Depois de adquirida pela TVS Motor Company em 2020 e de um investimento de mais de 200 milhões de libras na fábrica de Solihull, a mítica Norton apresentou-se no EICMA com quatro novos modelos.
Tratam-se da naked Manx, a desportiva Manx R e as trail Atlas e Atlas GT.
Este são os primeiros quatro modelos dos seis prometidos para breve pela renascida marca britânica.
Com estes modelos são recuperados nomes de modelos históricos da Norton, sendo a Manx R o porta-estandarte do ressurgimento da marca.
Para a nova Manx R foi concebido um motor totalmente novo. Trata-se de V4 a 72° com 1200 cc, com 206 cv de potência máxima, conseguidos a apenas 11 500 rpm. O binário máximo é de 130 Nm às 9000 rpm.
Grande relação peso/potência
«Isto não é uma atualização – o motor V4 da Manx R é completamente novo, um motor potente e arrojado, projetado especificamente com uma faixa de operação que dá vida a qualquer estrada. Com uma entrega de binário excepcional, o V4 foi projetado para o mundo real, fornecendo binário onde e quando é necessário», explica Nevijo Mance, Diretor Executivo da Norton Motorcycles.
Os engenheiros da Norton chegaram a estas prestações depois de analisar cerca de 30 000 km rodados no mundo real para «compreender totalmente como os condutores conduzem as suas motos em condições de condução quotidianas. O resultado foi que o verdadeiro desempenho na estrada está abaixo das 11 000 rpm. Esta descoberta determinou os fundamentos do desenvolvimento do motor da Manx R e o objetivo de alcançar um binário líder na sua classe e um desempenho útil entre 5000 e 10 000 rpm – exatamente onde é importante. Esta filosofia incorpora uma mentalidade orientada para o condutor, a fim de criar uma experiência de condução viva, responsiva e emocionalmente apelativa», diz a Norton em comunicado.
Isto proporciona uma excelente relação peso/potência, dados os 204 kg anunciados para a desportiva britânica.
Ajudas eletrónicas à condução
A Manx R oferece cinco modos de condução: chuva, estrada, desporto e dois perfis de pista personalizáveis. As configurações são guardadas e recuperadas sempre que a moto é ligada. A caixa é de seis velocidades, equipada com quickshifter.
A marca britânica anuncia uma longa lista de ajudas à condução:
• Cruise control em curva – Este sistema avançado, único no seu segmento, permite ao condutor manter uma velocidade constante em curvas com segurança.
• Modos de condução – Chuva, estrada, desporto e dois perfis de pista personalizáveis que ajustam instantaneamente a potência, a suspensão e a eletrónica às condições da estrada, da pista ou do tempo.
• Controlo de tração linear comutável e controlo de tração em curvas – com a ajuda de uma unidade de medição inercial de seis eixos, o apoio de aderência é ajustado às condições da estrada ou ao estilo de condução para garantir precisão e segurança em cada curva.
• Controlo de wheelie e derrapagem da roda traseira – evita capotagens e garante aterragens suaves, o que resulta em estabilidade e controlo que inspiram confiança durante a aceleração, nas curvas e na travagem.
• Controlo dependente da inclinação – garante que subidas e descidas possam ser feitas de forma suave e com total segurança.
• ABS otimizado para curvas – excelente controlo mesmo nas curvas e contracurvas mais exigentes.
• Quick Shifter e Auto Rev-Matching – mudanças de velocidade suaves e sem embraiagem para viagens mais rápidas e emocionantes.
• Recomendação de mudança de marcha ideal – indicações inteligentes que ajudam o condutor a aproveitar ao máximo as reservas de binário do motor.
• Controlo de arranque e assistência ao arranque em subida – para arranques rápidos e exigentes, seguros e controlados.
• Switch Cubes – perfeitamente integrados com uma superfície metálica tátil para aceder a funções importantes
• Luzes de travagem dinâmicas – piscar bem visível em travagens bruscas para alertar os condutores que seguem atrás sobre uma desaceleração repentina.
Pensada para a estrada
A Norton focou a utilização da Manx R na estrada, conduzida pelo comum motociclista, e foi a pensar nisso que concebeu o quadro de alumínio fundido. «A abordagem da Norton ao design de quadros de motociclos marca um afastamento consciente de uma filosofia mais convencional, orientada para as pistas de corrida. Em vez de priorizar os tempos por volta e o desempenho em pista, negligenciando a condução e o conforto na estrada, os engenheiros da Norton inspiraram-se na rica tradição de corridas TT da marca na Ilha de Man para desenvolver um quadro que se destaca em condições reais de estrada», diz o comunicado da marca.
Ao quadro foram aplicadas suspensões com controlo eletrónico desenvolvidas em parceria com a Marzocchi especialmente para a Manx R. Estas fazem uma leitura continua do terreno ajustando instantaneamente e separadamente a compressão e a extensão da suspensão dianteira e traseira. O condutor pode optar por um funcionamento que beneficie mais o conforto ou o comportamento dinâmico.
O sistema de travagem é Brembo Hypure, e as jantes são BST em fibra de carbono, equipadas com Pirelli Diablo Supercorsa V4SP, 120/70 à frente e 200/55 atrás.
Conectividade
O painel de instrumentos da Manx R está a cargo de um ecrã TFT de 8 polegadas com ligação Bluetooth para controlo multimédia e sincronização de dispositivos inteligentes, e ainda integração completa com câmaras GoPro.
Quando à Manx, é uma versão naked da R, com as óbvias diferenças, mas para já a a Norton não revelou dados específicos desta power-naked.
Pouco também foi revelado relativamente aos modelos trail. Sabe-se apenas que usam um motor bicilíndrico de 585 cc, e a principal diferenças entre a Atlas e a Atlas GT estão nas suspensões e rodas. A Atlas tem suspensões de maior curso e jante de 19” à frente e 17” atrás, enquanto que a Atlas GT, de vocação mais estradista, tem suspensões de menor cursos e ambas as jantes de 17 polegadas.
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