É verdade que este domingo no Grande Prémio da Indonésia de MotoGP o piloto português Miguel Oliveira foi um dos destaques na corrida, pois foi o 11º classificado tendo estado envolvido numa batalha pelo 9º lugar, e com isso somou mais 5 pontos para a sua conta pessoal no campeonato, aos quais temos de adicionar o ponto conquistado na corrida Sprint.
Porém, o ainda piloto de MotoGP está a caminho do Mundial Superbike a partir de 2026, tendo assinado contrato com a BMW Motorrad Motorsport para ser o seu novo piloto oficial nesse campeonato.
Assumirá posição de destaque na equipa de fábrica ROKiT BMW Motorrad WorldSBK aos comandos de uma M 1000 RR, no que será um novo desafio, mas durante o Grande Prémio da Indonésia a sua carreira parece estar a seguir um rumo ainda mais interessante e até poderemos vir a continuar a ver o seu icónico #88 a estar nas carenagens de um protótipo de MotoGP na próxima temporada.
Isto porque a Aprilia Racing está interessada em contar com o talento e a capacidade de desenvolver motos que todos reconhecem em Miguel Oliveira. A marca italiana quer juntar o português a Lorenzo Savadori como piloto de testes em MotoGP. E este ‘casamento’ já conta com dois ‘SIM’. Falta agora a bênção da terceira parte envolvida nesta relação: a BMW Motorrad Motorsport!

Já depois de terminado o Grande Prémio da Indonésia de MotoGP, Miguel Oliveira começou por analisar o que aconteceu nesta corrida extremamente exigente, com 27 voltas cumpridas ao circuito de Mandalika:
“O meu arranque não foi demasiado mau, mas depois comecei a sentir a moto muito nervosa. Escolhi o pneu traseiro macio, não foi verdadeiramente um risco, pois era o único pneu com o qual me senti mesmo confortável e aquele que eu pensei que conseguiria gerir. Mas nas últimas voltas tornou-se demasiado difícil. Fisicamente foi brutal por causa do calor. A 8 ou 9 voltas do fim eu estava a sobreaquecer e não consegui baixar a minha respiração e temperatura de volta ao normal, mesmo quando tentei baixar um pouco o ritmo. Fechámos outro fim de semana positivo com pontos, mas estávamos a apontar a algo mais, e esse é o sentimento que levo daqui de Mandalika”.
Porém, a conversa com os jornalistas rapidamente se centrou no seu futuro.
E mais do que a sua mudança para o Mundial Superbike, a verdade é que por estes dias o nome de Miguel Oliveira está a ser muito falado no paddock devido à hipótese do #88 passar a ser piloto de testes da Aprilia em MotoGP.

Uma hipótese que o próprio já definiu como “remota”, mas certamente a porta não está fechada. O piloto português volta a assumir a possibilidade de competir pela BMW Motorrad nas Superbike e também testar, na mesma temporada, com a Aprilia Racing em MotoGP, e da sua parte existe já abertura total para encontrar forma de concretizar este ‘casamento a três’:
“Para mim é uma opção! Claro que, primeiro seria uma coisa para ver com a BMW. A prioridade, claro que seria competir, mas em termos de como as coisas poderiam ser feitas em termos de calendário, mas também porque entendo que a Aprilia queira aproveitar-me ao máximo de me ter a testar a moto deles e não apenas a subir para a moto algumas vezes, nos tempos livres. Por isso é complicado encontrar um calendário que sirva a toda a gente”.
E caso a BMW Motorrad aceite partilhar o seu novo piloto de fábrica nas SBK com um fabricante que atualmente compete em MotoGP, isso significa que a casa de Munique afasta por completo a entrada na categoria rainha?
“Por que não? Não me cabe a mim responder a isso, mas penso que a opinião deles sobre o desporto motorizado é bastante clara. Penso que o MotoGP representa um esforço tão grande em termos de orçamento que eles precisam de ir perguntar ao departamento de marketing, e não sei se eles estão mesmo com essa vontade neste momento”, diz Miguel Oliveira.

Ora, se o piloto já deu o ‘SIM’ a uma divisão de esforços entre a BMW Motorrad nas Superbike e a Aprilia no MotoGP como piloto de testes, também a Aprilia Racing, por intermédio do seu CEO, Massimo Rivola, demonstra ter dito o ‘SIM’ a esta hipótese.
Questionado em Mandalika sobre esta situação, Rivola responde que “Este ano o Savadori fez alguns testes, mas esteve a competir (substituindo o lesionado Jorge Martín). Por isso, se talvez existir a hipótese, se me estão a querer perguntar sobre o Miguel, se existir a possibilidade, vamos aproveitar essa possibilidade. Mas como ele assinou com a BMW, ele terá de perguntar primeiro à BMW. Do nosso lado… vamos ver!”.
Com estas declarações de piloto e da Aprilia Racing, tudo começa a parecer encaminhar-se para um casamento pouco habitual. Um piloto oficial de um fabricante estar a trabalhar ao mesmo tempo noutro projeto de outro fabricante.
Falta agora saber o que pensa a BMW Motorrad Motorsport de tudo isto. Será que a marca alemã alinha nesta proposta de dividir Miguel Oliveira com a Aprilia Racing?
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