MotoGP 2022 – Circuito KymiRing estará em falência

Depois de sucessivos adiamentos o Grande Prémio da Finlândia poderá nunca acontecer. O circuito KymiRing estará em falência.

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Foi nos últimos dias de maio deste ano que a revista MotoJornal publicou um artigo em que explicou os motivos de mais um adiamento do Grande Prémio da Finlândia. Supostamente, e depois de problemas relacionados com a pandemia, as obras no circuito KymiRing deveriam estar concluídas a tempo. Mas as obras estão longe de estar terminadas e a empresa que gere o circuito finlandês terá entrado em insolvência.

De acordo com relatos divulgados pelo portal alemão SpeedWeek e informações do jornal Iltalehti, duas empresas de construção envolvidas nos trabalhos do circuito KymiRing deram entrada em tribunal com duas ações para reclamar dinheiro que lhes é devido.

As empresas em questão são a Maanrakennus Pekka Rautiainen ky e ainda a Macra oy. Nos pedidos que deram entrada no tribunal do distrito de Päijät-Häme, uma região no sul da Finlândia, são exigidos os pagamentos de 370.000 euros e 264.000 euros, respetivamente. Um valor total demasiado elevado para a capacidade financeira do circuito que tem Riku Rönnholm como CEO.

As empresas de construção apresentaram faturas para pagamento com a data de 13 de junho, que não foram pagas, de acordo com as ações que deram entrada em tribunal. É assim exigida a insolvência da empresa que gere o circuito.

kymiringRiku Rönnholm, quando confrontado com este pedido de insolvência, referiu aos meios de comunicação finlandeses que nada sabe a respeito dessa ação em tribunal e que ainda não recebeu essa informação, sendo que o CEO do circuito KymiRing prefere por isso resguardar-se neste momento complicado, preferindo não fazer qualquer tipo de comentário adicional.

Seja como for, as mais recentes informações apontam para que as obras no circuito que deveria receber pela primeira vez a corrida de MotoGP este ano, estarão terminadas em meados de setembro.

Porém, a confirmar-se a impossibilidade de pagar estas dívidas reclamadas pelas duas empresas de construção, e sem a entrada de dinheiro “fresco” na conta do circuito de forma a fazer face a estas despesas (até porque sem corridas não há hipótese de entrar dinheiro proveniente de venda de bilhetes, por exemplo), poderemos chegar a um ponto em que o regresso do Grande Prémio da Finlândia poderá mesmo não se concretizar.

Até ao momento estima-se que os custos envolvidos na construção do circuito chegam aos 30 milhões de euros. O projeto viu a pista ficar asfaltada em 2019, e de acordo com os relatórios financeiros as perdas financeiras em 2020 (resultados de 2021 não foram divulgados) chegaram aos 255.000 euros.

kymiringVeremos o que Carmelo Ezpeleta e a Dorna têm a dizer sobre isto.

Certamente o líder da empresa que promove e tem a gestão do Mundial de Velocidade quererá resolver este tipo de questões o mais rápido possível. Ainda recentemente, após o Grande Prémio de Itália em Mugello, Ezpeleta mostrou-se descontente com alguns circuitos pela forma como promovem as corridas de MotoGP, o que leva a que as bancadas estejam “despidas” de fãs, quando isso não deveria acontecer.

A Dorna e a Federação Internacional de Motociclismo terão, se se confirmar a ausência do circuito KymiRing por questões financeiras, de encontrar alternativas para desenhar um calendário para a temporada 2023 que contemple as 21 rondas que já deveriam acontecer este ano mas que reduziram para 20, precisamente pelo cancelamento do Grande Prémio da Finlândia que, no acordo inicial, estava previsto realizar-se durante um período de cinco anos.