«Nem consigo descrever. Penso que hoje decidi vencer». Foram as primeiras palavras de Miguel Oliveira para o microfone depois de uma impressionante vitória.
Num fim-de-semana complicado, com muito trabalho na moto, Miguel Oliveira conseguiu ir do 11.º lugar da grelha para a vitória. Oliveira arrancou de 11.º, mas na primeira curva já estava em 5.º e ainda durante a primeira volta chegou ao 3.º lugar. E nas voltas seguintes chegou à liderança.
Pelo caminho ficou Marcel Schrotter, que depois de um bom arranque da primeira linha, caiu logo na curva 2, quando comandava.
A meio da corrida Oliveira rodou atrás de Mattia Pasini e Francesco Bagnaia. Enquanto esteve na 3.ª posição Pasini começou a isolar-se na frente. Primeiro desamaraçou de Bagnaia, e quando estava a recuperar terreno para Pasini, este caiu.
A partir daí começou uma luta cerrada a dois, entre Miguel Oliveira e Lorenzo Baldassarri, com incontáveis ultrapassagens. A luta intensificou-se nas últimas voltas, mas Oliveira impôs-se na última, e preparou muito bem a abordagem à última curva, impedindo que o italiano entrasse na recta demasiado colado, beneficiando da aspiração aerodinâmica. Foi um verdadeiro recital de pilotagem nas últimas voltas que valeu a primeira vitória do ano a Miguel Oliveira.
«Saindo tão de trás na grelha sabia que tinha que fazer uma boa partida. Dei o meu máximo na primeira volta e, pouco depois, já estava em terceiro. O Pasini estava muito forte e rápido, mas vi que tinha uma hipótese de vencer e, simplesmente, decidi avançar. O Baldassarri também tinha um grande ritmo, e lutei com ele até à última volta. Foi uma batalha muito divertida e espectacular», explicou um muito sorridente Oliveira.
Mais perto da liderança
Depois de três pódios nas cinco corridas anteriores, Miguel Oliveira chegou finalmente à sua primeira vitória da temporada. «Estou muito feliz por ter conseguido esta vitória que perseguíamos desde o início da temporada. Tenho que agradecer à equipa porque trabalharam realmente muito, e da FP3 até à qualificação tivemos que alterar a moto completamente; no final tudo correu bem», disse Oliveira depois de bater Baldassarri por 0,184 s.
Joan Mir bateu Pecco Bagnaia e conseguiu o seu segundo pódio consecutivo. Com Bagnaia fora do pódio, Miguel Oliveira ganhou 12 pontos ao líder do campeonato, e estão agora separados por 13 pontos.
Moto3: Martin da pole para a vitória
Nas seis corridas de Moto3 realizadas em Mugello, apenas um piloto conseguiu vencer saindo da pole position. Foi Maverick Viñales. Essa foi também a única vitória da Honda neste circuito. Hoje Jorge Martin mudou isso tudo.
Depois de uma boa partida, Martin esteve sempre entre na luta pelo pódio. Logo no início da corrida Jorge Martin tentou escapar; o espanhol impôs desde muito cedo um ritmo muito forte para partir o grupo, e conseguiu. Apenas Marco Bezzecchi e Fabio DiGiannantonio o conseguiram acompanhar.
A luta a três durou até ao final, e Martin revelou ser o mais forte, batendo Bezzecchi por apenas 0,019 s. DiGiannantonio entrou pela última vez na recta colado a Martin, mas acabou batido em cima da linha da meta, fechando o pódio 0,043 s atrás do vencedor. Pelo caminho Martin ainda levou uma pedrada projectada pela moto da frente que lhe partiu o vidro da carenagem; e mais tarde uma lebre cruzou a meta a correr mesmo à sua frente e Martin teve que cortar gás momentaneamente. Mas sem nunca perder a concentração.
«Foi uma grande corrida. A estratégia foi fazer uma selecção e ao mesmo tempo tentar entrar na última curva em 1.º. Era a única maneira de vencer, porque as KTM literalmente voavam na recta, e funcionou. Estou realmente feliz. Foi uma corrida difícil, com a pedrada que levei na carenagem e com a lebre a atravessar à minha frente. Era realmente importante pontuar de novo depois das duas corridas seguidas em que caí, e fazê-lo em Mugello é ainda melhor», disse Martin no final.
Bezzecchi mantém a liderança do campeonato e Jorge Martin subiu para 2.º, apenas 3 pontos atrás do italiano.
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