Contacto Peugeot Pulsion 125 Allure

Texto Domingos Janeiro • Fotos Rogério Sarzedo –

Sempre ligados

A Peugeot é uma das marcas europeias com mais história, mas nos últimos anos tem sido vítima de alguma indefinição no seio da casa mãe, quanto ao melhor caminho a percorrer. Parece que esses dias estão a chegar ao fim e o futuro da marca de Sochaux começa a ganhar nova forma.

Não fosse a Django, que tem “segurado” as pontas da marca nos últimos anos, e já dificilmente ouvíamos e víamos o logótipo do leão passear nas cidades. Bom, mas o que interessa é o futuro e nesse aspecto, a marca francesa prepara grandes e boas novidades ainda para este ano. Esta nova Pulsion é já um bom exemplo do que podemos esperar da marca para o futuro.

Numa estreita colaboração entre departamento de automóveis e motos, nasce esta oitavo-de-litro, que à primeira vista pode parecer um “restyling” da Satelis mas é muito mais que isso, é um novo caminho e uma nova abordagem, com enfoque nas novas tecnologias. Na verdade, um dos grandes atractivos da Pulsion é precisamente o sistema de conectividade, que nos permite estar sempre ligados ao nosso smartphone, um requisito quase obrigatório para jovens e graúdos, nos dias que correm.

A par das novas tecnologias, onde se inclui o sistema de ignição sem chave, temos um conjunto compacto, de dimensões contidas e uma imagem equilibrada.

Familiar

Embora nova, a imagem da Pulsion remete-nos de imediato para modelos icónicos da Peugeot como a Satelis, mas numa versão melhorada, mais actual, moderna e elegante. Não precisamos de olhar para o logótipo para percebermos logo que estamos perante uma Peugeot.

Neste modelo em particular, notamos uma maior influência dos automóveis, na estética, principalmente através da grelha dianteira, que esconde o radiador, que só peca por não ter uma “malha” mais apertada para disfarçar ainda mais esse elemento mecânico. Ainda assim, resulta bem.

O assento, amplo e confortável, também nos é familiar, bem como a posição de condução, com o corpo direito e descontraído e com a possibilidade de alterarmos a colocação das pernas, embora não dê para as esticar na totalidade. O estrado plano é uma mais-valia e recebe o depósito de gasolina, que também ajuda a baixar o centro de gravidade e a equilibrar a Pulsion.

No tablier, encontramos um gancho porta-sacos, bem como o pequeno compartimento com capacidade para objectos de médio porte, com tomada USB. Ainda no tablier temos os botões que nos permitem aceder ao depósito de combustível e ao espaço por baixo do assento (assento com amortecedor basculante, iluminação e capacidade para um capacete integral em conjunto com outros pequenos objectos). O sistema de ignição sem chave é realmente uma grande vantagem!

Ciclística e motor

Com uma ciclística confortável e equilibrada, partimos para uns quilómetros dentro da cidade, onde o conjunto de suspensões, embora secas e algo rijas, se mostram à altura do desafio, não transmitindo, no entanto, grande confiança quando adoptamos ritmos mais agressivos e ousados.

Os pneus Michelin City Grip contribuem de forma eficaz para a ciclística equilibrada. Apenas os amortecedores traseiros permitem ajustes na pré-carga da mola. A travagem é forte, potente, combinada e com ABS. Quando accionamos o travão traseiro, faz a repartição da travagem atrás e na frente e quando travamos com o da frente, apenas trava nesse disco. Quando usamos ambos em conjunto, temos uma travagem realmente potente e suficiente.

No que a motor diz respeito, mantém a traça que sempre caracterizou grande parte dos blocos franceses: o monocilindro de 125 cc, a 4T, refrigerado por líquido e com 14,6 cv mostra-se muito alegre e disponível, mas também algo ruidoso. Quando aceleramos, sobe rapidamente de rotação, proporcionando-nos arranques vivos e recuperações determinadas e imediatas, contrariando grande parte da concorrência. Se tivermos a sorte de apanhar uma recta seguida de uma descida, então, podemos mesmo chegar aos 130 km/h (marcados no velocímetro digital). Um oitavo-de-litro muito alegre, que também se destaca pelos acabamentos, todo tapado, em preto, com o símbolo da Peugeot em destaque.

No que diz respeito a consumos, obtivemos uma média de três litros aos 100 km, sem qualquer tipo de restrição ao punho do acelerador, com margem para baixar, se adoptarmos um estilo de condução mais tranquilo. As jantes maquinadas, em conjunto com outros detalhes estéticos, nomeadamente as aplicações em metal nas laterais frontais com a bandeira da França, contribuem de forma efectiva para a elegância global deste conjunto.

Destaque ainda para os faróis traseiros, também em LED e com inspiração nos automóveis. Quando travamos a fundo, acendem-se automaticamente os piscas de emergência. O assento é um pouco largo no arco das pernas, o que pode dificultar a vida dos mais baixos e menos experientes, mas compensa com o estrado plano e com 176 kg de peso a seco, distribuídos de forma homogénea.

This slideshow requires JavaScript.

Instrumentos e equipamento

A nova vida da Peugeot celebra-se também com uma nova era tecnológica, focada essencialmente no painel de instrumentos, totalmente digital, com ecrã TFT e acesso aos menus em ambos os punhos, através dos quais podemos selecionar os dados de viagem, ou os ajustes da Pulsion, no que a informação diz respeito. O painel apresenta uma boa leitura, com muita informação que inclui todas as que são normais, mais a média de consumo e todas as informações disponibilizadas pelo sistema i-Connect.

Um dos grandes atractivos desta nova Pulsion é o sistema de conectividade i-Connect, que nos permite estar sempre ligados ao nosso smartphone e ver no painel TFT todas as informações que a este dizem respeito como as notificações das redes sociais, sms e chamadas recebidas.

Podemos ainda ver as indicações do GPS, para uma navegação mais fácil e simples. É necessário descarregar a aplicação Peugeot Motocycles e emparelhar, via Bluetooth com a Pulsion. Depois de emparelhado, temos apenas que descarregar os mapas de navegação e já está.

Na aplicação, no ecrã inicial (Vehicle) temos a informação básica sobre o estado da conexão; no menu Navigation podemos ver as indicações da navegação (GPS), através dos mapas que temos que descarregar para a aplicação (dados móveis ou wi-fi são necessários). No menu Dashboard encontramos informações mais detalhadas sobre o funcionamento da Pulsion e por fim, no menu Settings, podemos aceder a algumas configurações. Tudo muito fácil e intuitivo.

Estranhámos apenas o modo de funcionamento do nível de combustível, algo confuso no início porque não são as barras que descem ou sobem, mas sim a própria escala. O funcionamento do conta-rotações também é original, já que ao contrário do que é comum, funciona no sentido oposto aos ponteiros do relógio. No painel podemos ver os quilómetros total, parcial, média de consumo, autonomia, temperatura exterior e do motor, voltagem da bateria, data e hora. Ecrã dianteiro regulável (com recurso a ferramentas), descanso central e lateral (ao contrário do que é habitual, a scooter trabalha com os descansos abertos mas não arranca).

A nova Pulsion está disponível nesta versão, Allure, na cor vermelha e na versão mais desportiva, a RS, em preto mate com gráficos desportivos, a vermelho.

Ficha Técnica