CNV: Estoril IV confirmou campeões nacionais e mundiais

A época 2021 do Campeonato Nacional de Velocidade encerrou junto a Cascais, naquela que foi a quarta visita dos paddock lusos ao Circuito do Estoril.

No ‘caír do pano’ sobre mais uma época do campeonato nacional de velocidade coube ao Circuito do Estoril e ao Motor Clube do Estoril serem o cenário e anfitriões daquela que foi igualmente a prova de encerramento do campeonato do mundo sidecar 2021, o FIM Superside.

Em fim‑de‑semana marcado pela chuva um pouco por todo o território o Estoril não foi excepção e foi em condições exigentes que foram encontrados os campeões nacionais ainda em falta e também a nova dupla campeã do mundo Superside.

Com as bancadas novamente abertas ao público a chuva e as condições climatéricas não ajudaram ao reencontro popular com o campeonato e trouxeram desafios acrescidos para pilotos e máquinas presentes no traçado que abriu e fechou a época.

Já com o campeonato entregue a Romeu Leite desde a ronda anterior a classe maior, as Superbike, viram Tiago Pires ser o mais rápido aquando da qualificação para as duas corridas do fim‑de‑semana. Mas logo após o arranque para a corrida Pires começou a perder posições e foi Tiago Cleto quem assumiu o comando que segurou durante metade das 15 voltas de corrida. Na oitava passagem pela linha de meta era Ricardo Lopes quem estava na frente e foi mesmo o piloto de Vila Nova de Santo André que cruzou a linha de meta na primeira posição na frente de Romeu Leite e Tiago Cleto.

Na segunda corrida Tiago Cleto foi o comandante na volta de abertura mas logo na segunda passagem Romeu Leite assumiu o comando das operações e não mais largou a primeira posição até receber a derradeira bandeira de xadrez da temporada como vencedor, fechando assim da melhor forma uma época de sucesso. Cleto subiu ao degrau intermédio do pódio depois de ter sido terceiro no dia anterior e Tiago Pires foi o terceiro classificado.

Em discussão estava o título das Superstock e para este fim‑de‑semana de fecho de época surgiram mais pilotos em pista, Pedro Fragoso e Vasco Esturrado discutiram o ceptro das 600, mas na primeira corrida nenhum terminou no pódio. Marco Diaz foi o vencedor na frente do estreante Daniel Bento e Paulo Leite, com Fragoso a levar a melhor sobre Esturrado ao ser o quarto na frente do algarvio. No dia seguinte os lugares de pódio tiveram exactamente os mesmos donos numa corrida onde não terminou Vasco Esturrado. Com estes resultados do derradeiro fim‑de‑semana Pedro Fragoso juntou ao título Supersport 300 conseguido em 2019 a coroa nas Superstock 600.

No Estoril foram igualmente decididos os títulos nas Pré-Moto3, Moto5 e Moto4 e com um pelotão bem animado na corrida conjunta das três classes foram naturalmente decididos as novas referências de cada classe. Ao vencer esta derradeira corrida do ano ano Afonso Almeida revalidou o primeiro lugar do passado ano. Vindo directamente de Jerez de La Frontera onde esteve no dia anterior na derradeira prova do campeonato espanhol, o piloto de Miguel Oliveira – que o acompanhou ao longo do dia – subiu ao degrau mais alto do pódio na companhia de Pedro Matos e Fernando Santos.

Nas Moto5 foi Gonçalo Capote quem fechou a época com mais uma vitória e o primeiro lugar no campeonato. O piloto da equipa do ex-campeão nacional Tiago Dias bateu sobre a linha de meta David Dias por menos de um segundo e tiveram a companhia de Alexandre Cabá no pódio, este a menos de cinco segundos do vencedor. De destacar o lote de oito pilotos desta classe em pista, numa demonstração que as classes de iniciação estão bem vivas na velocidade nacional.

Nas Pré-Moto3 Tiago Balhé foi o vencedor da corrida com clara vantagem face a Rui Afonso e Gonçalo Ribeiro, este tranquilamente a renovar o título nacional face á vantagem que tinha anteriormente conquistado.

Os pilotos da Taça Luis Carreira despediram-se igualmente no Estoril do ano 2021 e mais uma vez dividiram a pista com os pilotos dos Troféus ZCup e Tuono Cup em duas animadas corridas.

Na primeira foi João Curva o vencedor nas Open depois de conquistar generosa vantagem sobre o regressado Pedro Flores que veio ao Estoril para o fecho de campeonato e para promover e ajudar a Operação Nariz Vermelho. Alex Laranjeira dispensa apresentações no motociclismo nacional e mesmo ‘reformado’ não deu tréguas aos mais jovens e fechou a corrida inaugural do fim‑de‑semana na terceira posição. Nas SBK José Teixeira também trouxe de volta a sua Aprilia RSV 1000 para a pista e jogando em casa venceu na frente de Pedro Dias e Bruno Silva. Augusto Machado foi o melhor nas SBK R, Luis Belchior destacou-se nas SS face a André Capitão e Manuel Branquinho e nas SSR foi Fernando Araújo quem assegurou o primeiro lugar.

Na segunda corrida João Curva, Pedro Flores e Alex Laranjeira voltaram a repetir a vitória nas Open e Bernardo Villar foi o melhor na Open R. Também José Teixeira reeditou a vitória do dia anterior com meio minuto de vantagem sobre Afonso Cruz, sendo Pedro Dias o terceiro. Augusto Machado foi o primeiro nas SBK R, mas nas SS André Capitão vingou a derrota do dia anterior e bateu Luis Belchior por mais de um minuto, com Manuel Branquinho a ser o terceiro no final de uma corrida onde Fernando Araújo foi de novo o melhor nas SSR.

Nas sempre competitivas ZCup o vencedor na primeira corrida foi o quase crónico Frederic Bottoglieri face a Marcos Leal e Marco Perez, com Paulo Vicente a ser o primeiro na linha de meta entre as Tuono Cup na frente de Rodrigo Amaral e Anselmo Vilardebo. Na segunda corrida Bottoglieri voltou a ser o vencedor entre as Kawasaki da ZCup, batendo desta feita Ricardo Pires e Marcos Leal, este último o nosso jornalista da Motojornal. Paulo Vicente foi de novo o primeiro nas Tuono na frente de Duarte Amaral e Luis Franco.

Com títulos também por discutir na Copa Dunlop Motoval Victor Barros abriu o fim‑de‑semana com a vitórias na Classe 1 na frente de Miguel Romão e Henrique Gouveia, sendo Filipe Brites o vencedor na Classe 2 com menos de dez segundos de vantagem sobre André Gonçalves e João Rego. Na segunda corrida Victor Barros repetiu o sucesso do dia anterior ao cruzar a linha de meta na frente de Luis Branquinho e Henrique Gouveia, com André Gonçalves a subir ao degrau mais alto do pódio na Classe 2 na frente de João Rego e Nélson Cruz.

Superside também decidido

Na sua derradeira jornada neste ano de 2021, e com três corridas na agenda o campeonato do mundo Sidecar, o FIM Superside, foi igualmente decidido no Circuito do Estoril. Dezena e meia de equipas enfrentaram novamente o asfalto da pista portuguesa – onde tinha estado em 2019 – e com as condições climatéricas a obrigarem a condução bem cuidada logo no final das duas corridas realizadas no Sábado o título ficou entregue nas mãos da dupla Markus Schlosser e Marcel Fries.

Com a chuva a cair copiosamente a corrida inaugural – com apenas 13 voltas – seria ganha pelos ex-campeões do mundo Ben e Tom Birchall que fecharam a corrida na frente de um outro ex-campeão do mundo, Bennie Streuer e Todd Ellis. Na segunda corrida, com 18 voltas de duração os vencedores – novamente debaixo de chuva – foram os ‘wildcard’ Harry Payne e Mark Wilkes que venceram na frente de Stephen Kershaw e Ryan Charlwood. A terceira posição de Markus Schlosser e Marcel Fries valeu de imediato a conquista do campeonato para a equipa suiça depois de uma corrida onde pela segunda vez abandonou Tim Reeves, desta feita com problemas na embraiagem no seu Adolf RS com motor Yamaha, o mais utilizado neste pelotão que utiliza em exclusivo motor 600cc com preparação Supersport.

Tim Reeves no Domingo conseguiu mesmo a sua única vitória, na frente dos Birchall e Markus Schlosser, fechando assim um fim‑de‑semana de encerramento do campeonato onde três equipas distintas conseguiram vencer. No final foi Jorge Viegas quem entregou as medalhas ás três primeiras equipas de mais um campeonato do mundo que passou pelo Estoril em 2021.