A Harley-Davidson anunciou no início do mês ter investido na Alta Motors, um fabricante de motos eléctricas. O anúncio vem na sequência da revelação de que o projecto LiveWire será finalmente lançado em 2019.
A Harley-Davidson lançou o projecto LiveWire – o seu protótipo de moto eléctrica – em 2014. Nos dois anos seguintes o protótipo correu meio mundo – primeiro no EUA (2014) e depois a Europa (2015). Isso deu oportunidade a milhares de motociclistas anónimos de experimentar o protótipo, e comunicar as suas impressões à marca americana.
Depois o projecto entrou em fase de balanço tendo em conta toda a informação recolhida nessa digressão mundial.
Avança a Livewire
Agora com anúncio do investimento de capital na Alta Motors, tudo parece estar encaminhado para a LiveWire entrar finalmente em produção e comercialização.
«No início deste ano, como parte da nossa estratégia a 10 anos, reiterámos o nosso compromisso de criar uma nova geração de condutores Harley-Davidson, em parte, investindo fortemente em tecnologia de veículos elétricos», diz Matt Levatich, CEO e presidente da H-D. «A Alta demonstrou capacidade de inovação e experiência em EV e os seus objetivos alinham-se de perto com os nossos. Cada um de nós tem pontos fortes e capacidades que serão mutuamente benéficas enquanto trabalhamos juntos para desenvolver motos elétricas de vanguarda».
O comunicado não revela o montante investido nem que quota da Alta Motors a Harley-Davidson terá adquirido.
A Alta Motors é uma empresa americana sediada em Brisbane, na Califórnia. Foi fundada em 2010 e actualmente fabrica uma gama de motos eléctricas de motocross, enduro e supermoto, operando apenas, para já, no mercado americano.
Aposta de futuro em nova clientela
O Chief Product Officer e Co-Fundador da Alta, Marc Fenigstein, também está entusiasmado com o ‘casamento’ das duas empresas. «Nós acreditamos que as motos elétricas são o futuro e que as empresas americanas têm a oportunidade de liderar esse futuro. É incrivelmente emocionante que a Harley-Davidson, sinónimo de liderança nas motos, partilhe essa visão e estamos entusiasmados em colaborar com eles», diz Fenigstein.
A idade média dos motociclistas está crescer praticamente todo o mundo, mas especialmente nos Estados Unidos. Recentes estatísticas indicam que quase 50% têm mais de 50 anos, por isso a Harley-Davidson tenta apostar num produto que apele a uma nova clientela, não apenas jovens, mas também senhoras.
«Acreditamos que os veículos elétricos são o caminho para onde a mobilidade global está a dirigir-se e que são um grande atrativo para os atuais utilizadores de motos, bem como uma oportunidade de trazer novos condutores à prática do motociclismo», explica Levatich. «Pretendemos ser o líder mundial no segmento das motos elétricas e, ao mesmo tempo, permanecermos fiéis às nossas raízes baseadas na gasolina, continuando a produzir um amplo portfólio de motos que atraiam todos os tipos de condutores ao redor do mundo.»