A rota do primeiro Dakar saudita

Totalmente desenhado na Arábia Saudita o Dakar arranca no próximo dia 5.

A primeira edição do Dakar na Arábia Saudita explora a totalidade dos territórios do mais vasto país do Médio Oriente. No total pilotos e equipas vão enfrentar um percurso com 7800 quilómetros dos quais 5000 serão realizados contra o cronómetro, sendo que cinco especiais terão mais de 450 quilómetros de extensão. No país onde o deserto é rei o Dakar ‘jogar-se-á’ em 75% do seu percurso sobre areia…todos os tipos de areia, naquela que é mais uma etapa nos 40 anos de história da ‘aventura’ idealizada por Thierry Sabine.

5 de Janeiro: Jeddah – Al Wajh

Total: 752 km SS 319km

A etapa de abertura deste Dakar condensa tudo aquilo que a caravana irá encontrar ao longo desta edição: percurso rápido, dunas, pedras num ‘mini-Dakar’ que no entanto não poderá ser substimado.

6 de Janeiro: Al Wajh – Neom

Total: 401km SS 367km

Com uma maioria de secções rolantes, o desafio da jornada será tecnicamente acessível. Mas a especificidade da navegação saudita como a fazer-se sentir. Serão tempos de aprendizagem e incremento de confiança quando as múltiplas pistas originarem confusão. Para as motos e moto4 será a primeira parte de uma etapa ‘Super Maratona’.

7 de Janeiro: Neom – Neom

Total: 489km SS 404km

A ‘boucle’ com partida e chegada na futura ‘magapolis’ de Neom será uma festa. Irá lançar os concorrentes até aos confins da fronteira com a Jordânia, o rallye enfrentará uma série de montanhas e desfiladeiros sobre um tapete arenoso que terão que ser explorados. Nesta especial o Dakar atingirá o seu ponto de maior altitude quando chegar aos 1400 metros.

8 de Janeiro: Neom – Al Ula

Total: 676km SS 453km

O menu alterna em partes semelhantes as passagens arenosas com as porções em terreno mais pedregoso mas sempre em pistas que serão rolantes. Convém não confundir velocidade com precipitação  pois a navegação árdua irá encarregar-se de fazer uma selecção natural. Em ligação os amantes da antiguidade poderão utilizar as suas máquinas fotográficas quando passarem pelas proximidades dos templos nabantinos.

9 de Janeiro: Al Ula – Ha’il

Total: 563km SS 353km

Na decoração arenosa do dia, os rochedos particularmente volumosos servirão de pontos de referência para evitar falhas na navegação que custarão demasiado caro. Menos exigentes do ponto de vista técnico mas igualmente impressionantes como as dunas, as grandes colinas de areia irão surgir perante os pilotos. As descidas, por vezes ‘salpicadas’ com ‘erva-camelo’ irão exigir pilotagem refinada.

10 de Janeiro: Ha’il – Riyadh

Total: 830km SS 478km

A mudança na paisagem será radical. Desta vez sim, a especial será toda ela em areia, sempre fora de pista. Depois de uma primeira parte muito rápida, os especialistas nas dunas irão tirar vantagem na transposição das mesmas. Aqueles que anteriormente conduziram no deserto do Sahara poderão tirar vantagem dessa experiência antes do merecido dia de reposo.

11 de Janeiro: Riyadh

Os grandes ‘hortos’ que deram o nome á cidade do século XVIII (jardins em árabe) deram lugar a um tecido urbano que se estende por mais de 1500km quadrados (comparando com os 105 de Paris ou 203 de Buenos Aires) e acolhe mais de seis milhões de habitantes.  A explosão demográfica verificada na capital depois dos anos 70 foi acompanhada pela construção de majestosos ‘arranha-céu’ com uma arquitectura inovadora como a Torre Al Faisaliah (267 metros), o Kingdom Center (302 metros) ou o Burj Rafal (307 metros).

12 de Janeiro: Riyadh – Wadi Al-Dawasir

Total: 741km SS 546km

No regresso á competição o desafio é exigente…pois a mais longa etapa do Dakar é igualmente uma das mais variadas. As dunas estarão ao longo de todo o percurso e terão que ser abordadas de forma a abordar sucessivamente pequenas franjas com vários quilómetros. Entre essas porções alterna o fora de pista e os sectores onde os numerosos cruzamentos interditam falhas de concentração aos navegadores. Depressa, mas sem exgerar.

13 de Janeiro: Wadi Al-Dawasir – Wadi Al-Dawasir

Total: 713km SS 474km

A ‘boucle’ do dia permite a oportunidade para virar a Sul o sentido da corrida onde os concorrentes vão encontrar paisagens de montanha, desfiladeiros e contrastes de cores: pedras negras em areia branca, por exemplo. Os amantes da velocidade terão o seu momento numa linha recta com 40 quilómetros ‘a fundo’, mas alguns cordões dunares irão exigir grande destreza.

14 de Janeiro: Wadi Al-Dawasir – Haradh

Total: 891km SS 415km

O Dakar aproxima-se do ‘Empty Quarter’ neste longo dia. Para o conseguirem o jogo será feito essencialmente com precisão de pilotagem em solos maioritariamente duros e demolidores para aqueles que negligenciarem a prudência. A chegada será feita a Haradh, que foi construída com base no petróleo e na agricultura, o rallye entrará numa nova sequência.

15 de Janeiro: Haradh – Shubaytah

Total: 608km SS 534km

A ‘etapa maratona’ irá impôr aos pilotos uma grande qualidade: a gestão da resistência. A especial da primeira parte ‘mergulha’ os pilotos e equipas nas imensas extensões do fora de pista no ‘Empty Quarter’. Mas convém não gastar todas as energias pois os últimos 30 quilómetros serão feitos nas dunas e a noite cai rapidamente. Na chegada, apenas a assistência entre concorrentes é autorizada.

16 de Janeiro: Shubaytah – Haradh

Total: 744km SS 379km

Atenção ás vistas, o dia começa com um espectáculo que se estende ao longo de 80 quilómetros: as mais belas dunas do país. Uma extensão em que será demasiado arriscado estar muito tempo parado na areia em ‘modo’ espectador. De seguida a caravana rolará nas mesmas rotas que os primeiros exploradores de ‘ouro negro’. A ‘etapa maratona’ termina no final do dia.

17 de Janeiro: Haradh – Qiddiya

Total: 447km SS 374km

A serenidade será a melhor aliada para esta última etapa onde as posições no topo da hierarquia podem estar ainda por definir. Nos derradeiros 100 quilómetros reencontramos o mesmo ‘jogo’ de pistas que já provocaram sérias dores de cabeça aos navegadores na semana anterior. Uma especial de 20 quilómetros, sem incidência sobre a classificação final designará o vencedor do Qiddya Trophy imediatamente antes da subida ao pódio final.

17 de Janeiro: Meta e pódio final

O Dakar será o primeiro acontecimento desportivo de classe mundial que Qiddiya acolherá, uma cidade cuja construção começou em 2018 com olhos postos na cultura e entretenimento. A apenas 40 quilómetros de Riyadh, este amplo complexo incluirá uma parque de atracções, centros de lazer, infra-estruturas desportivas de última geração e centros artísticos multi-disciplinares. A abertura ao público está prevista para 2022.