Motos de Turismo

Boa viagem!

Cada vez mais pessoas descobrem a moto como o veículo de viagem por excelência. Por isso a oferta no que diz respeito a motos ‘papa-léguas’ tem aumentado. E não só no que diz respeito a verdadeiras ‘turísticas’. Actualmente há muitas motos capazes de nos levar tão longe quanto desejarmos.

Texto: Vitor Martins_Fotos: Arquivo Edição: 1300

Desde há muito que os amantes das duas rodas usam o seu veículo de eleição para partir à descoberta de outras paragens, seja em curtas escapadelas de fim-de-semana, seja em longas viagens de várias semanas, meses ou até anos. Quando pensamos em grandes viagens de moto, somos tentados em pensar nas grandes turísticas, mas na verdade há um imenso leque de motos que nos podem levar longe, muito longe.

Que características fazem de uma moto melhor para viajar do que outras? As respostas mais comuns serão talvez conforto e a capacidade de carga. Mas não é só a moto que conta. Também a atitude do viajante. Na Motojornal já publicámos viagens ao deserto marroquino numa Honda CBR 600, viagens pela Europa de Vespa, nós próprios já viajámos numa Triumph Daytona T595 até à Ilha de Man, e fomos visitados por um americano que durante dois anos viajou pelo mundo numa Harley-Davidson de 1987 comprada muito usada à polícia de Nova Iorque. Conhecemos quem tenha ido ao GP de Itália de MV Agusta F4, e o nosso amigo Carlos Azevedo – que nos tem brindado com excelentes dicas de mototurismo – realizou milhares de quilómetros, por vezes por locais bem inóspitos em (entre outras), modestas monocilíndricas de média cilindrada. Outros intrépidos viajantes como João Menezes e Ernesto Brochado – cujos relatos de viagens publicámos também nas páginas da Motojornal – foram companheiros de viagem à Índia em motos tão distintas quanto uma Cagiva Elefant e uma BMW K75! Mais recentemente, quem esteve nos Pinguins deste ano, encontrou vários motociclistas portugueses que se deslocaram àquela concentração Invernal em Valladolid nas suas Honda PCX 125 cc.

Vendo as coisas nesta perspectiva, o tipo de moto poderá parecer irrelevante, mas poderá impôr limitações, como a distância percorrida por dia, aquilo – ou quem – poderemos levar connosco, a autonomia, o conforto ou mesmo o tipo de viagem. Será certamente mais fácil fazer as picadas africanas com uma KTM Adventure do que com uma Honda Gold-wing, assim como será mais fácil manter uma confortável velocidade de cruzeiro em auto-estrada num dia frio com uma BMW K 1600 GTL do que com uma Yamaha Ténéré. E depois não podemos esquecer dois factores muito importantes: a disponibilidade financeira e o gosto pessoal. Há quem faça mesmo questão de viajar, sem limites, nem que seja com a sua vetusta Honda Dominator, e há quem não faça mais de 200 km se não for pelo menos com uma Yamaha FJR 1300.

Em que ficamos então? A moto importa ou não? Nim. Nem todas as motos são iguais, mas há umas mais iguais do que outras. Ou seja há de facto vários modelos que oferecem mais vantagens do que outras quando chega a hora de fazer as malas, e depois o espírito de viajante trata do resto. Os construtores têm aumentado a oferta no que diz respeito às motos de turismo ou de ‘aventura’, e hoje em dia há vários modelos de vários segmentos que se prestam a este tipo de utilização, e as ‘verdadeiras’ turísticas vêem o seu trabalho ameaçado pelas recentes trails de grande cilindrada e pelas sport turismo. Retiremos a questão pessoal da equação e tentemos analisar racionalmente as actuais propostas do mercado, e vamos considerar quer as curtas viagens de fim-de-semana, com poucas centenas de quilómetros, quer as viagens de férias mais alargadas, com vários milhares de quilómetros.

As grande turismo

As puras motos de grande turismo podem parecer uma espécie em vias de extinção, mas as actuais representantes do segmento são o supra-sumo no que diz respeito a sofás com rodas. Lá vai o tempo em que cada uma das marcas japonesas tinha o seu navio almirante: a Honda com a sua eterna GoldWing, a Yamaha com a Venture Royale, a Suzuki com a Cavalcade e a Kawasaki com a Voyager. Destas, apenas a Honda manteve a aposta neste conceito de grandes turísticas de quatro ou mais cilindros de elevada cilindrada. Por isso a GoldWing, com o seu motor de seis cilindros opostos tornou-se numa referência, com a concorrência a apertar no últimos anos, vinda não do Japão mas da Alemanha, com o lançamento das BMW K 1600 GT e GTL, com um generoso motor de seis cilindros em linha e muita tecnologia. No mesmo segmento, mas com uma filosofia um pouco diferente, há a também eterna Harley-Davidson Electra Glide.

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O que nos oferecem estas motos? Conforto inigualável para duas pessoas, capacidade de carga, motores mais do que suficientes para puxar por condutor, passageiro e respectiva bagagem (incluíndo atrelado, se necessário…), excelente protecção aerodinâmica e muito luxo, que vai do aquecimento dos punhos e assentos, a potentes sistemas de audio com leitores de CD e/ou MP3, sistemas de navegação, tomadas para carregar gadgets electrónicos. O tamanho pode intimidar, mas a par da tecnologia face aos modelos do passado, ganharam também em capacidade dinâmicas, e apesar de poderem parecer autênticos ‘barcos’, a sua maneabilidade é muito melhor do que o seu tamanho e peso podem fazer parecer, e encaram qualquer estrada sem complexos, permitindo mesmo desfrutar da condução. Com depósitos de combustível de grande capacidade, e consumos que podem ser relativamente baixos a ritmo turístico, proporcionam uma grande autonomia, permitindo ‘comer’ quilómetros sem necessidade de parar apenas para abastecer.

O reverso da medalha? São (muito) caras, grandes e pesadas. Tornam-se mais difíceis de manobrar em espaços apertados, especialmente carregadas, e atravessar uma grande cidade europeia em hora de ponta, ou tentar visitar o apertado centro histórico de uma localidade secular pode tornar-se desagradável.

Obviamente, também não são a melhor escolha se o destino incluir muitos quilómetros sem asfalto. E também não serão uma boa opção para uma volta ao mundo, dada a falta de aptidão para caminhos de cabras… mas havendo vontade…

As touring e sport touring

Este é um segmento algo mais abrangente, e onde começa a ser difícil traçar a linha entre touring e sport touring, já que reúne motos pensadas especificamente para o turismo, mas com prestações de relevo, como a Yamaha FJR ou Kawasaki GTR, turísticas ‘ligeiras’ como a BMW R 1200 RT ou Honda Pan European, e outras que não tendo especificamente essa vocação turística, reúnem as características para tal, como a Honda VFR, BMW K 1300 S ou a Suzuki Hayabusa. Este segmento atrai muitos dos motociclistas que passaram alguns anos nas desportivas e com a idade querem algo menos ‘agressivo’ para o físico, mas que lhes permita boas prestações, ao mesmo tempo que podem cumprir muitos quilómetros sem partir as costas e os pulsos.

As que foram pensadas para os viajantes vêm equipadas com malas de origem e têm uma miríade de acessórios propostos pela própria marca, desde malas suplementares ou de maior capacidade, a assentos anatómicos ou de diferente altura do original. Mesmo essas, como o nome indica, são um misto entre uma desportiva, pelas suas prestações e capacidades dinâmicas, e uma touring, devido ao elevado nível de conforto, espaço para condutor e passageiro e protecção aerodinâmica – nalgumas o ecrã pode ser regulado em altura, eléctrica ou manualmente. Alguns modelos oferecem bom nível de equipamento vocacionado para a vertente turística, mas não tão completo como nas grande turismo.

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Para as outras que não têm malas, há no mercado uma grande variedade de soluções desde malas rígidas a alforges e sacos de depósito ou para montar no lugar do passageiro. A posição de condução não é tão relaxada, aproximando-se mais da de uma desportiva, mas sem ser radical, e geralmente a protecção aerodinâmica pode ser melhorada com um ecrã frontal um pouco maior.

Há motorizações para todos os gostos, dos dois aos quatro cilindros, em linha ou em V. Mais leves e ágeis que as touring, acabam por ser um bom compromisso para quem quer viajar confortavelmente sem abdicar das prestações e um comportamento dinâmico muito próximo do de uma desportiva. Muitas destas têm uma menor autonomia que uma touring ou uma trail.

As trail

As grandes trail mudaram muito nos últimos anos. De motos geralmente desconfortáveis, que comprometiam a sua prestação no asfalto para poder ter bom desempenho fora de estrada, passaram a excelentes estradistas e, apesar de tudo, podem ser usadas na terra, embora com alguma limitações, mais impostas pelo tamanho e peso do que pelo comportamento da sua ciclística, uma vez que a tendência foi também aumentar a cilindrada.

A evolução foi racional, pois afinal ninguém compra uma trail de grande cilindrada para ir fazer as trialeiras da Extreme

Lagares. Aliás, evoluíram ao ponto de as marcas lhes chamarem adventure touring, ou seja, motos que permitem grandes viagens, independentemente do tipo de estrada.

A oferta é actualmente imensa, e ao longo dos anos a BMW tornou a sua R 1200 GS na referência do segmento, e apesar de a concorrência ser cada vez maior e melhor, a moto alemã continua a ser um verdadeiro fenómeno. Os contrutores europeus apostaram forte neste conceito, e os motociclistas neste momento não têm uma tarefa fácil quando chega a hora da decisão: a Ducati Multistrada ganhou sucesso imediato, a KTM lança a nova Adventure este ano, a Aprilia recupera o nome Caponord com uma moto muito apelativa apresentada em Milão, a Triumph apontou canhões em direcção à GS com a Explorer – mantendo a mais estradista Tiger 1050 -, e a Moto Guzzi mantém a sua proposta Stelvio – um pouco menosprezada, apesar da sua eficácia. E podemos ainda ainda acrescentar as menos conhecidas Benelli Tre-K, ou Moto Morini Granpasso. Mas não só; no Japão também não ficaram de braços cruzados e a Honda propõe a Crosstourer, a Kawasaki lançou a Versys 1000, a Yamaha tem a Super Ténéré e os fãs esperam ansiosamente o regresso da Suzuki com a V-Strom 1000.

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Isto falando das trail de maior cilindrada, porque há ainda um outro mundo das de média cilindrada, das BMW F, às Tiger, V-Strom e companhia.

Não têm a protecção aerodinâmica de uma touring ou sport touring, mas podem ser igualmente confortáveis, permitindo fazer muitos quilómetros sem cansaço. São espaçosas para o passageiro, e a capacidade de carga é considerável, havendo, para além do material de origem, muitos fabricantes de malas (e outros acessórios) para todos os gostos. São as mais versáteis, já que possuem prestações muito respeitáveis – à altura de algumas sport touring – excelente comportamento estradista e capacidade para enfrentar qualquer tipo de estrada ou caminho, dependendo também da experiência do condutor.

Possuem também no geral uma boa autonomia, graças aos generosos depósitos e consumos razoáveis em ritmo turístico.

Não têm o equipamento das touring ou sport touring – como sistema de navegação ou áudio – mas alguns modelos têm punhos aquecidos e cruise control, e o GPS pode ser montado à posteriori. Estas sim, são uma boa opção para uma volta ao mundo.

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As cruisers

Outra opção válida para viajar são as cruisers, uma variante das custom vocacionadas para quem gosta de acumular quilómetros. Com posição de condução bastante diferente dos segmentos já mencionados, apelam a um ritmo calmo e relaxado, sem colocar ênfase em prestações ou capacidades dinâmicas. O que não quer dizer que as actuais cruisers não permitam desfrutar da condução.

Os construtores viram como os clientes foram adaptando as suas motos para viajar, e acabaram por eles próprios seguir essa direcção, oferecendo versões nesse sentido – com nomes como Strada, Touring, Traveller ou Voyager -, com malas e ecrã frontal para minimizar o impacto do vento, tentado não interferir com a estética, tão importante neste tipo de motos. Também aqui há uma grande variedade de escolha, desde a ‘rebelde’ Ducati Diavel, à paquidérmica Triumph Rocket III Touring, passando pelas estilosas Kawasaki Voyager ou a nova Moto Guzzi California ou ainda a recente variante da Honda GoldWing, a F6B, entre tantas outras, incluindo as incontornáveis Harley-Davidson. Apesar de confortáveis, para muitos a posição de condução poderá tornar-se cansativa, especialmente se os pés forem muito avançados. Preferem rolar em estradas não muito reviradas, e devido ao tamanho, peso e geometria poderão ser difíceis de manobrar na cidade, mas são uma opção muito ‘cool’ para umas calmas férias desfrutando a paisagem.

Luxos
Valem a pena?

Cruise control, áudio, navegação, punhos e assentos aquecidos, ajuste eléctrico dos ecrãs, afinação electrónica das suspensões. Estes componentes são mesmo precisos? Não. Mas dão muito jeito. Uma boa protecção aerodinâmica torna a viagem menos cansativa; o cruise control evita dores de pulso em longos trajectos de auto-estrada, e pode evitar excessos de velocidade por vezes cometidos por distracção; numa viagem pelo centro da Europa no Inverno, manter a temperatura corporal não é só um luxo… depois é uma questão de gosto e disponibilidade financeira: o sistema de áudio é de utilidade questionável, mas o sistema de navegação pode evitar dissabores e tempo perdido.

Uma escolha difícil
Viajar de moto? Qual a melhor moto?

A pergunta é um clássico de qualquer tertúlia de motociclistas e existe desde que felizmente começou a existir uma grande variedade de tipos ou géneros de moto.

Assim sendo os mais “clássicos” vão logo dizer, que naturalmente uma turística é claramente a melhor opção, mas outros poderão dizer que não, é melhor uma “maxi trail” e logo a seguir aquele amigo mais dado ao estilo vai defender que não é muito melhor uma “cruiser” e por último o acelera da tertúlia vai acerrimamente defender outra opção… Não, não é uma RR como podem estar a pensar, o rapaz gosta de andar a fundo mas sabe que ao fim de algumas horas as naturais limitações de uma proposta tão radical se vão reflectir no desconforto físico e até psicológico de não poder ter quase nenhuma bagagem e então a alternativa proposta é uma “sport touring”. Para tentar responder à questão reunimos uma representante de cada um dos estilos referidos; neste caso Honda GL1800 Goldwing, BMW R 1200GS, Harley Davidson Street Glide e uma Yamaha FJR 1300A e fomos para a estrada fazer quilómetros, pelo meio fomos trocando de moto e trocando opiniões. Em comum, e todos de acordo, é importante ter uma boa capacidade de carga, para levar alguma bagagem para as férias, mais ainda se levarmos pendura, depois é indispensável ter um razoável nível de conforto, já que para se poder fazer uma viagem vamos passar muitas horas aos comandos da moto que levamos, mas a partir daqui acabou o consenso. Na realidade todas são boas dependendo do perfil e poder de compra do utilizador e, muito importante, o tipo de viagem que vamos fazer; não esquecendo o tipo de estradas por onde vamos passar. Se quisermos fazer velocidades médias muito elevadas, muita auto-estrada e alguma condução mais “desportiva” obviamente a FJR é claramente a melhor opção, se quisermos ter muita versatilidade, e ir a todo o lado não importa por que tipo de estrada, aí é a GS a dar cartas; já que ainda por cima é a mais fácil de levar (como alguém dizia parece uma DT ou uma XT, e isto é um elogio), se não temos muita pressa, já somos mais experientes ou abonados então podemos pensar na Harley que acabou por ser uma surpresa (para quem não conhece as evoluções da marca na ultima década) em termos de comportamento, e se quisermos subir ainda mais o nível de conforto e equipamento e até de segurança passiva (incluindo air bag) então o navio almirante da marca da asa dourada é a resposta. Será que ficaram satisfeitos com a resposta? Se calhar não, podem sempre dizer que para além de géneros diferentes são, conceitos, pesos, potências e arquitecturas diferentes, mas sempre existe mais informação para alimentar as tertúlias.

Carlos Coutinho

Já não há ‘traineiras’
As capacidades dinâmicas esbateram-se

Há uns anos as grande turismo eram autênticos barcos petroleiros – quer em dinâmica quer em consumo – mas hoje em dia já se ‘mexem’ muito bem e são mais eficientes na utilização do precioso líquido. As trail ganharam em conforto e também em prestações, o mesmo acontecendo com as sport touring. Por isso, em termos de capacidades dinâmicas e prazer de condução, as diferenças diluiram-se, e até as cruisers permitem desfrutar uma boa estrada, embora com algumas limitações, nomeadamente a distância ao solo.

Transmissão
Veio, correia ou corrente?

Nos vários segmentos há diversas soluções para a transmissão final. Em viagem, indiscutivelmente a corrente é a menos prática. Requer vigilância constante, e deve ser lubrificada e a sua tensão verificada frequentemente, e ajustada, se necessário. A correia é o sistema menos usado, mas também o mais fácil: zero preocupações com manutenção. O mesmo acontece com os sistemas de veio de transmissão. Desde que mantenha o seu plano de revisão previsto, em viagem não exige atenções especiais. Os modernos sistemas usados pelas várias marcas melhoraram bastante em termos de funcionamento, e já não há sacões nem comportamentos estranhos que por vezes influenciavam o comportamento da suspensão.

­Basta querer…
E as outras?

Bom, como referimos no início, com a atitude e abordagem certas, qualquer moto nos pode levar onde quisermos, mais ou menos depressa, com mais ou menos conforto, gastanto mais ou menos dinheiro.

Uma Suzuki Bandit 1250, ou qualquer outra semi-carenada, pode ser equipada com malas, ou até mesmo uma naked. E falámos apenas em motos de alta cilindrada, porque um motor pujante é importante neste tipo de utilização, mas há muita gente a viajar em motos de média e até baixa cilindrada, mesmo sem malas, usando uma mochila (o que se torna cansativo) e um saco de depósito ou um saco amarrado ao assento do passageiro.

Tivemos em conta os factores mais relevantes para fazer muitos quilómetros, como o conforto, capacidade de carga, protecção aerodinâmica e ‘força’ para puxar uns quilogramas extra em boas velocidades de cruzeiro, mas não são condições sine qua non, ou seja, podemos muito bem prescindir delas, adaptando se necessário a viagem. O que importa é o prazer que se retira de uma aventura à descoberta de novas paragens, pessoas e culturas, seja aos comandos de uma imponente GoldWing, seja aos comandos de uma modesta XT 600.