ZCup.pt no arranque do Campeonato Nacional de Velocidade

As Zs da ZCup.pt deram nas vistas no arranque da época do CNV Moto! Neste fim-de-semana de 21 e 22 de Abril com uma meteorologia instável, deu-se início à época de 2018 do troféu que animou e bem o também início da época do CNV Moto.

 

Ao duplicar o número de inscritos, o troféu Kawasaki ZCup.pt revelou-se como a categoria do CNV Moto que mais cresceu desde a época passada e, com 12 motos presentes, só viu superada a quantidade das presenças em pista pela categoria rainha.

Como nas épocas anteriores, a ZCup.pt faz as suas corridas em conjunto com as do Troféu ENI – TLC, mas com as verdinhas a representarem agora 50% da mais completa grelha de partida do CNV Moto. Se esta competição está a ser um inquestionável sucesso, já a meteorologia não tem dado tréguas aos participantes. Depois do dilúvio sentido nas 3 Horas do Estoril, onde participaram 8 Z’s, organizadas em 5 equipas, os dias claros e temperaturas amenas da semana que antecederam a prova, não faziam antever a instabilidade meteorológica que brindou o circuito com chuva forte na manhã de Sábado seguida de uma melhoria sensível que deixava uma pista entre o seco e o molhado, gradualmente a tender para o seco. Havia assim que decidir bem qual o setup e, de entre as 6 opções disponíveis, que pneus da Continental utilizar tanto para a Qualificação, com uma pista ainda bastante molhada, como para a corrida, onde a pista começaria a secar tendencialmente? Se estes temas já não são fáceis para os pilotos e equipas experientes, mais complicado era para os estreantes, alguns deles a fazerem o seu baptismo absoluto, pois nunca tinham corrido em motos (Z24 – Mário Pestana) e outro nunca tinha rodado no Circuito do Estoril (Z44 – Jeroen Versteeg). De realçar a presença deste último que, aproveitando a possibilidade de aluguer da moto, veio da Holanda passar um fim-de-semana em Portugal para conhecer o país e fazer aquilo que mais gosta no sítio certo. Com este cenário instável, a grande maioria dos pilotos optou por sair com pneus de chuva e aproveitaram as primeiras voltas da sessão para se qualificarem o melhor possível.

Treinos disputados

Nestas condições, foi o piloto da RameMoto (Z55 – Miguel Vilares) equipado com pneus Rain, quem faz o melhor tempo das Z’s com 2:04,612, conseguindo o 2º melhor tempo da “geral” a 0,464s da pole, registada por João Trancoso das SBK. De realçar a coincidência do campeão de 2016 (Z57 – Miguel Sousa) e do campeão de 2017 (Z11 – Frédèric Bottoglieri), terem registado exactamente o mesmo tempo à milésima 2:08,499) e na 5ª volta de cada um, tendo ficado lado a lado em 7º das Zs e 12º da “geral”.

Como tinham feito equipa nas 3 Horas do Estoril, 15 dias antes tendo conseguido o 2º lugar da Classe 3, ainda deviam vir perfeitamente sincronizados. Com as Z’s distribuídas entre o 2º e o último lugar á geral (Z53 – Luís Soares com 2:33,326) que se aventurou na pista molhada com pneus intermédios (?!), comprovou-se a aposta do promotor e da FMP de as fazer correr com as motos do Troféu ENI – TLC pois esta é a categoria que, à data, melhor enquadra os diferentes andamentos das Z’s.

1ª Corrida: Paulo Vicente foi vencedor

Para a 1ª corrida, se a meteorologia melhorou substancialmente, a pista continuava ainda bastante húmida/ molhada não dando certezas a ninguém sobre que pneus utilizar. Foi uma verdadeira lotaria. Houve todo o tipo de combinações com pilotos a optarem por pneus de chuva, outros combinando os de chuva com intermédios e slicks e ainda outros, mais optimistas, a apostarem só nos slicks. O resultado da corrida veio a premiar a opção de montar intermédios macios à frente e atrás! Na formação da grelha de partida, a Direcção de corrida aceitou a presença da Z21 (Nuno Farias) na 25ª e última posição pois este, por razões diversas, só conseguiu ter a moto pronta “em cima da hora” e, com os pneus acabados de montar não conseguiu verificar a pressão que se soube depois, ter sido muito acima da recomendada.

[foogallery id=”13875″]

Com o fecho dos semáforos, Vilares (Z55) e Vicente (Z01) fazem bons arranques tendo o primeiro feito o holeshot mas quase caindo num forte highside à saída da curva 1 que ainda se encontrava bastante molhada. A troca de posições foi constante ao longo da 1ª volta com os pilotos a serem cuidadosos mas sem darem tréguas apesar das condições da pista, nomeadamente na curva 4 (VIP) e na determinante parabólica que tinha a trajectória ideal totalmente encharcada. Logo no final da 1ª volta as Z’s mostraram ao que vinham, ocupando 7 das 10 primeiras posições, com a liderança a cargo do surpreendente António Maximiano (Z19) que dava bom uso à opção de intermédios macios, logo seguido de Vicente (Z01) com a mesma opção de pneus. Também com fortes arranques e imediatamente no ritmo, Sousa (Z57) com slicks e Bottoglieri (Z11) com chuva/slick, sobem 7 posições, ocupando o 5º e 6º lugar à geral, seguidos de Duarte Amaral (Z10) que, apesar de um arranque menos bom, manteve um ritmo forte sempre em crescendo. A fechar o top10 da 1ª volta, surge Nuno Farias (Z21) que, com pneus intermédios macios, salta de último (25º) para 10º logo na 1ª volta e consegue terminar a corrida num impressionante 8º lugar à geral, a menos de 2 décimas de Amaral (Z10) com quem disputou a posição a 2 voltas do fim. Mais atrás, Anselmo Vilardebó (Z12) arranca menos bem mas começa a ganhar confiança melhorando os tempos volta-a-volta e, a 2 voltas do fim, ao rodar em 2:02,340 consegue apanhar Vilares (Z55), que com uma combinação chuva/ intermédio, fechou o top10, ficando a menos de 3 décimas deste mas conseguindo superar Ricardo Almeida, o vencedor das SBK na época passada.

Versteeg (Z44) pouco habituado à moto, perde 5 posições e, após 4 voltas, opta por desistir com os pneus de chuva degradados. Entretanto Ricardo Pires (Z14) faz uma 1ª volta conservadora e é apanhado por Pestana (Z24) que, a rodar com confiança, o ultrapassa à 4ª volta. Pires (Z14) devolve a gracinha na volta seguinte e termina a corrida 4 posições acima do seu lugar de partida. Pestana perde ritmo nas 3 voltas finais e, apesar de descer algumas posições, consegue ainda terminar bem acima do lugar de partida enquanto Soares (Z53), arranca bem e ganha o duelo com as SS de Reis e Boavida terminando a corrida á frente destes. Lá na frente, Vicente (Z01) alcança a liderança da corrida na 2ª volta e, com Maximiano (Z19) colado na sua traseira impõe um ritmo que só Bottoglieri (Z11) consegue bater nas 3 voltas finais conseguindo aproximar-se rapidamente do duo da frente, terminando na 3ª posição a exactamente 1 décima de Maximiano (Z19)!! Este, a seis curvas do final da última volta, ultrapassa Vicente (Z01), que ao conseguir sair melhor da parabólica, vence por apenas 157 milésimas a 1ª corrida da temporada! Sousa (Z57) coloca a sua Z na 4ª posição da geral superando, na última volta, João Vieira líder das SS, conseguindo assim, nestas condições, ter 4 Zs nos primeiros 4 lugares da geral e 8 Zs com as 8 velocidades mais elevadas!

2ª Corrida: António Maximiano na festa de João Vieira

No dia seguinte, na 2º corrida, a meteorologia continuou indecisa mas mais clemente o que tornou tudo ainda mais difícil, pois se já havia menos dúvidas sobre os pneus a utilizar, a pista revelou-se mais traiçoeira com a humidade só evidente na curva 1 e na parabólica mas com a curva 4 (VIP) extremamente escorregadia. Quem optou por pneus de seco (intermédios ou slicks) deixaram-se estar, tendo os restantes substituído os pneus de chuva. Desta vez o holeshot foi de Amaral (Z10) logo seguido de Vilares (Z55) e Vicente (Z01)! Mas este ao revelar menor ritmo do que na corrida anterior, desce a 7º na 1ª volta, superado por Bottoglieri que, com a “faca nos dentes”, salta 10 posições colocando-se em 3º à frente de Vilares e atrás do futuro vencedor à geral, J. Vieira (SS), seguidos de perto por J. Trancoso (SBK) e Maximiano (Z19). Mas logo ali, na cola de Vicente (Z01), na 8ª posição, surgia já o impressionante Farias (Z21), agora com os pneus na pressão certa, que salta 17 posições na 1ª volta. Sousa (Z57) também faz um excelente arranque subindo 3 posições para 9º e Versteeg (Z44), ao arrancar menos bem, desce para 12º e enceta um duelo com Vilardebó (Z12) que este consegue vencer à 3ª volta conseguindo mesmo fechar o Top10 ao superar Armindo Neves (open) a 2 voltas do fim. Sousa (Z57) ainda consegue subir a 8º mas desce para 9º ao ser superado por J. Trancoso (sbk). Versteeg (Z44) é superado por Pires (Z14) que, na cola de Vilardebó, o supera também na 3ª volta, conseguindo acabar em 16º.

[foogallery id=”13882″]

Apesar da morna classificação, Versteeg deu por muito bem empregue o seu tempo e achou esta experiência fantástica de tal forma que a vai já repetir em Jerez, na 2ª prova da ZCUP.PT. Um pouco mais atrás, Pestana (Z24) arranca bem mas baixa o ritmo logo a seguir, pois as condições da pista a isso aconselhavam e fica com Soares (Z53) na posição seguinte, superando Boavida (SS) novamente. Lá na frente, Farias (Z21), apesar de registar o melhor tempo das Zs neste fim de semana (1:56,929), não consegue alcançar Maximiano (Z19) que vence nas Zs, (2º á geral), depois de um intenso duelo com Bottoglieri (Z11) que, ao apanhar um susto “daqueles”, com uma escorregadela “á séria” na parabólica, é obrigado a sair de pista na última volta, conseguindo mesmo assim, terminar em 5º das Zs e 6º à geral. Quem também beneficiou desse erro, foi Vicente (Z01) que ao aproximar-se de Amaral (Z10) na última volta, consegue subir ao 3º lugar das Zs (4º á geral) ao superar aquele por somente 61 milésimas!! Pelo meio ficou Vilares (Z55) com uma queda na VIP à 4ª volta, felizmente sem consequências de maior para o piloto e muitos poucos danos na sua moto.

Enquanto o CNV Moto tem um interregno até Junho, a caravana da ZCup.pt, com mais dois novos participantes, ruma ao circuito de Jerez de la Frontera em Espanha, para aí realizar a sua 2ª ronda no fim de semana de 19 e 20 de Maio integrada no regional de velocidade andaluz.