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Portugal de Lés-a-Lés Off-Road – A crónica da 2ª Etapa de Penamacor a Reguengos de Monsaraz

A caravana de aventureiros viajou de Penamacor a Reguengos de Monsaraz na 2ª Etapa do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road.

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Um Portugal de Lés-a-Lés não é ‘apenas’ uma aventura na travessia do mapa continental, mas também – e sobretudo! – um amplo somatório de histórias e experiências que enriquecem as vivências dos participantes. E como qualquer história que se preze, também o 10º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road tem reis e rainhas, fadas e duendes, diabinhos e anjos.

Sim, ‘anjos’ que voam sobre os caminhos de terra para proteger a caravana, sem as celestiais vestes brancas, é certo, antes se distinguindo pelos coletes fluorescentes e a cruz vermelha que ostentam também nos plásticos das Yamaha Ténéré 700 Rally.

São os elementos da Moto Emergência que depois de um primeiro dia particularmente trabalhoso, por força de um percurso longo e muito exigente, tiveram uma segunda etapa, entre Penamacor e Reguengos de Monsaraz, bem mais calma.

“Talvez devido ao cansaço acumulado na ligação desde Chaves, muitos participantes tenham optado por um ritmo mais conservador ou mesmo por alguns atalhos por estrada para poupar o físico e ganhar tempo”. O comentário de Luís Isqueiro, coordenador da assistência médica desde há muitas edições do Lés-a-Lés, é, por isso mesmo, uma opinião conhecedora de toda a envolvente de segurança do evento organizado pela Federação de Motociclismo de Portugal.

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Para este Portugal de Lés-a-Lés Off-Road a maior alteração na equipa de auxílio médico prendeu-se com a utilização de cinco motos iguais, cedidas pela Yamaha Motor Portugal, juntando à eficácia de sempre uma imagem que os torna facilmente identificáveis dentro da colorida caravana.

Uma equipa que, além das motos conduzidas por Pedro Pereira, Filipe Garcia, João Melo, Bruno Alves e André Gonçalves, conta com outros três elementos (Fernando Magalhães e Ivo Silva além do próprio Luís Isqueiro) em dois veículos 4×4 para garantir a segurança, em todos os momentos, com uma logística que permite acompanhar e intervir em poucos minutos em qualquer ponto do percurso.

O ‘truque’ é um sistema de ‘tracking’, monitorizado pelo coordenador que segue num dos veículos de quatro rodas, que indica onde está cada um dos ‘anjos’ e assim sabendo qual o elemento mais rápido a chegar a uma situação de emergência.

Com uma imagem ainda mais visível e distinta, conferindo acrescida sensação de segurança a todo o pelotão, os técnicos de emergência prestam o primeiro socorro a qualquer um que sofra um acidente – que, nestas coisas de aventura, estão sempre à espreita… – e são uma mais-valia deste evento, deixando surpreendidos os estreantes e os muitos estrangeiros que integram a caravana.

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A sopa, o pudim e as massagens

Estrangeiros que também não escondem o espanto perante a as marquesas da equipa de terapeutas e osteopatas, sempre prontos a remediar algumas lesões contraídas durante as etapas.

Autênticas ‘mãos de fada’ dos elementos da Osteomotus cujo trabalho é também um excelente barómetro da exigência de cada tirada.

Basta ver que no primeiro dia a Adriana Duarte, o Edgar Valente, o Miguel Roseta e o Rui Soares contribuíram para o bem-estar de mais de 40 participantes, número que baixou de forma notória na chegada a Reguengos de Monsaraz.

Lesões musculares e pequenos entorses, pancadas sofridas nos dedos e mãos ou dores lombares são as queixas mais frequentes entre os aventureiros do Lés-a-Lés Off-Road.

Que até pouparam o físico na parte final da tirada, obrigados a desviar por estrada asfaltada devido a um portão de uma herdade fechado com um enorme cadeado. E isto depois de, durante o dia, todos os participantes terem demonstrado inatacável sentido cívico, fechando todas as cancelas atravessadas pelo percurso.

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Tudo isto num dia em que os 337 quilómetros de percurso, maioritariamente em pisos rolantes, mas com bastante pó e algumas zonas técnicas, foram entrecortados por umas quantas ligações em asfalto bem como as sempre esperadas paragens nos Oásis.

A meio da manhã, no espaço montado pela Yamaha na aldeia de Perais, um pouco antes de Vila Velha de Rodão, tempo para uma água, uma peça de fruta e uma barra de cereais, antes do lauto e variado menu servido pela multifacetada equipa de cozinheiros da FMP em frente ao castelo de Alter do Chão.

Saladas, sopa, carnes e fruta variada foram ementa a que ninguém pôs defeito…

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Aliás, a questão da alimentação tem sido comentada de forma muito positiva pelos participantes, recordando, entre outras refeições, o excelente jantar em Penamacor com entradas quentes, queijos, sopa, saladas, carne de porco à alentejana e, para sobremesa, opção entre um delicioso pudim caseiro e melão bem fresco.

Uma curiosa herança para usar no TT

Refeições que têm feito as delícias de todos os motociclistas, os portugueses e os muitos estrangeiros presentes, como é o caso de Charlie Woods e do namorado Dylan Farminer que, juntamente com o padrasto da primeira, Mark Stride, formam a equipa… Charlie’s Angels.

Que, para que se perceba o total envolvimento da família, contam com o apoio da matriarca na condução da autocaravana com que viajaram desde Exeter e Southampton, bem no sul de Inglaterra.

E que traziam uma história curiosa para contar.

Charlie e Mark estiveram no 7º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, em 2022 e com eles era suposto ter vindo um amigo muito próximo. Que viria a falecer devido a doença, pouco tempo depois, deixando em testamento a sua Triumph Tiger 1200 ao amigo de longa data, com o desejo expresso de que a usasse em fora-de-estrada e, quando estivesse cansado da moto, a vendesse, revertendo então a verba para a viúva.

Como o padrasto de Charlie enfrenta, também ele, um processo degenerativo, o namorado comprou a Tiger, mantendo em casa a ‘joia da família’ e estreando-se em Portugal na condução off-road.

Sem grande experiência no TT, vai tentando acompanhar a mais expedita namorada e utilizando a boa compleição física para ajudar a levantar a Yamaha XT660 quando surge algum percalço.

O sentido da reflorestação com espécies autóctones

Lado a lado com o evento mototurístico anda a 7ª edição da campanha Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, ensinando às populações, sobretudo às crianças mais jovens, as vantagens em plantar árvores de espécies autóctones.

Depois de Chaves e Penamacor, foi a vez da Escola Básica de Perolivas e da Escola EB1 de Campinho onde alunos do 1.º Ciclo ouviram atentamente todas as explicações sobre a iniciativa de sensibilização e participaram ativamente na plantação de um freixo no pátio das escolas.

Uma campanha que mais do que simplesmente alertar para os maiores cuidados a ter na reflorestação das áreas ardidas, vai prosseguir no terreno, durante os meses mais propícios ao plantio de árvores, em função da espécie e da região.

Como sucederá também em Lagoa, onde serão entregues algumas árvores no dia em que termina o 10º Portugal de Lés-a-Lés, com a ligação desde Reguengos de Monsaraz a contabilizar 313 quilómetros, variando entre as típicas paisagens alentejanas e as exigências da serra algarvia.

Texto e fotos: Gabinete de Imprensa do Portugal de Lés-a-Lés

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