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SBK – A petição de Bautista contra a regra do peso divide o paddock e pilotos que assinaram a petição terão voltado atrás no seu apoio

O Mundial SBK está dividido por causa da petição de Bautista contra a regra do peso. Pilotos assinaram, equipas estão contra. O que está a acontecer?

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A temporada pode já ter terminado em Jerez há quase duas semanas, mas a verdade é que o paddock do Mundial Superbike ainda não foi de férias. Não só porque em novembro teremos testes em Jerez, onde, provavelmente, poderemos ter Miguel Oliveira a estrear-se com a BMW Motorrad M 1000 RR, mas também por causa da petição lançada por Alvaro Bautista contra a regra do peso combinado ‘moto-piloto’.

O piloto espanhol, que se despediu esta temporada da equipa oficial Aruba.it Ducati e está a caminho de nova aventura no Mundial SBK agora na equipa privada Barni Spark Ducati em 2026, aproveitou a derradeira ronda disputada no circuito de Jerez para lançar uma petição contra a regra de peso combinado ‘moto-piloto’.

Aplicada desde há duas temporadas, esta regra foi criada com o intuito de equilibrar a competição, minimizando o efeito que permite aos pilotos mais leves do campeonato, como Alvaro Bautista, usufruírem de benefícios em aceleração e velocidade em pista em comparação com os pilotos mais pesados.

Esta regra, quando feitas as ‘contas’ aos pesos, apenas se aplicou a um piloto: Alvaro Bautista.

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bautista

O espanhol, que vinha de dois títulos consecutivos de Superbike com a Ducati Panigale V4 R da equipa oficial, passou a competir com a sua moto com lastro (peso fixo à moto): 6 kg. A partir desse momento, mesmo perante as suas queixas, não apenas de que era uma situação injusta e discriminatória, mas também por segurança, vimos Bautista passar de discutir frequentemente as vitórias para sentir muitas dificuldades em mostrar-se competitivo.

Em particular, na primeira parte das corridas, quando as motos estão bastante mais pesadas devido ao peso do combustível no depósito.

Dois anos passaram e, sentindo-se injustiçado e discriminado, inclusive no momento de negociar contrato com outros fabricantes que recusaram negociar com o espanhol pois não queriam ver as suas motos com lastro, Alvaro Bautista decidiu passar à ação, lançando na última ronda do Mundial SBK 2025 uma petição que começou por entregar aos restantes pilotos do campeonato, os seus rivais.

De forma até considerada surpreendente, pilotos que durante todo este tempo quiseram a regra assinaram agora a petição lançada por Bautista.

 

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De acordo com as palavras do espanhol de Talavera de la Reina na ronda final, todos os pilotos aceitaram assinar a petição contra a regra do peso combinado ‘moto-piloto’. A única exceção foi Jonathan Rea, que esta temporada colocou um ponto final à sua carreira como piloto a tempo inteiro no Mundial que venceu por seis vezes consecutivas. O norte-irlandês optou por ficar à margem desta situação, até porque já não estaria a competir.

A petição foi entregue à Comissão de Superbike. A Dorna SBK e a Federação Internacional de Motociclismo, na posse da referida petição com assinaturas de todos os pilotos de Superbike (menos Rea), decidiram abrir uma discussão sobre o tema com a MSMA, a associação de fabricantes.

A revogação da regra do peso combinado ‘moto-piloto’ ficaria dependente da decisão, que teria de ser unânime, de todos os fabricantes. A Ducati, claro, votou a favor de acabar com a regra. Os restantes fabricantes votaram contra acabar com a regra. Yamaha, BMW Motorrad, Bimota e Kawasaki vetaram o fim da regra do peso combinado ‘moto-piloto’.

Desta forma, e à falta de unanimidade por parte dos vários fabricantes, o regulamento do Mundial Superbike não deverá ser alterado e continuaremos a ter a aplicação de uma regra que, pese embora seja geral, para ser aplicada a qualquer piloto, na realidade acaba por apenas penalizar um único piloto.

No entanto, tudo isto poderá mudar de um momento para o outro…

Basta ver o que terá acontecido com o apoio que os pilotos da Yamaha deram a Alvaro Bautista. De acordo com uma notícia publicada pelo portal italiano GPone, os pilotos Yamaha, que inicialmente assinaram a petição, terão dado um passo atrás no seu apoio e terão pedido a Bautista que as suas assinaturas fossem removidas da petição.

Não se sabe oficialmente se este passo atrás no apoio aconteceu mesmo ou se é apenas um rumor. Mas, a ser verdade, não será difícil imaginar que ao contrário de um primeiro momento em que pilotos e fabricantes estariam em lados opostos nesta questão, num segundo momento os fabricantes, como a Yamaha, terão ‘convencido’ os seus pilotos a alterarem o seu apoio a esta ‘cruzada’ de Alvaro Bautista.

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