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MotoGP 2025 – Tudo o que aconteceu no teste em Jerez

Pilotos e equipas de MotoGP permaneceram no circuito Jerez Ángel Nieto para participarem no dia de testes oficiais.

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Depois do que foi um fim de semana repleto de emoções bem fortes e alta intensidade, o circuito Jerez Ángel Nieto apenas deu por terminadas as atividades de MotoGP em pista no final de segunda-feira. Isto porque os pilotos e equipas da categoria rainha permaneceram no circuito andaluz para cumprir o dia de teste oficial no seguimento do Grande Prémio de Espanha.

Com os dias de testes oficiais a serem muito limitados em quantidade ao longo do ano, os fabricantes, equipas e pilotos têm por isso de aproveitar ao máximo os dias disponíveis para testar ao máximo se quiserem garantir que estão preparados para o que falta disputar nesta temporada 2025 de MotoGP.

Em termos de tempos por volta, Marc Márquez (Ducati Lenovo Team) foi o piloto mais rápido em pista. Recuperado da queda que o afastou da discussão pela vitória no domingo, o oito vezes campeão do Mundo viria a ser o único a rodar no segundo 35. O melhor registo do teste ficou então na posse de Marc Márquez com o cronómetro a parar em 1m35.876s.

Atrás do espanhol ficou outro espanhol, Maverick Viñales (Red Bull KTM Tech3), que continuou a boa forma revelada ao longo do GP de Espanha, com ‘Top Gun’ a colocar a sua RC16 a pouco mais de três décimas do melhor registo, enquanto a dupla da Monster Energy Yamaha destacou-se ao serem 3º e 4º, com Fabio Quartararo e Alex Rins.

Leia também – MotoGP: Guia Completo da temporada 2025

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Mas vejamos em maior detalhe o que foi trabalhado por cada fabricante e equipa ao longo deste dia de teste em Jerez.

Ducati – Ducati Lenovo Team / Pertamina Enduro VR46 / BK8 Gresini Racing

A marca italiana continua a ser a mais forte de MotoGP, e nem mesmo a “pole position” de Fabio Quartararo parece causar mossa na confiança que a Ducati Corse deposita nos seus pilotos e na sua Desmosedici GP, nas mais variadas evoluções.

O trabalho da casa de Borgo Panigale na equipa de fábrica Ducati Lenovo Team centrou-se em melhorar o sentimento de Marc Márquez com a dianteira da sua moto, algo que já vinha a ser trabalhado nos dias de GP de Espanha, e que ficou concluído no teste de Jerez. Aliás, o sucesso do teste ficou bem patente com o #93 a terminar no topo da tabela de tempos.

Do outro lado da box da equipa de fábrica, Francesco Bagnaia e a sua equipa de mecânicos e engenheiros trabalhou no equilíbrio que o italiano tanto procura na sua moto. ‘Pecco’ está longe de se sentir confortável aos comandos da sua moto em ambiente de competição, e particularmente nas corridas. Embora o foco não tenha sido a procura pelo melhor tempo, Bagnaia foi apenas 19º, e o seu semblante na box não deixa antever que o teste de MotoGP em Jerez tenha sido um sucesso.

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Nas equipas satélite da Ducati houve ao longo do dia muitas coisas novas para testar.

Com Franco Morbidelli ausente da box da Pertamina Enduro VR46, devido à queda que sofreu no GP de Espanha, todo o trabalho na estrutura de Valentino Rossi acabou por ser realizado por Fabio di Giannantonio, que rodou com as suas motos equipadas com novo material fornecido diretamente pela Ducati Corse, mas também algumas novidades que lhe foram disponibilizadas pela sua equipa.

Na BK8 Gresini Racing, o foco foi permitir aos seus pilotos, Alex Márquez e Fermín Aldeguer, conseguirem usufruir de mais aderência na traseira. Para isso tiveram à disposição novidades do ponto de vista da eletrónica, mas a maior parte do trabalho feito pela equipa liderada por Nadia Padovani centrou-se nas afinações usadas pelos dois pilotos espanhóis.

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Yamaha – Monster Energy Yamaha / Prima Pramac Yamaha

A marca de Iwata acredita que o futuro em MotoGP passará por instalar no seu protótipo um motor V4. E esse motor já testou em solo europeu durante um teste privado em Valência. Porém, no teste de Jerez, a Yamaha não utilizou esse motor V4 e apenas se focou na evolução do seu bem-conhecido quatro cilindros em linha da YZR-M1.

O tetracilíndrico atual foi atualizado para uma nova especificação que, tendo em conta as declarações dos pilotos das equipas Yamaha, representa um bom passo em frente em termos de potência.

Alex Rins foi o piloto que mais sorriu ao testar a nova especificação do motor japonês, sendo que Fabio Quartararo, embora satisfeito, não se mostrou tão sorridente como o seu companheiro de equipa. Rins destaca a melhoria na velocidade de ponta da M1 com o novo motor. Já Quartararo aproveitou o teste para experimentar um novo assento, bem como outros detalhes de ergonomia.

A novidade a ter em conta a este nível é que Massimo Meregalli, diretor desportivo da Monster Energy Yamaha, confirmou que o motor quatro cilindros em linha com a nova especificação usada no teste de Jerez vai ser utilizado pelos pilotos no Grande Prémio de França de MotoGP dentro de duas semanas.

Na equipa satélite Prima Pramac Yamaha, e quando se aproxima a data de regresso de Miguel Oliveira à ação, que será, ao que tudo indica, no Grande Prémio de França em Le Mans, Jack Miller partilhou do otimismo dos pilotos de fábrica em relação ao novo motor da M1, mas o australiano prefere ser cauteloso. Miller destaca que depois de três dias de competição, o asfalto do circuito andaluz apresentou condições perfeitas, pelo que será necessário aguardar por outro circuito e condições menos ‘perfeitas’ para se perceber o que vale este novo motor.

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KTM – Red Bull KTM Factory / Red Bull KTM Tech3

Depois da boa performance, ou do resultado final, que mostraram na corrida de domingo do Grande Prémio de Espanha, as KTM RC16 voltaram à ação no teste de Jerez com diferentes focos de atenção e objetivos para cumprir por parte de cada piloto.

Na equipa de fábrica Red Bull KTM Factory, e mesmo com uma queda pelo meio, Pedro Acosta foi 5º na tabela de tempos, enquanto Brad Binder conseguiu ser mais rápido de manhã do que na sessão da tarde.

Com as KTM RC16 a mostrarem diversas variações em termos de carenagens aerodinâmicas e combinação de asas e apêndices, Maverick Viñales foi um dos destaques do teste, focando o seu trabalho na entrega inicial de potência do motor V4 da moto austríaca, enquanto Enea Bastianini centrou as suas atenções na fase de travagem e inserção em curva.

No caso dos dois pilotos da Tech3, este trabalho foi já realizado tendo em vista o Grande Prémio de França, o evento de ‘casa’ da equipa francesa de Hervé Poncharal, e que certamente quererá dar aos seus fãs um bom espetáculo em Le Mans.

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Aprilia – Aprilia Racing / Trackhouse Racing

Na casa de Noale a esperança maior, na ausência forçada de Jorge Martín, é que Marco Bezzecchi consiga finalmente descobrir a forma de se conectar melhor com a sua Aprilia RS-GP25.

E o italiano terá conseguido fazer essa evolução, tendo sido feito trabalho específico ao nível da estabilidade em travagem durante toda a sessão da manhã. As motos de fábrica rodaram também com novo pacote aerodinâmico, incluindo as pequenas asas nas laterais traseiras, e o sistema de escape onde se destaca uma nova ponteira. Refira-se que com 99 voltas realizadas ao longo do dia, Bezzecchi claramente mostra vontade de melhorar a sua performance e está a aproveitar todos os minutos possíveis para estar em pista com a sua RS-GP25.

No lado da equipa satélite Trackhouse Racing, e se acreditarmos no 9º tempo do teste, Raul Fernandez terá conseguido descobrir forma de melhorar a sua performance com a Aprilia, algo que tem sido muito complicado para o piloto espanhol, até por comparação com os resultados do seu novo companheiro de equipa Ai Ogura.

Refira-se que no final do dia de teste de MotoGP em Jerez, três motos da Aprilia ficaram no Top 12.

Honda – Honda HRC Castrol / Castrol Honda LCR / Idemitsu Honda LCR

Com todo o trabalho que tem sido realizado em sessões privadas, o teste de Jerez não foi, nem de perto nem de longe uma revolução para a Honda. As melhorias significativas em termos de performance da RC213V, pelas mãos de Joan Mir, Luca Marini e, principalmente, por Johann Zarco, foram reforçadas com mais um dia inteiro de atividade em pista.

Nas boxes das equipas Honda foram disponibilizadas diversas novas peças e componentes, sendo o maior destaque a estreia de um novo braço oscilante fabricado pelo HRC, que certamente procurará melhorar a tração.

Ao contrário do fim de semana em que vimos Aleix Espargaró, piloto de testes Honda, a juntar-se aos pilotos “full time” da marca japonesa, neste teste de segunda-feira em Jerez foi Takaaki Nakagami a ocupar a posição de Aleix. O japonês rodou com uma RC213V ‘experimental’, repleta de diferentes configurações, nomeadamente do ponto de vista aerodinâmico.

Resultados do teste oficial de MotoGP em Jerez

1 – Marc Márquez (Ducati Lenovo Team) – 1m35.876s
2 – Maverick Viñales (Red Bull KTM Tech3) – 1m36.237s
3 – Fabio Quartararo (Monster Energy Yamaha) – 1m36.353s
4 – Alex Rins (Monster Energy Yamaha) – 1m36.507s
5 – Pedro Acosta (Red Bull KTM Factory) – 1m36.552s
6 – Johann Zarco (Castrol Honda LCR) – 1m36.600s
7 – Marco Bezzecchi (Aprilia Racing) – 1m36.615s
8 – Fermín Aldeguer (BK8 Gresini Racing) – 1m36.730s
9 – Raul Fernandez (Trackhouse Racing) – 1m36.730s
10 – Fabio di Giannantonio (Pertamina Enduro VR46) – 1m36.788s

Galeria de fotos teste MotoGP – Jerez 2025

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