O dia 3 de abril de 2025 ficará para sempre marcado na história da Ducati. Depois de muita antecipação e por um longo período de desenvolvimento em ambiente de competição, a casa de Borgo Panigale finalmente revelou ao Mundo a nova Desmo450 MX, aquela que é a sua primeira moto especificamente concebida para motocross.
Para criar a Desmo450 MX a Ducati recorreu a muitas das soluções técnicas e tecnológicas que foram inicialmente desenvolvidas em MotoGP ou no Mundial Superbike.
Essa experiência acumulada pelo departamento de competição Ducati Corse, e também pela análise detalhada dos regulamentos aplicados pela Federação Internacional de Motociclismo (FIM) no motocross, permitiram à marca italiana desenvolver a sua novidade oferecendo aos pilotos de MX conceitos inovadores no segmento.
Nomeadamente um motor de distribuição Desmodrómica de alta performance e equipamentos eletrónicos que são, de acordo com a marca, a referência na categoria.
A Desmo450 MX foi desenhada em torno do motor monocilíndrico de 449,6 cc com distribuição Desmodrómica, e representa um exclusivo no panorama off road especializado, tendo sido afinado para garantir uma entrega de potência e binário particularmente favorável.
O sistema Desmodrómico é utilizado nas motos de competição da Ducati, e permite garantir um funcionamento particularmente eficaz a regimes mais elevados. Essa característica ajudou os pilotos da Ducati, Jeremy Seewer e Guadagnini a conseguirem o “holeshot” na ronda da Argentina do MXGP, na estreia aos comandos da Desmo450 MX.
Aliás, a moto de competição usa um motor de série, equipado apenas com o sistema de escape Akrapovic específico, mas que também pode ser adquirido por qualquer cliente, estando incluído no catálogo de acessórios oficiais deste modelo.
Graças à distribuição Desmodrómica a Ducati consegue reduzir a energia necessária para abrir as válvulas, permitindo uma parametrização mais agressiva na sua abertura. Isto traduz-se também na entrega de 70% do binário máximo ligeiramente acima das 4.000 rpm, o que permite ao piloto controlar e explorar a Desmo450 MX mais facilmente, tornando-se assim numa moto menos exigente do ponto de vista físico.
Tecnicamente podemos destacar a utilização de válvulas de admissão de 40 mm e válvulas de escape de 33 mm. As primeiras são feitas de titânio, enquanto as segundas são fabricadas em aço, contando com hastes ocas preenchidas com sódio para melhorar as trocas de calor, aumentando assim a fiabilidade e a consistência do desempenho.
Neste particular, a Ducati deu particular atenção ao sistema de arrefecimento. Instala na Desmo450 MX radiadores de forma romboide. Estes representam uma novidade para o segmento e permitem uma superfície radiante 6,5% superior em comparação com uma solução de formato tradicional, melhorando o arrefecimento do motor enquanto mantém a moto compacta, oferecendo assim ao piloto uma maior liberdade de movimentos para a frente da moto.
A potência máxima do motor Desmo450 é de 63,5 cv às 9.400 rpm, e o binário máximo entregue é de 53,5 Nm às 7.500 rpm. A intervenção do limitador de rotação está programada às 11.900 rpm, com a Ducati a anunciar que esta é a nova referência para a categoria.
O leve quadro de alumínio foi concebido para ter o menor número possível de soldaduras, em benefício da solidez, leveza e rigidez estrutural.
O chassis da Desmo450 MX baseia-se num quadro perimétrico (ou dupla trave) em alumínio. Esta arquitetura foi escolhida para se obter uma estrutura leve, que permite que o motor tenha condutas de admissão e escape o mais retas possíveis, a fim de garantir o melhor desempenho.
Os técnicos da casa de Borgo Panigale conseguiram criar um quadro com um peso de 8,96 kg caracterizado pelo menor número possível de soldas, atingindo assim os alvos desejados de leveza, fiabilidade e rigidez.
Este quadro contribui significativamente para conter o peso da moto, que na sua configuração sem combustível regista um peso de apenas 104,8 kg.
O quadro da Desmo450 MX é composto por apenas 11 peças, e é composto por elementos fundidos, forjados e extrudidos. A parte dianteira, que liga a coluna de direção à ligação superior do amortecedor, é representada por um único elemento fundido.
Esta tecnologia de construção, que a Ducati também utiliza nos quadros de Superbike, permite o controlo total das espessuras, utilizando apenas a quantidade de material necessária em cada ponto e criando formas complexas sem comprometer o peso ou a resistência.
O design extremamente compacto do quadro também foi projetado para garantir a melhor ergonomia para o piloto e, ao mesmo tempo, manutenção rápida e fácil na oficina ou na pista, onde operações como a desmontagem do amortecedor traseiro podem ser realizadas mais rapidamente.
Este último é montado numa posição central e funciona em conjunto com um braço oscilante de alumínio fundido e um suporte de ligação de alumínio forjado.
A suspensão e os travões da Desmo450 MX foram objeto de uma decisão específica. A Ducati confiou na longa experiência em competição da Showa, que também foi escolhida para facilitar a configuração para pilotos amadores em virtude da utilização de mola, e não no layout técnico baseado no ar para este componente.
A forquilha é totalmente ajustável, com bainhas invertidas de 49 mm, curso de 310 mm e um tratamento em Kashima Coating. O amortecedor é totalmente ajustável, com um curso de 301 mm. Para melhor desenvolver esta configuração, a marca italiana destaca que o piloto Alessandro Lupino correu toda a primeira parte do Campeonato Italiano (2024) com a suspensão de origem, o que, de acordo com a Ducati, serviu para validar a escolha destes componentes.
Quanto ao sistema de travagem, a Ducati também optou nesta área por colaborar com o seu parceiro de longa data. Recorreu por isso aos especialistas da Brembo, como tem sido o caso há muitos anos nas motos de estrada. Esta moto apresenta uma pinça de dois pistões na dianteira e uma pinça de pistão único na traseira. Os discos de travão são fornecidos pela Galfer e são de 260 mm na dianteira e 240 mm na traseira.
E, claro, sendo a Ducati uma marca pioneira do ponto de vista das opções eletrónicas aplicadas nas motos, esta Desmo450 MX não podia deixar de parte um conjunto de ajudas eletrónicas altamente evoluídas.
A este nível destaca-se o Controlo de Tração da Ducati (DTC) implementado na Desmo450 MX. O sistema calibra o corte de potência com base na derrapagem real da roda traseira e dinâmica da moto, garantindo assim, de acordo com a marca, uma intervenção mais eficaz, rápida e linear.
Este sistema é capaz de identificar momentos em que não deve entrar em ação, como saltos, desligando-se automaticamente. Além disso, se o piloto identificar pontos na pista em que deseja fazer uso de todo o desempenho do motor, ele pode desativar o controlo de tração com uma leve pressão na alavanca da embraiagem. O controlo voltará automaticamente a funcionar alguns momentos mais tarde. O Controlo de Tração da Ducati oferece quatro níveis diferentes de intervenção.
O pacote eletrónico inclui ainda o Launch Control e o Engine Brake Control, que, tal como o DTC, podem ser configurados em diferentes níveis de intervenção e associados a dois Modos de Condução que o piloto pode adaptar às suas necessidades e às características da pista através da App X-Link. A caixa de velocidades está equipada com um Quickshifter para trocas de caixa mais precisas e ainda mais rápidas.
Outras características em destaque na Ducati Desmo450 MX
– Depósito de combustível de 7,2 litros
– Pneus Pirelli Scorpion MX32 Mid-Soft
– Transmissão final DID
– Jantes em alumínio Takasago Excel com raios Alpina
– 2 modos de potência
– 2 modos de condução
– Substituição do pistão a cada 45 horas de uso
– Verificação da folga das válvulas a cada 45 horas de uso
– Revisão total do motor a cada 90 horas de uso
– Cor: Ducati Red
Quanto ao preço, aguardamos a confirmação oficial sobre qual será o valor praticado em Portugal. Sabemos, no entanto, que as primeiras unidades da Ducati Desmo450 MX começam a chegar aos concessionários em junho.
Galeria de fotos Ducati Desmo450 MX
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