Crianças preparam floresta do futuro

A campanha de reflorestação foi mais uma vez um sucesso no Lés-a-Lés Off-Road.

Particularmente atenta à urgência de precaver e preparar o futuro da floresta nacional, a Federação de Motociclismo de Portugal levou a cabo a 3ª Campanha de Sensibilização Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, reflexo do empenho de todos os motociclistas na chamada de atenção para a importância da plantação de árvores autóctones. Acção organizada em paralelo com o 5º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, passeio mototurístico que ligou Vila Pouca de Aguiar a Faro ao longo de cerca de 1000 quilómetros percorridos maioritariamente em percursos de todo-o-terreno, visitando escolas do ensino básico e levando, aos mais novos, árvores autóctones para plantar nos recreios das escolas, explicando as vantagens e importância das espécies locais na reflorestação.

Iniciativa que contou com entusiasta apoio do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, oferecendo cinco árvores das espécies mais indicadas para as escolas dos 4 concelhos que acolheram o evento, juntando-se a Pampilhosa da Serra e Coruche aos locais de partida e chegada da grande maratona mototurística. Sem meios para distribuir e plantar os muitos milhões de árvores autóctones que Portugal necessita, a FMP criou esta campanha de sensibilização para incentivar as populações e sobretudo os mais jovens, a plantarem as espécies nativas das várias regiões. E, através de banda desenhada criada específiciamente, explicar as vantagens e benefícios destas árvores no futuro do meio-ambiente e das populações.

Com entusiástica adesão das autarquias, professores e alunos, a Campanha de Sensibilização Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés começou no Agrupamento de Escolas de Vila Pouca de Aguiar, com animado e pedagógico discurso do presidente da autarquia, Alberto Machado, que, entre outros pormenores, enalteceu a importância dos castanheiros na região, trazidos há 2000 anos pelos romanos. Explicação que animou de tal forma os cerca de 300 alunos do Primeiro Ciclo que todos queriam agarrar na pá para contribuir  na plantação de um freixo (Fraxinus angustifolia) em pleno recreio. Animação que continuou na Pampilhosa da Serra, com os alunos da Escola Básica D. Eurico Dias Nogueira, em Dornelas do Zêzere, e da Escola Básica Escalada (Escola Sede), a revelarem grande sensibilidade à questão da resistência ao fogo pelas árvores autóctones, num concelho imensamente flagelado pelos incêndios nos pinhais e eucaliptais. Percepção bem presente durante a plantação de dois sobreiros (Quercus suber) e enaltecida pela vereadora Isabel Tomé que recomendou aos petizes ‘conversarem’ com as árvores acabadas de plantar, tal como fazia a sua avó.

Continuavam os 350 motociclistas da caravana internacional rumo a sul, aproveitando a Campanha de Sensibilização para visitar a Escola Básica e Jardim de Infância da Erra, em Coruche, onde meia centena de alunos ajudou na plantação simbólica de um pinheiro-manso (Pinus pinea), reforçando ‘estatuto’ de Eco-Escola, com uma participação bastante ativa em ações de reflorestação. Apoiados pela vereadora Célia Ramalho, que demonstrou grande sensibilidade para a botânica, os miúdos desataram aos pulos ao perceber que, se plantassem um bosque autóctone, poderiam ter nos seus terrenos pica-paus, mochos, corujas e esquilos… A mesma espécie (Pinus pinea) foi apresentada aos 150 alunos do Agrupamento de Escolas de Montenegro, em Faro, onde o presidente da Junta de Freguesia, Steven Piedade, ajudou a escavar a cova para o pinheiro-manso, plantado num local onde ajudará também a fazer barreira ao ruído dos acessos ao aeroporto.

Demonstrando sempre enorme interesse e entusiasmo, todos os alunos ficaram ‘em pulgas’ à espera da segunda visita da Campanha de Sensibilização Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, em finais de novembro, por ocasião do Dia Nacional da Floresta Autóctone. Altura com condições climatéricas mais adequadas para plantar árvores autóctones, em que serão oferecidos 850 exemplares de espécies locais a todos os alunos, professores e funcionários das escolas para cada um plantar nos seus quintais e jardins.