MotoGP 2023 – Andrea Dovizioso e Hans-Georg Anscheidt vão ser Lendas

Andrea Dovizioso em Mugello e Hans-Georg Anscheidt em Sachsenring vão entrar na lista de Lendas de MotoGP.

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O Hall of Fame de MotoGP está perto de crescer durante a temporada de 2023, assim que os nomes de Andrea Dovizioso e de Hans-Georg Anscheidt forem acrescentados à lista de Lendas do Mundial de Velocidade.

No comunicado divulgado hoje, ficámos a saber que o piloto italiano, que terminou a sua carreira desportiva em MotoGP no ano passado, vai receber a distinção durante o Grande Prémio de Itália no circuito de Mugello. Já o alemão será nomeado Lenda durante o Grande Prémio da Alemanha no circuito de Sachsenring.

Apesar de serem ambos nomeados Lendas do Mundial de Velocidade em simultâneo em 2023, a verdade é que as carreiras dos dois antigos pilotos foram bastante distintas.

motogpNo caso de Hans-Georg Anscheidt, nascido em 1935, a sua carreira no mundial ficou marcada de forma inevitável pelos seus feitos na categoria de 50 cc, durante a primeira década de existência desta cilindrada no mundial. Hans-Georg Anscheidt, na verdade, nem começou pela disciplina da velocidade.

A sua carreira como piloto iniciou-se no enduro, antes de tentar a sorte no speedway em 1957, dois anos depois de ter começado no enduro. Esteve outros dois anos no speedway, até que em 1959 enveredou pelas corridas de circuito e mais precisamente na categoria dedicada às 50 cc, então em corridas de nível europeu.

Hans-Georg Anscheidt aguardou até que as 50 cc fossem incluídas no Mundial de Velocidade, situação que aconteceu em 1962. A competir pela Kreidler, venceu a primeira corrida da temporada em Montjuic, a que se seguiu uma vitória em Monza no Grande Prémio das Nações. Terminou a temporada como vice-campeão, classificação que repetiu em 1963, sendo que em 1964 foi 3º, e no ano seguinte teve mais dificuldades para obter resultados.

motogpEm 1966, com uma mudança para a Suzuki, Hans-Georg Anscheidt iniciou uma série de resultados impressionantes. Nesse mesmo ano celebrou o seu primeiro campeonato mundial de 50 cc, repetindo o título nessa mesma categoria nas temporadas de 1967 e 1968. Por incrível que possa parecer tendo em conta os seus resultados, Hans-Georg Anscheidt não conquistou o seu terceiro título mundial como piloto de fábrica da Suzuki, como tinha sido nos anos anteriores, mas sim como piloto privado!

Retirou-se da competição no final da temporada 1968 e como campeão.

Já Andrea Dovizioso foi um nome a ter em conta num período mais moderno do Mundial de Velocidade. O piloto italiano competiu e foi campeão em 125 cc na temporada de 2004, depois passou a ser um dos candidatos ao título nas 250 cc, tendo depois passado para a categoria MotoGP em 2008, ano em que, como “rookie”, consegue mesmo o seu primeiro pódio.

motogpEsteve até 2011 com a Repsol Honda em MotoGP, onde venceu corridas e subiu ao pódio. Em 2012 mudou-se para a Tech3 privada de Hervé Poncharal, então uma estrutura com forte apoio da Yamaha. Andrea Dovizioso continuou a ser um piloto de topo, e a sua rapidez em pista acabou por despertar o interesse da equipa de fábrica da Ducati.

Em 2013 mudou-se para a equipa de Bolonha, e Andrea Dovizioso rapidamente conquistou a alcunha de “DesmoDovi”, uma referência à moto italiana e ao seu nome. Foi obrigado a esperar alguns anos antes de conseguir uma vitória em MotoGP com a Ducati, uma “seca” que durou desde 2009 e que terminou no Grande Prémio da Malásia em 2016. Pelo meio, diversos pódios com a moto italiana.

A partir desse momento, um renascido Andrea Dovizioso fez a Ducati e os Ducatistas sonharem com um título de piloto de MotoGP, título que escapava à marca italiana desde 2007 com Casey Stoner. Dovizioso foi o maior rival de Marc Márquez durante as temporadas 2017, 2018 e 2019, terminando em todas como vice-campeão. Nessas temporadas de maior fulgor com a Ducati, “DesmoDovi” alcançou 12 vitórias em MotoGP.

Em 2020, e sem conseguir encontrar uma equipa competitiva para o acolher, o piloto italiano decidiu tirar um ano sabático de MotoGP. Manteve a forma competindo no motocross, no campeonato italiano. Mas eventualmente não resistiu a regressar aos circuitos de asfalto e aos protótipos de MotoGP, testando primeiro com a Aprilia, mas acabando por aceitar o convite da Yamaha RNF e regressou ao campeonato em 2022.

Não viria a terminar a temporada, apresentando resultados muito abaixo do que nos tinha habituado. A última corrida de Andrea Dovizioso foi o Grande Prémio de São Marino, com o circuito de Misano World Circuit Marco Simoncelli a ser o cenário de uma apoteótica despedida de Dovizioso da competição.

Agora, tanto Hans-Georg Anscheidt com Andrea Dovizioso serão homenageados pelos seus feitos e conquistas em pista. Ambos serão integrados no Hall of Fame do Mundial de Velocidade como Lendas, juntando-se a uma cada vez maior lista de nomes que se tornaram parte da história do Mundial de Velocidade.

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