MotoGP 2022 P. Baixos – Condições de Assen à chuva são tema no paddock

A chuva intensa que se sentiu no primeiro treino livre de MotoGP levou vários pilotos a criticar as condições do circuito de Assen e até a Direção de Corrida.

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Com os dois primeiros treinos livres cumpridos dando assim início ao Grande Prémio dos Países Baixos, o paddock de MotoGP está a ser palco de uma interessante discussão sobre as condições da pista de Assen quando chove intensamente, como foi o caso da primeira sessão de treinos livres realizada na manhã desta sexta-feira.

As quedas, sem gravidade, foram acontecendo durante a sessão TL1. O fenómeno de “aquaplaning” foi a principal queixa por parte dos pilotos de MotoGP, que mesmo com pneus de chuva da Michelin, que conseguem escoar bastante água do asfalto, quando circulam a alta velocidade em Assen acabam por apanhar grandes sustos.

Por outro lado, o muito spray de água levantado pelas motos é perigoso do ponto de vista da visibilidade para aqueles que rodam atrás, que ficam impedidos de visualizar o que está a acontecer imediatamente à sua frente.

MotoGPO piloto que deu mais voz às críticas às condições do circuito neerlandês neste tipo de condições climatéricas foi Aleix Espargaró. O piloto da Aprilia Racing, segundo na tabela de tempos deste primeiro dia, em declarações a vários meios de comunicação espanhóis, revela que não entende como é que a Direção de Corrida desta 11ª ronda da temporada de MotoGP não optou por interromper a TL1 com bandeiras vermelhas:

“Na TL1 com água, não sei se trouxeram as bandeiras vermelhas [para Assen]. Às vezes fico com a sensação que deixamos as bandeiras vermelhas em casa. Eu parei na box e disse à minha equipa que ‘agora, quando parar de chover voltarei à pista pois não me quero matar’. Na reta a moto não podia passar das 14.000 rpm porque derrapava muito. Como não sou eu que decido [as bandeiras vermelhas] decidi parar na box e esperar”.

Mas será que a aderência do circuito de Assen com a chuva intensa estava assim tão problemática?

Mais uma vez Aleix Espargaró explica: “Em toda a reta traseira fazia aquaplaning, na curva 8 aquaplaning, até na curva 1… Fazíamos aquaplaning e houve várias quedas por isso. Quando acontece aquaplaning podemos fazer duas coisas: ou mostrar bandeiras vermelhas, ou então paramos a moto na box e apanhamos um barco. Não entendo o que aconteceu na TL1. Mas como não sou eu que decido, parei na box”.

MotoGPEm Assen as previsões climatéricas apontam para um fim de semana de chuva. Se chover novamente com muita intensidade, será que é possível realizar uma corrida de MotoGP com segurança?

“Sim, podemos fazer uma corrida, até que aconteça uma desgraça. Mas para mim, com as condições que estavam na TL1, não seria possível realizar a corrida, impossível. Se esta situação se repetir no domingo, espero que cada um faça bem o seu trabalho. Tão fácil como isto. Não penso que seja tão difícil fazer isso”, conclui Aleix Espargaró, que este fim de semana tentará encurtar distância para Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha) na luta pelo título.

E precisamente Quartararo também não se coibiu de falar sobre a segurança dos pilotos de MotoGP em Assen quando chove intensamente. O campeão do mundo disse que “Esta manhã foi uma sessão complicada e concordo em absoluto quando dizem que as condições estavam para lá do limite, como disse o (Miguel) Oliveira. Quando fazemos aquaplaning em plena reta em 5ª ou 6ª velocidade, isso é perigoso. Depois nas curvas é OK. Mas se alguém cair aqui é uma outra história, mas eu não sou um comissário. Essa não é a nossa responsabilidade. É a Direção de Corrida que tem de ver as condições e ouvir os pilotos”.

MotoGPJá Luca Marini (Mooney VR46), tem uma opinião um pouco diferente de Aleix e Quartararo. Para o piloto italiano foi “Acertado podermos rodar na TL1 com estas condições esta manhã. Todos podem escolher o que querem fazer, e os pilotos podem tentar perceber. Penso que a Direção de Corrida tomou a decisão acertada em deixar-nos testar e dar um feedback nesse sentido”, começa por dizer Marini.

Mas em relação à possibilidade de ser realizar a corrida de MotoGP com chuva intensa em Assen, Luca Marini concorda que “Se em corrida encontrarmos estas condições não será possível correr, e deveremos esperar uma melhoria nas condições. Quando seguimos um piloto à chuva, ele tira muita água do asfalto e não se vê nada. Esta pista é estreita e vamos rápido, e isso é perigoso. No fim de tudo temos muitos controlos eletrónicos e a moto pode ser pilotada. Mas fazer uma corrida nestas condições não vejo que seja possível”.

Seja o que for que as condições climatéricas “atirem” aos pilotos de MotoGP durante o Grande Prémio dos Países Baixos, o tema da segurança, e devido à elevada probabilidade de chuva, estará sempre no centro das discussões no paddock.