GP de Portugal: Oliveira motivado em casa

Depois de ter dominado a sessão da manhã tirando partido do conhecimento do circuito, Miguel Oliveira terminou o primeiro dia em 13.º. Zarco foi o mais rápido.

Miguel Oliveira

Esta sexta-feira marcou o regresso do Mundial de Velocidade a Portugal, depois da última visita em 2012. Foi uma dia sensações mistas, ao ter de novo os ases da velocidade no nosso país, agora com um piloto na categoria rainha; por outro sem a barulhenta alegria do público, afastado do Autódromo Internacional do Algarve devido à actual conjuntura de pandemia.

Apesar de lamentar a ausência de público que teria vindo em peso apoiá-lo, Miguel Oliveira está naturalmente feliz por finalmente fazer uma corrida de MotoGP em casa; o piloto português dominou a sessão da manhã. Aproveitou o conhecimento do circuito para ter essa vantagem inicial que depois se esbateu na sessão da tarde; Oliveira terminou o dia em 13.º, mas a apenas 0,529 s de Johann Zarco, que foi o mais rápido.

«Foi um bom primeiro dia aqui em Portimão», disse Oliveira ao final do dia. «Acho que da manhã para a tarde conseguimos afinar melhor a moto. Ainda há algumas coisas que podemos melhorar, claro, já que é uma nova pista. Do meu lado, sinto-me muito bem na moto, estou a desfrutar todas as voltas nesta pista. Esta tarde queríamos guardar um pneu macio para amanhã de manhã, por isso acho que não retirámos o máximo do nosso conjunto, mas estou feliz com este primeiro dia».

Dia de descoberta

Num dia de descoberta, já que mesmo os pilotos que já tinham visitado circuito nunca tinham rodado aqui de MotoGP, as sessões de sexta-feira foram mais longas. Por isso, e por ter informações de apenas um dia de testes realizado em Outubro antes do GP de França, a Michelin trouxe um composto extra para este fim-de-semana. Assim, para o GP de Portugal os pilotos têm disponíveis, para além do composto macio e médio, dois compostos duros para a frente e para atrás. Os pneus traseiros duros estão disponíveis na versão simétrico e assimétrico.

Zarco foi um dos pilotos que montou um pneu macio na procura de uma volta rápida e acabou por ser o mais rápido, na frente de Maverick Viñales e Aleix Espargaró.

Depois das primeiras duas sessões de treinos livres os pilotos têm uma ideia mais concreta dos desafios da montanha russa. Mas um coisa é unâmime: é uma das melhores pistas do calendário.

Surpresas

Para além de Zarco no topo dos treinos, uma das surpresas foi Aleix Espargaró, que colocou a Aprilia na terceira posição no final do primeiro dia. O piloto espanhol explica o feito com o facto de ter o chassis da Aprilia ser muito bom para este tipo de circuito, aliado ao facto de em Portimão não haver muitas acelerações a partir de baixa velocidade e de ser um circuito onde não se anda muito tempo de acelerador trancado. Por outro lado os pilotos têm trabalhado na electrónica, para evitar os constantes cavalinhos, quer na entrada da recta da meta, quer no ‘mergulho’ para a curva 9. Por isso, por exemplo, Maverick Viñales, focou-se no controlo anti-cavalinho.

Mesmo assim os tempos já foram impressionantes no primeiro dia de treinos com os primeiros 15 a rodar em 1’39, e separados por pouco mais de meio segundo. Um dos factores foi o bom tempo que se fez sentir em Portimão, com a temperatura ambiente a chegar aos 25° e o asfalto a rondar os 30º, num dia de Verão em pleno Novembro. Outro factor foi o novo tapete de asfalto, liso como uma mesa de bilhar e com muita aderência, a ajudar aos tempos muito aproximados.

Moto2 e Moto3

Impressionantes foram também os tempos das Moto2, onde o título está ainda por decidir. Luca Marini foi o mais rápido, ele que a sua primeira corrida de Moto2 precisamente aqui em Portimão, no Europeu de Moto2 em 2015.

Sam Lowes ainda a tentar lidar com a lesão no pulso direito superou a dor para alcançar o segundo melhor tempo a 0,182 s de Marini. O britânico fez sequências de menos voltas que os rivais para tentar não massacrar o pulso. Lorenzo Baldassarri terminou em terceiro.

O líder do campeonato terminou em quinto. Enea Bastianiani está a um passo do título, e no domingo basta-lhe terminar entre os quatro primeiros.

O líder de Moto3 marcou o território logo no primeiro dia de treinos. Albert Arenas registou o melhor tempo dos treinos livres, na frente de Jeremy Alcoba, o campeão mundial de Moto3 Junior em 2019. Tatsuki Suzuki fechou os três primeiros.

Quanto aos principais rivais de Arenas no campeonato, Ai Ogura terminou o dia em nono e Tony Arbolino foi o oitavo.

Em Moto3 há um estreante. Adrian Fernandez, de 16 anos, irmão de Raul Fernandez, está a cumprir o seu primeiro GP, substituindo o lesionado Filip Salac na Rivacold Snipers Team. O piloto espanhol, que terminou o Mundial de Moto3 Junior de 2020 na sétima posição com a Husqvarna da Laglisse, foi 26.º no final do seu primeiro dia aos comandos da Honda da equipa italiana.

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