MotoGP 2022 Malásia – Miguel Oliveira 13º na sétima vitória da Bagnaia

Título de MotoGP “preso” por dois pontos depois de Bagnaia vencer pela sétima vez. Miguel Oliveira fecha GP da Malásia em 13º.

Miguel Oliveira

A décima nona corrida da temporada pode não ter tido a espetacularidade da ronda australiana, mas o Grande Prémio da Malásia foi intenso do ponto de vista da decisão do título de MotoGP que agora está “preso” por apenas dois pontos a favor de Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team). O italiano conseguiu a sétima vitória em 2022 e viu Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha) ser 3º, e está com o título cada vez mais nas suas mãos. Miguel Oliveira (Red Bull KTM Factory) fecha o fim de semana malaio em 13º.

No arranque para o GP da Malásia no circuito de Sepang, Jorge Martin (Prima Pramac Ducati) manteve a liderança do pelotão arrancando da “pole position”. O piloto espanhol, parecendo pouco interessado em não participar nas ordens de marca a favor de Bagnaia, realizou uma série de voltas iniciais bastante fortes, e rodava então confortavelmente em primeiro.

Mais atrás Francesco Bagnaia saltou rapidamente para segundo após o arranque. Fez o que ele próprio considerou o seu melhor arranque de sempre, de 9º na grelha de partida, e colocou-se então em posição de pódio e a obrigar Fabio Quartararo a também atacar para levar o título para Valência. Enea Bastianini (Gresini Racing) posicionou-se então em terceiro logo atrás de Bagnaia.

Miguel OliveiraO piloto francês da Yamaha não deixou os primeiros escaparem respondendo ao desafio, e também ocupou posições cimeiras depois de arrancar de 12º, mas ainda algo afastado dos três primeiros, até porque nos momentos iniciais foi obrigado a batalhar com Marc Márquez (Repsol Honda), com o espanhol, oito vezes campeão do mundo, a não apresentar capacidade para rodar nos tempos dos mais rápidos fixando-se na quarta posição.

Para Miguel Oliveira, que arrancou de 18º na grelha de partida, este arranque de MotoGP foi mais uma demonstração de que nestes momentos iniciais o português parece sempre conseguir encontrar espaço para “furar” pela confusão e subir na classificação.

Ainda na primeira volta Miguel Oliveira conseguiu ascender a 13º, rodando então em posições de pontos e com o objetivo de entrar no “top 10”.

Miguel OliveiraPouco depois o piloto português subia mesmo a 12º, enquanto Fabio Quartararo pressionava ao máximo Marc Márquez na tentativa de o passar para quarto e não deixar fugir ainda mais as três Ducati que estavam no topo da classificação desta corrida de MotoGP.

À quinta volta, Quartararo consegue finalmente desenvencilhar-se de Márquez, concretizando a ultrapassagem na primeira sequência de curvas do traçado de Sepang, e a partir daí partiu à procura de reduzir a diferença para Enea Bastianini e Francesco Bagnaia, pois Jorge Martin, em primeiro, parecia estar intocável.

Na sétima volta, e quando todos se perguntavam se Martin iria ceder a liderança a Bagnaia para facilitar a conquista de pontos em relação a Quartararo, o piloto espanhol da Pramac acabou por cometer um erro, sofreu uma aparatosa queda com a sua Ducati Desmosedici GP22 a ficar desfeita em pedaços, mas sem consequências para o piloto, e ficou então fora de ação.

Miguel OliveiraBagnaia e Enea Bastianini estavam então em primeiro e segundo, com o piloto da Gresini Racing a mostrar-se mais rápido que o líder do campeonato, mas a não querer tentar uma ultrapassagem no limite que pudesse colocar em perigo o objetivo do título para Francesco Bagnaia. Até porque Fabio Quartararo estava longe, em terceiro, e cada vez mais ameaçado por Marco Bezzecchi (Mooney VR46), com o “rookie” italiano a saltar do grupo onde estava Marc Márquez, Alex Rins e Joan Mir, os dois pilotos da Suzuki Ecstar, sendo que Joan Mir viria mais tarde a cair e ficar fora de prova.

Por esta altura já Miguel Oliveira subia ao lote dos dez melhores em corrida, rodando em 9º e com claras indicações que poderia levar a sua KTM RC16 #88 a lugares ainda melhores, perseguindo à distância o seu companheiro de equipa Brad Binder.

Na 11ª volta, e de forma surpreendente tendo em conta tudo o que se pensava que eram as ordens de marca da Ducati para proteção de Bagnaia, Enea Bastianini salta para a liderança ultrapassando Bagnaia. Durante alguns momentos o “estado maior” da Ducati revelou algum nervosismo, com Gigi Dall’Igna, Paolo Ciabatti e Davide Tardozzi a envolverem-se em várias trocas de palavras em “segredo” (mas à vista de todos), mas tudo viria a acalmar quando à 15ª volta as posições voltaram a inverter-se e Francesco Bagnaia voltou a primeiro para não mais perder essa posição até à bandeira de xadrez.

Enea Bastianini, na última volta, ainda pareceu tentar qualquer coisa, mas o italiano da Gresini Racing revelou que já não tinha tração disponível no pneu traseiro da sua Ducati para tentar o ataque que lhe pudesse dar uma quinta vitória. Em vez disso salvaguardou o segundo lugar, importante para as contas do seu campeonato, pois está agora a apenas um ponto de Aleix Espargaró (Aprilia Racing), o espanhol que nesta corrida do GP da Malásia de MotoGP esteve longe dos lugares cimeiros, cruzando a meta em 10º.

Atrás dos dois italianos a corrida de Fabio Quartararo ganhou alguma emoção quando Marco Bezzecchi se foi aproximando. Aliás, os dois chegaram a estar separados por apenas três décimas!

O já coroado “Rookie do Ano” de MotoGP tinha nas suas mãos oferecer o título já em Sepang ao seu compatriota e grande amigo Bagnaia, caso passasse Quartararo, mas Bezzecchi, depois desse momento de maior proximidade, acabou por não ter andamento e no último terço de corrida deixou escapar Quartararo que tentou de tudo para “colar-se” aos dois primeiros, mas apesar do seu enorme esforço não deu para ser mais do que 3º e assim adiar a decisão do título para Valência.

Mais atrás, Miguel Oliveira, depois da recuperação até 9º, iniciou então uma segunda metade de corrida em perda. Uma situação que tem sido recorrente nesta sua aventura com a KTM.

Começou por sair do “top 10” descendo a 12º, depois de ser ultrapassado por Jack Miller (Ducati Lenovo Team) e Johann Zarco (Prima Pramac Ducati). A sofrer com os pneus na sua KTM, Miguel Oliveira viria depois a perder mais posições, mas viria a beneficiar da queda de Joan Mir, que já referimos anteriormente, para ascender à 13ª posição, lugar em que terminou este Grande Prémio da Malásia.

Ainda assim, o 13º lugar no GP da Malásia permitiu a Miguel Oliveira subir uma posição no campeonato.

Fique atento a www.motojornal.pt para conhecer a reação de Miguel Oliveira ao GP da Malásia.

Nas contas do título, Francesco Bagnaia tem agora de assegurar dois pontos no Grande Prémio de Valência de 4 a 6 de novembro. O italiano precisará apenas de terminar em 14º, mesmo que Fabio Quartararo vença no Ricardo Tormo, para se sagrar pela primeira vez campeão de MotoGP.

No entanto já vimos em anos anteriores esta última ronda de Valência ser cenário de surpresas. Basta recordar o que aconteceu em 2006, quando Nicky Hayden pensava ter perdido o título depois do que tinha acontecido no Estoril, mas Valentino Rossi deitou tudo a perder no circuito espanhol e permitiu que o “Kentucky Kid” da Honda se sagrasse campeão contra a grande maioria das previsões.

Uma última nota deste GP da Malásia para conquista do título de equipas pela Ducati Lenovo Team. A equipa de fábrica da casa de Borgo Panigale assegurou já o título de equipas e de construtores. Faltará agora adicionar o de pilotos para completar o denominado triplete de MotoGP.

Miguel OliveiraMotoGP Grande Prémio da Malásia – corrida

1 – Francesco Bagnaia (Ducati Lenovo Team)

2 – Enea Bastianini (Gresini Racing)

3 – Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha)

4 – Marco Bezzecchi (Mooney VR46)

5 – Alex Rins (Suzuki Ecstar)

6 – Jack Miller (Ducati Lenovo Team)

7 – Marc Márquez (Repsol Honda)

8 – Brad Binder (Red Bull KTM Factory)

9 – Johann Zarco (Prima Pramac Ducati)

10 – Aleix Espargaró (Aprilia Racing)

13 – Miguel Oliveira (Red Bull KTM Factory)

MotoGP – classificação após GP da Malásia

1 – Francesco Bagnaia – 258 pontos

2 – Fabio Quartararo – 235 pontos

3 – Aleix Espargaró – 212 pontos

4 – Enea Bastianini – 211 pontos

5 – Jack Miller – 189 pontos

6 – Brad Binder – 168 pontos

7 – Johann Zarco – 166 pontos

8 – Alex Rins – 148 pontos

9 – Miguel Oliveira – 138 pontos

10 – Jorge Martin – 136 pontos