Mototurismo: BMW GS Experience na Normandia

Já na sua quarta edição, o BMW GS Experience 2019 levou a imprensa nacional até ao Norte de França, à Normandia, para quatro dias de aventura, aos comandos das mais recentes GS’s, desde a pequena 750 à maior 1250 Adventure. 

Texto Domingos Janeiro • Fotos João Vasco –

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Misto de sensações

Já lá vão quatro edições, desde que a BMW Portugal decidiu dar início a este evento, para a imprensa nacional e alguns convidados, e cujo único objectivo é levar-nos a descobrir “in-locco” as verdadeiras potencialidades das trail bávaras. Foram quatro dias de condução intensa, com a maioria dos quilómetros feitos em asfalto e com uma pequena percentagem fora de estrada, a menor de sempre.

O local eleito no final do Verão de 2019 foi o Norte de França, a região da Normandia, uma zona com grande história e um símbolo da liberdade e libertação, na II Guerra Mundial. Só o próprio nome, Normandia, carrega só por si um dramatismo tal, que quando recebemos o convite até ficámos meio intimidados. No total, percorremos 1010 km, entre cidade, estradas rurais, auto-estrada e pequenos troços revirados.

A chuva e o frio teimaram em acompanhar-nos, acentuado ainda mais a carga dramática. Um evento que nos fez relembrar das qualidades da gama GS, já que os modelos que tivemos disponíveis foram desde a pequena F750GS, passando pela F850GS, F850GS Adventure, R1250GS e R1250GS Adventure. A nós, coube-nos a equilibrada R1250GS.

Programa recheado

Saímos de Lisboa, de avião, num voo ao início da manhã e aterramos em Paris, já passava das 12h00. À nossa espera no estacionamento do aeroporto, tínhamos a frota de GS’s. Seguimos viagem, com destino a Honfleur, com direito a paragem em Giverny, uma pequena vila que ficou famosa por ter sido a casa de Claude Monet, para almoçar. Como nos havíamos perdido à saída de Paris, fomos obrigados a ajustar o programa e passar para o dia seguinte a passagem por Étretat. Com 290 km percorridos, encerrámos o primeiro dia em Honfleur, uma cidade costeira com mais de 1 000 anos de história.

Estradas rurais, sem grandes curvas e com a chuva a aparecer já ao cair do dia. No segundo dia, o programa era mais curto e sofreu logo uma alteração inicial, optámos por ir visitar Étretat, que não tivemos tempo no dia anterior, e que é uma pequena vila de pescadores , conhecida pelas falésias de areia branca com as rochas a remeterem-nos para silhuetas de elefantes, que deram origem a diversos quadros de pintores famosos, incluindo Monet´, abdicando assim da visita a Camembert, onde estava previsto conhecermos todo o processo de fabrico deste famoso queijo francês. Seguimos viagem para Bénouville, que antecipou a nossa chegada à costa, às praias de Arromanches Sur Mer, onde nos perdemos a contemplar os quilómetros de praia, areia e restos de um desembarque sangrento. Foi aqui que tivemos a nossa única experiência fora de estrada, um pequeno troço com meia dúzia de quilómetros sempre junto à praia.

Passámos pelo memorial de Arromanches, um dos locais mais afectados no desembarque de 6 de Junho de 1944. O hotel, estava logo ali ao lado, na localidade (Les Villas d’Arromanches). Encerramos este segundo dia com 195 km percorridos. Terceiro dia de viagem, seguimos em direcção a Vierville-sur-Mer, sob chuva intensa e temperaturas baixas, para visitar uma das praias mais conhecidas do dia D, Omaha Beach.

Daí, partimos para um dos locais mais visitados de França, o Monte de Saint- Michel, cuja origem remonta ao ano de 708, com paragem em Avranches para almoço. A chegada a Parigné, ao Château du Bois-Guy, onde ficámos instalados nesta última noite na Normandia, fez-se já de noite e com mais 200 km acumulados. Por fim, no quarto e último dia, saímos de Parigné com destino a Paris, numa viagem quase sempre feita por auto-estrada, que nos levou a percorrer 314 km até à BMW França, onde entregámos as motos.

A moto

Como já mencionei anteriormente, a moto que nos “coube em sorte” foi uma R1250GS, cujo funcionamento já era nosso conhecido e que se mostrou a moto ideal para este tipo de aventuras ou de grandes viagens. Dá gosto chegar ao final do dia sem cansaço acumulado pelos quilómetros e com a sensação de que poderíamos estender os quilómetros feitos num só dia para quase o dobro, que o nosso corpo dificilmente reclamaria. Os punhos aquecidos mostraram-se vitais, assim como o ecrã regulável. Motor com uma entrega fabulosa e uma atitude fora de estrada muito honesta, franca e, acima de tudo, muito equilibrada. Nesta versão normal, com o assento na posição mais baixa, temos uma confiança e à vontade inabaláveis. Para quando uma tomada USB de série? Isso é que era!

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