Moto2: Suter anuncia saída

Marquez Marquez conseguiu o título de Moto2 em 2012 com uma Suter, o único do construtor suíço

A Suter anunciou no final da semana passada que vai abandonar a categoria de Moto2 do Mundial de Velocidade.
Depois de ter tido apenas quatro motos na grelha na temporada de 2017 – e de quase ter desaparecido da categoria em 2015 e 2016 – a empresa suíça fundada por Eskil Suter recebeu para 2018 encomendas de apenas um equipa, a Dynavolt Intact GP (Marcel Schrötter e Xavi Vierge), uma vez que a Kiefer Racing já tinha mudar para motos KTM (com Sandro Cortese e Dominique Aegerter).
Por isso «do ponto de vista estratégico isto não justifica a nossa continuação no Mundial de Moto2», explica o próprio Suter.
A Suter continuará ligada à competição e a desenvolver as suas próprias motos, como a MMX 500, conhecida na empresa como ‘A Besta’, uma moto de circuito com motor V4 a dois tempos.
Para além disso a Suter pretende intensificar a sua cooperação com a Arch Motorcycle, a marca americana fundada por Keanu Reeves e Gard Hollinger.
Com a saída da Suter, a Dynavolt Intact GP correrá com Kalex no próximo ano.
Em Moto2 a Suter conquistou o título de pilotos com Marc Marquez em 2012, e os três primeiros títulos construtores, entre 2010 e 2012.

A Kalex tem dominado as grelhas de Moto2 nos últimos anos

Muito diferente de 2010
Em 2018 – que será último ano da Honda como fornecedora oficial e exclusiva dos motores para as Moto2 – com a saída da Suter, e a chegada da japonesa NTS, estarão presentes apenas 5 construtores na categoria intermédia do Mundial. E um deles estará, como nos últimos anos, em esmagadora maioria: a Kalex terá 21 motos na grelha de partida, seguida da KTM com 6 e da NTS, Speed Up e Tech 3, estas com apenas duas motos cada uma. Ou seja, a Kalex terá 64% da grelha de partida. E já teve 80%, em 2016 (ver gráfico).
Um cenário bem diferente da temporada de estreia das Moto2 no Mundial de Velocidade em 2010: nesse ano estiveram 15 construtores envolvidos na categoria, número que baixou para apenas 8 no ano seguinte e nos últimos anos tem variado entre os quatro e os seis, com a Kalex a dominar em termos de unidades presentes desde 2015.
Suter e Kalex foram os únicos construtores a conquistar títulos de construtores em oito anos de categoria de Moto2 no Mundial de Velocidade. Mas em termos de títulos de pilotos a Suter conseguiu apenas um, o de Marquez em 2012; o primeiro da categoria, em 2010, foi conseguido por Toni Elias, aos comandos de uma Moriwaki (que desapareceu do campeonato no final de 2012) e os restantes seis foram conseguidos a bordo de uma Kalex.

Títulos de Moto2 desde 2010:

  Título de pilotos Título de construtores
2010 Toni Elias Moriwaki Suter
2011 Stefan Bradl Kalex Suter
2012 Marc Marquez Suter Suter
2013 Pol Espargaro Kalex Kalex
2014 Tito Rabat Kalex Kalex
2015 Johann Zarco Kalex Kalex
2016 Johann Zarco Kalex Kalex
2017 Franco Morbidelli Kalex Kalex

Isso talvez justifique o domínio do construtor alemão em número de motos presentes nos últimos anos: os pilotos e as equipas querem sempre para o ano seguinte a moto que venceu esta temporada…
Por isso, especialmente nos primeiros anos, houve equipas que começaram com uma moto e passados alguns grandes prémios trocaram para outra.
Foi o caso da Mapfre Aspar Team, com Mike di Meglio e Julian Simon, que começou a temporada de 2010 com a RSV e ao terceiro GP, em Le Mans, já estavam de Suter. Ou a QMMF Racing Team, cujos pilotos Anthony West e Elena Rosell iniciaram 2012 com a Moriwaki, e a partir do GP de Itália (nona corrida do ano) já estavam aos comandos de Speed UP, com a Moriwaki nesse ano a perder também a Federal Oil Gresini Moto2 para a Suter logo na 3.ª corrida da temporada, no Estoril.

Dos quatro pilotos Suter em 2017, Dominique Aegerter foi o melhor, mas terminando o ano apenas em 12.º

Em Moto3 será ainda pior em termos de diversidade. Com a saída da Mahindra (e Peugeot), nas grelhas da categoria mais pequena do Mundial na temporada de 2018 apenas veremos motos Honda e KTM, mas mais ou menos bem distribuídas: 15 máquinas austríacas e 13 japonesas.