Motociclistas em defesa da segurança contra mais uma injustiça 

"Os utentes das estradas são tratados como um negócio que se procura rentabilizar," lê-se no 'Manifesto Motociclista contra a farsa das inspeções às motos' produzido pelo GAM - Grupo de Ação Motociclista.

O GAM – Grupo de Ação Motociclista emitiu um comunicado onde dá voz às várias razões para o protesto nacional  já agendado para o próximo dia 16 de Outubro contra as inspeções às motos já em 2022. A par dos argumentos que defendem na nota enviada à imprensa, anexam umManifesto Motociclista contra a farsa das inspeções às motos’, o qual convidam todos a lerem atentadamente porque Os utentes das estradas são tratados como um negócio que se procura rentabilizar. O interesse económico continua a prevalecer face à prevenção da sinistralidade rodoviária. As medidas que nos querem impor apenas garantem receita, não previnem a sinistralidade rodoviária. Não aceitamos que as vítimas da estrada continuem a ser usadas para justificar a implementação de medidas que em nada se relacionam com a prevenção da causa dos sinistros”, pode-se ler naquele documento.

Na nota à imprensa o GAM sublinha ainda que “Todos os anos morrem milhares de utilizadores das estradas portuguesas. Automobilistas, ciclistas, camionistas, motociclistas e peões. A segurança nas vias nacionais é posta em causa de forma diária independentemente do veículo utilizado. E não foram as Inspeções Periódicas Obrigatórias aos automóveis que contribuíram de forma decisiva para a redução destes números. Como não o serão para os motociclos.

O Governo, através do Secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, anunciou a entrada em vigor das IPO para motociclos a partir de janeiro de 2022. Anunciou a medida com uma displicência inaceitável para um governante! Mostrando uma falta de sensibilidade política e, sobretudo, um desrespeito enorme por milhares de cidadão que fazem dos motociclos a sua forma de transporte, ganhando em mobilidade e economia nas cidades cada vez mais entupidas de trânsito e em prazer de condução em muitas das belas estradas nacionais que o nosso País oferece.

São esses cidadãos que, no sábado, dia 16 de outubro, a partir das 16 horas, vão fazer ouvir o seu protesto em Lisboa, Porto, Faro, Coimbra, Funchal e Porto Santo contra uma anunciada decisão que, claramente, não leva em linha de conta o interesse maior dos motociclistas: a SEGURANÇA.

Trata-se de mais uma taxa travestida de boa-fé que serve apenas para calar interesses económicos pouco claros. Sim, porque a questão da segurança está bem explícita nas ligações que fornecemos para documentos científicos que provam a ineficácia das inspeções às motos em termos de segurança e redução de sinistralidade. E onde fica provado que apenas 0,3% dos acidentes têm como causa principal o veículo.

Então e as causas dos restantes 99,7% dos acidentes não interessam?

O Manifesto aponta as causas de uma luta de quem não pode e não quer calar-se perante mais uma tremenda injustiça no País dos combustíveis que sobem de preço todas as semanas, onde as motos de 200 kg e duas rodas pagam as mesmas portagens de um automóvel de 2,5 toneladas. E onde uma moto com 25 anos paga uma taxa de IUC de 127,80 € enquanto um automóvel com a mesma cilindrada e a mesma idade paga 18,42 € e carros a gasolina de 1300 a 1750 cc ou a gasóleo entre os 2000 e os 3000 cc (a maioria do parque automóvel nacional!) pagam 57,73 €. Onde está a justiça?” , questiona o GAM na nota enviada aos órgão de comunicação social.

Para quem quiser participar nesta manifestação, dia 16 de Outubro, às 16h00, aqui ficam novamente os locais de concentração dos motociclistas:

PORTO – Avenida dos Aliados

COIMBRA – Parque do Choupalinho (junto ao Exploratório Centro de Ciência Viva)

LISBOA – EXPO (Estacionamento junto à foz do Rio Trancão)

FARO – Estacionamento frente ao Estádio do Algarve

FUNCHAL – Av. Sá Carneiro

PORTO SANTO – Av. Manuel Gregório Pestana Júnior (Praça de Táxis)

Saiba mais em www.facebook.com/gamportugal.

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