A temporada 2027 de MotoGP vai ser o início de uma nova era na categoria rainha. Os fãs, pilotos e fabricantes centram as suas atenções na mudança de motores para 850 cc, ou ainda para a redução da aerodinâmica ou soluções técnicas como os sistemas de ajuste da altura dos protótipos. Porém, Miguel Oliveira, piloto da Prima Pramac Yamaha, realça que a partir dessa temporada haverá um elemento que será mais relevante para o que vamos ver em pista: os pneus!
O piloto português, pese embora esteja fora de competição no próximo fim de semana no Grande Prémio das Américas devido a lesão sofrida na Argentina, mostra-se bastante atento, claro, à chegada de um novo fornecedor único de pneus para MotoGP.
Conforme a Revista Motojornal já aqui lhe contou em detalhe, a Dorna Sports não chegou a acordo com a Michelin para renovar o contrato do fabricante de pneus francês, que desde 2016 entrega aos pilotos de MotoGP os pneus slick ou de chuva que utilizam em cada Grande Prémio.
A Michelin não quis aceitar fornecer as categorias Moto3 e Moto2, pois acredita que para criar um pneu de MotoGP competitivo precisa de focar toda a sua atenção nessa missão. E é precisamente o fornecedor de pneus para as duas categorias referidas, a Pirelli, que passará a fornecer os pneus de MotoGP a partir de 2027.
Para Miguel Oliveira, essa mudança de pneus terá um maior impacto do que aquilo que os pilotos iriam sentir apenas com a mudança dos motores para 850 cc ou a redução da aerodinâmica, sem esquecer o desaparecimento dos sistemas de ajuste da altura das motos.
O #88 diz em declarações reproduzidas pelo portal CrashNet, que “De todas as alterações técnicas que podemos fazer numa moto, a alteração do fornecedor de pneus é, de longe, a maior de todas. E é na verdade a única coisa que pode fazer um reset ao equilíbrio que temos agora. Penso que é a única que pode meter todos a zero”.
Esse equilíbrio está atualmente bastante favorável à Ducati. A casa de Borgo Panigale tem uma longa experiência a trabalhar com os pneus da Pirelli (por exemplo no Mundial Superbike).
E se alguns acreditam que a Ducati poderá perder o seu domínio do MotoGP, já Miguel Oliveira refere que “Não sei se vai permitir aos japoneses recuperar, para ser honesto. Isto porque a Ducati também está profundamente envolvida no Mundial Superbike, e obviamente acumulou muita experiência, pelo menos da tecnologia e filosofia por trás dos pneus (Pirelli). Mas não consigo dizer se isso será realmente uma vantagem ou não”.
O piloto português espera também que os responsáveis pelo campeonato possam colocar em prática um plano que permita aos pilotos de MotoGP começarem a testar os novos pneus Pirelli já em 2026.
Neste momento não existem informações sobre qual será o “timing” em que teremos os primeiros testes dos pneus italianos específicos para MotoGP, mas será, como realça Miguel Oliveira, importante poder começar a testar para os pilotos sentirem o que valem as novas borrachas Pirelli.
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