Foram centenas de motociclistas apaixonados pelas longas viagens de moto que fizeram questão de marcar presença na apresentação oficial do 25º Portugal de Lés-a-Lés, evento que decorreu no passado fim de semana na Figueira da Foz, com o Hotel Malibu Foz a encher para receber todos aqueles que não quiseram perder a oportunidade de ficar a conhecer todos os detalhes da maior aventura de mototurismo da Europa.
Com a supervisão e organização do evento a cargo da Comissão de Mototurismo da Federação de Motociclismo de Portugal, a apresentação do Portugal de Lés-a-Lés teve como ponto alto o desvendar de todos os detalhes do percurso.
Já há algumas semanas que sabíamos que a aventura iria começar em Bragança, num regresso às origens do Lés-a-Lés, que teve a sua primeira edição em 1999, mas faltava saber qual o destino final depois de quatro dias de viagem.
E cumprindo com o prometido, ficámos agora a saber durante a apresentação oficial na Figueira da Foz, que contou com a presença do presidente da câmara local, Pedro Santana Lopes, mas também com o autarca de Bragança, Hernâni Dias, que esse destino final que será marcado no GPS dos milhares de motos será Sagres.
Uma viagem de mototurismo, delineada pela Comissão de Mototurismo da FMP, recheada de momentos especiais e culturais, que começa a 7 de junho e terminará a 10 de junho.
Para 2023, o objetivo passa por festejar as Bodas de Prata com uma festa ímpar, num percurso evocativo da ‘saudável loucura’ levada a cabo por 100 motociclistas ao ligar Bragança a Sagres em 24 horas de aventura ‘non-stop’. Agora serão 1110 quilómetros, para percorrer em quatro dias, através de paisagens ímpares, passando por serras, vales e planícies, rios, lagos e barragens, numa oportunidade única para uma descoberta diferente de um Portugal pouco conhecido.
O 25º Portugal de Lés-a-Lés, pela primeira vez, vai passar na aldeia que dá nome ao Parque Natural de Montesinho, recordando ainda o ponto de arranque de 1999, Rio de Onor. Isto num Passeio de Abertura com pouco mais de uma centena de quilómetros que terminará no Centro Histórico de Bragança, com visita ao castelo e à Sé, perto do local onde serão efetuadas as Verificações Técnicas e Documentais.
Esse será o primeiro momento para aquecer motores e preparar para a primeira etapa que levará a caravana de Bragança a Viseu, ao longo de 310 quilómetros de estradas inéditas no Lés-a-Lés e outros locais já conhecidos. Como Podence, onde os tradicionais caretos podem sempre surpreender os mais incautos motociclistas.
Numa tirada panorâmica, haverá tempo para desfrutar da Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo, rio que será atravessado a vau em Vale da Porca, antes de conhecer a nova barragem do Sabor, entre Alfandega da Fé e Torre de Moncorvo. Já a sul do rio Douro, visita ao Castelo Velho de Freixo de Numão, atravessando o troço final da estrada nacional 222, rumo a Moreira de Rei, outra novidade, já no concelho de Trancoso.
Celorico da Beira que tão bem acolheu a caravana na 1ª edição do Lés-a-Lés volta a receber os participantes que, aqui, infletem para Oeste, circulando por estrada ao longo do rio Mondego até Viseu. Em terras de Viriato espera aos aventureiros um final de dia carregado de história, com passagem pela Sé Catedral e Museu Grão Vasco, no que será uma descoberta do centro histórico que terminará no palanque junto aos Paços do Concelho.
Tal como a etapa da véspera, também a do segundo dia será exigente em termos de condução, com “apenas” 280 quilómetros, mas muitas descobertas por locais nunca antes descobertos pelo pelotão do Portugal de Lés-a-Lés.
Do megalitismo de Carregal do Sal, através de vários dólmens ou orcas, às cascatas do rio Cavalos, em Sevilha, no concelho de Tábua. Depois da ida a França no Passeio de Abertura, esta visita à homónima da capital da Andaluzia, reforça o toque internacional desta viagem de mototurismo que, para entrar na fase montanhosa, passará por Arganil e Góis.
Locais com garantia de forte “calor motociclístico” e onde não faltará mesmo uma apetitosa feira gastronómica.
Os muitos milhares de motociclistas da caravana do Portugal de Lés-a-Lés terão então tempo para apreciar as paisagens soberbas e enormes surpresas até Castanheira de Pera, com direito a Oásis na Praia das Rocas, onde será servido mais um aperitivo. Que a fome e a sede são sempre maus companheiros de viagem e há que arrepiar caminho até Dornes, uma das grandes novidades neste percurso, e que marca a entrada no distrito de Santarém.
Um dia que termina em Ourém, ainda a tempo para uma visita ao centro histórico, nomeadamente ao castelo em fase de recuperação e dinamização.
Para finalizar a maior maratona mototurística da Europa, espera aos participantes uma tirada longa de 410 quilómetros entre Viseu e Vila do Bispo. Algo que não assusta os experientes Luís Santos, Paulo Mendes, Ângelo Moura e Luís Simão, os quatro totalistas das edições do Portugal de Lés-a-Lés e que foram homenageados na Figueira da Foz.
Juntamente com o Moto Clube do Porto, único clube presente ao longo dos 25 anos, e a Lidergraf, empresa que mantém o nome ligado ao evento desde 1999. Bem como os moto clubes de Albufeira, Guimarães e Motards do Ocidente, os que mais se distinguiram pela animação proporcionada em 2022.
Será então uma etapa longa, mas bastante rolante, que começa no Ribatejo, desfrutando da tranquilidade das zonas campestres do Vale do Tejo, com paragens em Azinhaga do Ribatejo, terra natal de José Saramago, e na Golegã, outras estreias no Lés-a-Lés.
Depois, e deixando Santarém para trás, sem muito tempo a perder em algumas belas estradas na zona de Coruche ou Montemor-o-Novo – o que poderá levar muitos motociclistas a regressarem a estas zonas e estradas no futuro, e com mais tempo – segue a viagem por Viana do Alentejo, Ferreira do Alentejo e Aljustrel. Altura de nova inflexão no trajeto, rumo ao sudoeste alentejano, por estradas pouco conhecidas, muito panorâmicas e bem asfaltadas em direção a Monchique.
Com os aromas da maresia a despertar os sentidos dos mais de 2000 motociclistas, a passagem por Marmelete marca a descida rumo à costa, seguindo sempre por perto de imponentes falésias até ao cabo de São Vicente. Onde, tal como há 25 anos, à porta da fortaleza de Sagres, termina a grande aventura gizada pela Comissão de Mototurismo da FMP, através de estradas nacionais, regionais, municipais e até alguns caminhos de terra batida, mas sem pisar autoestradas ou vias rápidas.
Viagem de sonho numa travessia ímpar, através de um percurso inovador, divertido e desafiante, recuperando o espírito da edição inaugural em 1999, mas agora com muitos mais participantes e uma animação redobrada.
25º Portugal de Lés-a-Lés: Preços das inscrições
As inscrições ainda não abriram para o público em geral, mas durante a apresentação oficial alguns felizardos puderam garantir desde já o seu lugar entre a enorme caravana, com algumas inscrições a serem disponibilizadas em número limitado.
O Portugal de Lés-a-Lés ganhou assim os primeiros inscritos, que partirão bem cedo para as etapas, às 6 horas, na frente de um pelotão de 2000 motos. Quanto aos restantes, poderão inscrever-se a partir do dia 20 de março, no site www.les-a-les.com .
E qual o preço da inscrição?
De acordo com o regulamento do evento disponível no website oficial, existem três tipos de inscrições com respetivos valores:
– Para titular do “Cartão do Motociclista” da FMP com vinheta anual válida até ao final do Lés-a-Lés: 200,00€
– Para sócio de motoclube federado sem “Cartão do Motociclista” da FMP ou cuja validade da sua vinheta termine antes do final do Lés-a-Lés: 220,00€
– Para não sócio de motoclube federado ou sem “Cartão do Motociclista” da FMP ou cuja validade da sua vinheta termine antes do final do Lés-a-Lés: 225,00€
A Comissão de Mototurismo da FMP disponibilizará ainda um serviço opcional, que incluirá, por um preço adicional à inscrição acima referida, um Guia da Organização que ajudará os participantes, agrupados, a percorrerem o percurso de cada etapa e interpretará o “road book”. Aqueles que desejem usufruir deste serviço extra terão de pagar 70,00€.
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