIMO  87 Nm/10 100 rpm
EMBRAIAGEM  multidisco em banho de óleo, deslizante
CAIXA  6 velocidades
FINAL  por corrente
QUADRO  treliça em tubos de aço
SUSPENSÃO DIANTEIRA  forquilha invertida Marzocchi, Ø43 mm, curso 125 mm
SUSPENSÃO TRASEIRA  monoamortecedor Sachs, ajustável, curso 125 mm
TRAVÃO DIANTEIRO  dois discos de 320 mm, pinças radiais de 4 êmbolos, ABS
TRAVÃO TRASEIRO  disco de 220 mm, pinça de 2 êmbolos, ABS
PNEU DIANTEIRO  120/70-17”
PNEU TRASEIRO  200/50-17”
COMPRIMENTO MÁXIMO  2060 mm
LARGURA MÁXIMA  825 mm
ALTURA DO ASSENTO  820 mm
DISTÂNCIA ENTRE EIXOS  1380 mm
ÂNGULO DA COLUNA DE DIRECÇÃO/TRAIL n.d./95 mm
CAPACIDADE DO DEPÓSITO  16,5 litros
PESO  168 kg (a seco)
CORES  branco e cinzento
GARANTIA  2 anos
IMPORTADOR  IMEXmoto
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