Quando o campeão Jorge Martín começou a pensar no seu regresso à competição depois de se ter lesionado no primeiro teste de pré-temporada de MotoGP, a Aprilia Racing procurou reunir consenso entre os fabricantes e os responsáveis pela organização do campeonato.
Esse consenso visava alterar o Regulamento da categoria rainha, passando a ser permitido que um piloto que estivesse de regresso após lesão pudesse testar com o seu protótipo antes de efetivamente regressar à competição diretamente num Grande Prémio.
Infelizmente para as intenções da Aprilia Racing e de Jorge Martín, não foi possível atualizar os regulamentos, e o Campeão em título, depois de muitas semanas de paragem desde o momento em que sofreu a lesão em Sepang, teve mesmo de sentar-se pela primeira vez aos comandos da RS-GP25 no primeiro Treino Livre a contar para o Grande Prémio do Qatar. Um evento que terminou com ‘Martinator’ novamente lesionado, e agora com mais gravidade ainda.
O objetivo da Aprilia Racing, liderada por Massimo Rivola, era de permitir aos pilotos que estivessem a regressar de realizarem um teste privado com a sua moto de competição, para que pudessem perceber verdadeiramente se estão prontos ou não para voltar a pilotar uma moto altamente exigente.
A marca italiana frisou, nesse momento, que era mesmo uma questão de segurança para o piloto, mas também para os restantes pilotos de MotoGP, pois embora estivesse dado como apto a competir, não estaria a 100% em termos físicos e com um teste seria mais fácil perceber eventuais problemas.
Porém, o Regulamento manteve-se, e neste caso diz que os pilotos podem rodar em pista com as motos de treinos que não são protótipos. Basta recordar o caso de Marc Márquez, que depois de muitos meses de ausência voltou às pistas e treinou com modelos de produção da Honda.
E quando tudo fazia prever que as regras não seriam alteradas a, a Federação Internacional de Motociclismo (FIM) anunciou, de forma algo surpreendente, uma atualização que permite então que os pilotos de MotoGP lesionados e ausentes da competição por um largo período de tempo, possam testar o seu protótipo de competição antes de voltarem a competir.
Mas esse teste antes de regressar não é aplicável em todos os casos.
Por isso, aqui ficam os detalhes e requisitos para que um piloto possa testar:
– Qualquer piloto permanente de MotoGP que tenha faltado a três ou mais eventos consecutivos;
– Qualquer piloto permanente de MotoGP que não tenha podido participar num evento durante pelo menos 45 dias consecutivos de uma temporada (válido para o período que se inicia com o primeiro teste oficial IRTA da temporada e termina na última corrida dessa temporada);
– Considera-se como ‘Evento’ um Grande Prémio ou testes de mais de um dia, realizados de forma separada do Grande Prémio. Testes realizados em conexão com um Grande Prémio não contam como Eventos individuais, mesmo que sejam realizados em dias não consecutivos ao Grande Prémio;
– Define-se a participação de um piloto num Evento como o piloto tendo saído do pit lane para a pista pelo menos uma vez.
Aos pilotos que se enquadrem nestes critérios será permitido participar numa sessão privada de testes com a sua moto de MotoGP. Essa sessão será realizada num único dia. O teste será realizado num circuito onde o fabricante possa testar de acordo com as regras das Concessões, escolha de circuito de testes ao longo da temporada, se isso se aplicar, ou em qualquer outro circuito onde não seja realizada uma corrida de MotoGP até final da temporada.
Em nenhum caso será possível realizar o teste num circuito onde, nas oito semanas seguintes, se realize um Grande Prémio. E os pneus usados no teste serão ‘descontados’ ao número máximo de pneus que cada piloto tem à disposição para testes ao longo da temporada em curso.
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