A terceira ronda do Mundial Superbike 2022 realiza-se em Portugal, e mais precisamente no circuito do Estoril. A organização do evento conta com o Motor Clube do Estoril para ajudar em todas as operações dentro e fora da pista, e a revista MotoJornal falou com o presidente do histórico MCE, António Lima.
Nesta terceira visita consecutiva ao “seu” circuito, António Lima não consegue esconder o orgulho pela presença de alguns dos melhores pilotos de motociclismo mostrarem todo o seu talento nos mais de 4 km de extensão e asfalto do traçado que tem a Serra de Sintra como cenário de fundo.
Aqui fica a entrevista a António Lima
MotoJornal – Mais de duas décadas depois da fundação, o Motor Clube do Estoril continua a trabalhar nos mais prestigiados eventos como o Mundial Superbike. Como presidente do MCE, como te sentes ao acolher e organizar mais uma prova de cariz mundial e ainda para mais agora que acumulas com cargo de maior responsabilidade dentro da própria organização do mundial?
António Lima – Para nós MCE é um orgulho receber os grande eventos do Desporto Motorizado no Estoril e toda a equipa MCE está como sempre focada e dedicada em dar o nosso máximo para garantir ao Promotor Dorna, à FIM e FMP todas as garantias que temos um circuito que cumpre todos os requisitos de segurança solicitados pela FIM e uma equipa de comissários e oficiais de prova cuja dedicação, entrega e profissionalismo são o garante que os pilotos e equipas vão encontrar no Estoril um circuito ao nível dos melhores circuitos do Mundo.
Acreditamos que o fator segurança dos pilotos e condições técnico desportivas nos eventos deste nível são fatores de extrema importância, e felizmente o Circuito do Estoril conta com uma Administração para quem as condições de segurança são um ponto de honra e queremos destacar dois grandes investimentos que foram feitos este ano pelo circuito em prol da segurança e capacidade médica: o reasfaltamento total da zona de Long Lap na curva 6 para retirar duas caleiras de água que poderiam ser um potencial problema para pilotos, e a aquisição de um novo sistema de Raio-X digital, do mais sofisticado que existe hoje em dia e que vai permitir às nossas equipas médicas ter mais qualidade nos diagnósticos que são feitos no Centro Médico do Circuito.
Este forte investimento mostra que o Circuito do Estoril que comemora este ano 50 anos de existência, continua a zelar pela segurança e qualidade que oferece a todos os pilotos que nos visitam.
Este ano assumi funções como FIM Chief Steward permanente no Mundial de SBK. É um desafio enorme e um prestígio ter a confiança da FIM e Dorna nestas funções, confesso que é um função aliciante, de muita responsabilidade e com uma carga de stress enorme, mas felizmente conto com uma equipa de elementos da FIM com enorme qualidade e que tem demonstrado estar ao nível deste desafio.
Infelizmente não posso estar na prova do Estoril, pois sou também Race Director do FIM JuniorGP e este fim de semana temos a segunda prova em Valência, mas estou seguro que a equipa do MCE estará como sempre ao seu melhor nível.
MotoJornal – Este não é o regresso das Superbike ao Estoril, pois esse regresso aconteceu em 2020. Mas é o primeiro ano sem restrições da pandemia. O público fez muita falta ao Circuito do Estoril nos últimos dois anos? E tens alguma expectativa em termos de número de pessoas que visitam o circuito ao longo do fim de semana do Mundial Superbike?
António Lima – Esperamos que o público venha ao Estoril em grande número, precisamos dessa moldura humana para continuar a poder contar com o Mundial SBK no Estoril. Tomámos várias medidas e iniciativas para que quem nos visita tenha as melhores condições possíveis e tenho de salientar que no Mundial SBK muita da ação e contacto direto com os pilotos acontece no Paddock a cerimónia de pódio, o parque fechado onde chegam todas as motos e pilotos será no Paddock com a presença nessa zona do público que nos visita, com sessões de visita às boxes, etc.
O Paddock show do Mundial SBK foi totalmente remodelado e conta com muita animação e várias atividades para o público durante os 3 dias do evento. O objetivo da Dorna e do Circuito do Estoril é que esta prova de SBK seja uma festa com muita animação e contacto entre o público e os pilotos.
MotoJornal – Há restrições no acesso ao paddock, que será a zona mais “sensível” em termos de acesso do público?
António Lima – Não haverá nenhuma restrição a quem tiver um bilhete de acesso ao Paddock, que terá também acesso às duas bancadas que vão abrir, A e B.
MotoJornal – Organizar uma prova deste calibre não é uma tarefa fácil. Como é que o MCE prepara o Mundial Superbike? Ou seja, há alguns cuidados especiais? É necessário um reforço em termos de staff para estes dias?
António Lima – Os meios que existem numa prova do Mundial como esta são cerca de 4 a 5 vezes superiores em termos de meios humanos, médicos, etc. Para se ter uma ideia numa prova do Campeonato Nacional de Velocidade temos 29 Postos de comissários, no Mundial Superbike temos cerca de 80! Mais de 40 médicos, paramédicos e enfermeiros, e ainda 12 ambulâncias estão ao serviço desta prova.
Já em termos de segurança passiva gostaria de referir que todos os sistemas que temos montados para o Mundial Superbike (Air fences, Espuma SPM, etc) são exatamente os mesmos que os pilotos do CNV têm sempre que competem no Estoril. Essa é uma regra de ouro do Circuito do Estoril e do MCE.
MotoJornal – Muitos motociclistas queixam-se por vezes das condições de acesso aos circuitos, e a forma como são recebidos. As motos terão estacionamento gratuito e em asfalto no Circuito do Estoril. Isso é algo que o MCE faz questão de disponibilizar a quem visita o circuito nestes dias de Mundial Superbike para garantir que os motociclistas são bem recebidos e se sentem em casa?
António Lima – Todos são bem-vindos ao Estoril, mas vamos privilegiar quem vier de moto, por questões logísticas e de limitação de lugares de estacionamento que pode existir no Estoril nesse fim de semana. Nesse sentido, a entrada de público para o Paddock será feita exclusivamente pelo Túnel B (final da Bancada B) e para facilitar o estacionamento a motos e rapidez de acesso ao interior do circuito, vamos ter um parque exclusivo para motos na traseira da Bancada B, ou seja a poucas dezenas de metros do túnel de acesso direto ao Paddock. Caso queira aceder à Bancada A ou B está também muito perto e facilmente acessível.
É um parque em alcatrão e que reúne todas as condições para deixar a moto e entrar tranquilamente no Paddock.
MotoJornal – Haverá algum evento ou acontecimento especial planeado para o paddock para além das sessões de autógrafos e o pódio?
António Lima – O Paddock Show tem animação e atividade constante durante os três dias e podem surgir algumas novidades em breve.
Fique atento a www.motojornal.pt pois estamos no Circuito do Estoril a acompanhar de perto tudo o que acontece nesta ronda do Mundial Superbike! Quer saber quais os horários completos do fim de semana? Então clique aqui!