Reportagem: Lisbon Motorcycle Film Fest – 4ª Edição

Nesta 4ª edição de LxMFF deixou de haver a questão da consolidação, do crescimento, do impacto, entre outros chavões que usamos nestas ocasiões.

Texto: Domingos Janeiro. Fotos: Pedro Lopes.

Sábado ao final da tarde, demos por nós prostrados no passeio em frente à parca mas alta escadaria do Cinema São Jorge para apenas apreciarmos tudo o que nos rodeava. Um mar de motos paradas, outras tantas em inebriada azáfama a subir e a descer a carismática Avenida da Liberdade, uns acabados de sair das salas do São Jorge, outros a chegar e outros que aproveitaram para a penas passar pela porta do festival em jeito de preparação de um dos pontos altos do festival, o passeio nocturno de sábado.

Ficámos ali, só a apreciar, a tentar passar desapercebidos para não nos perdermos em conversas. Só olhar, aproveitar, absorver e respirar! Respirar a paixão que gira em torno deste evento, do ambiente único e tão particular que nos tem conquistado desde há quatro anos, no primeiro fim-de-semana de Junho!

A quantidade de pessoas que passaram por este mítico cinema entre 31 de Maio e 2 de Julho não deixa margem para dúvidas quanto ao sucesso que este evento continua a ter e à fórmula de sucesso que tem sido aplicada, com os respectivos esforços, por parte da organização, em nos oferecer qualquer coisa de nova e “fresca” ano após anos.

O LxMFF é um dos melhores festivais de cinema a nível mundial e o melhor entre as duas rodas!

O público internacional, que marca nas suas agendas pessoais este “pequeno” evento português continua em franco crescimento, fruto das críticas fantásticas que o evento e respectiva organização têm sido alvo ao longo destes últimos anos.

Números recorde

O crescimento é notável ano após ano e isso, reflete-se nos números revelados pela organização. Os mais de 2000 ingressos vendidos dão uma média muito interessante, à qual temos que juntar pelo menos o dobro de pessoas que por ali passaram apenas para estar com os amigos, ver as motos, confraternizar, beber um copo e participar da festa, sem pagar…

 

 

 

 

 

Como nos conta a organização, “podemos revelar que uma vez mais, todas as expectativas foram superadas. Durante os 3 dias de evento, mais de 2000 espectadores entraram nas salas do Cinema São Jorge para assistir aos filmes e às talks, e muitas mais passaram pelo São Jorge para ver as motos expostas e sentir o ambiente, que uma vez mais foi formidável.”

Outro número importante a reter foi o da participação de cerca de 700 motos, que desfilaram na noite quente de sábado pelas ruas de Lisboa, com muitas presenças de  vulto que fizeram questão de rolar neste que também já é um evento de relevo dentro do próprio evento principal, como o mítico presidente do Motoclube de Faro, Zé Amaro, que se fez acompanhar por mais de uma dezena de sócios do MC Faro e que antes da Night Ride tinha estado, como convidado, na conversa relativa ao filme “Easy Rider”.

 

 

 

 

 

De salientar, além da fantástica organização e do fulcral trabalho da Esquadra Moto da Divisão de Trânsito da PSP de Lisboa, a participação cada vez maior neste passeio por parte dos convidados internacionais do LxMFF.

A edição de 2019 do Lisbon Night Ride terminou no novo Choupana Caffe, no novíssimo Terminal de Cruzeiros de Lisboa, onde se realizou a festa oficial do LxMFF.

Convidados e programa

Presença de destaque nesta 4ª edição de Lisbon Motorcycle Film Fest foi a do americano Paul d’Orleans, mentor do primeiro Motorcycle Film Fest em Nova Iorque e fundador do blog www.vintagent.com, que participou na conversa sobre o filme “Easy Rider”, que celebrou este ano 50 anos.

Os números são claros e não deixam margem para dúvidas: mais de 2000 ingressos vendidos ao longo dos três dias e mais de 700 participantes no Lisbon Night Ride. Temos que acrescentar as muitas pessoas que passaram pelo espaço do Cinema de São Jorge para ver as exposições e participar nas já famosas Talks e que em muitas delas esgotaram as salas
As honras de abertura do cartaz desta edição, o melhor, mais completo e mais homogéneo de sempre, ficaram a cargo do documentário “O Dobro de 44”, realizado por Joaquim Horta, sobre o piloto português de MotoGP, Miguel Oliveira, a mostrar que a produção nacional está num patamar elevadíssimo de qualidade.

Por falar em produção nacional, no sábado, um dos grandes destaques recaiu sobre a curta “Dust Girls Marrocos” realizado por Manuel Portugal e, no domingo, mais uma curta nacional a marcar o dia, desta feita a “Casa Portuguesa: Tugas em Motorbeach 2018” da Hello Movement.

Na sexta-feira, o filme sensação de 2019, “Oil in the Blood” encerrou o primeiro dia de festival, onde estiveram presentes Gareth Maxwell Roberts (Realizador) e Lucy Selwood (Produtora). No dia seguinte, sábado, o dia iniciou-se com a “Press Jam”, no Lisbon Marriott Hotel.

Na parte da tarde, além da exibição completa e variada das sessões de cinema, tiveram lugar três “talks”, tendo uma delas, particularmente, esgotado a sala 2 do Cinema São Jorge: Elspeth Beard, a primeira mulher britânica a dar a volta ao mundo de moto, nos anos 80’.

 

 

 

 

 

A sessão noturna, que celebrou os 50 anos do épico “Easy Rider”, contou com quase 500 espetadores na Sala Manoel de Oliveira, que antes de visionarem o filme, tiveram a oportunidade de assistir a uma “talk” de luxo, com a presença de Rui Tendinha (crítico de cinema), Zé Amaro (Presidente do MotoClube de Faro) e Paul D’Orleans (Historiador de Motos).

Domingo começou bem cedo com a transmissão em direto das três corridas do MotoGP com o apoio da Sport TV e com nota muito positiva para o ambiente que se respirou em todas as corridas, com especial enfoque na última do dia, a de MotoGP, não só pela presença do nosso Miguel Oliveira em pista, mas também por ter sido uma das corridas mais disputadas da temporada.

 

 

 

 

 

Ainda durante a manhã, houve tempo para a conversa com o Francisco Fernandes (mais conhecido por Xico Patife), piloto de Motocross com apenas 6 anos de idade e filho de Cristiano Fernandes, 10 vezes campeão nacional de Supermoto, que nos contou um pouco da sua história e ambições que tem para o seu pequeno e promissor campeão.

Outra “Talk” a salientar foi a de Francisco Sande e Castro, sobre a sua volta ao mundo, cujo interesse levou a casa cheia na Sala 2 do Cinema São Jorge. Durante a tarde foram várias as sessões de cinema, tendo o último dia do LxMFF terminado com a longa “Wayne”. Marcou presença Fraser Brown, produtor deste filme que conta a história de vida do lendário piloto australiano, Wayne Gardner.

A quarta edição do LxMFF mostrou grande maturidade e equilíbrio no programa. Sem dúvida uma das melhores edições de sempre!

A edição de 2020 já está a ser preparada, com uma data “redondinha” que promete mais e melhor cinema e muitas novidades. Uma nota final para a organização, onde se nota a verdadeira paixão pelo mundo das duas rodas, a sua humildade e espírito de missão, que é sem dúvida um exemplo a seguir.

Uma segunda nota para o público, cada vez em maior número e que deixa assegurada a continuidade deste que é um marco na celebração da cultura motociclista!

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