António Lopes é o nome que fica para a história da prova como o primeiro luso a entrar na grande maratona euro-africana que começou em Paris (Chevilly) em 29 de Dezembro de 1990 e terminou em Dakar, já a 17 de Janeiro de 1991.
Nesse ano, na 13ª edição do Rali, o trajeto contou com arranque em França, passagens pela Líbia, Níger, Mali, Mauritânia e meta no Senegal, num total de 11 etapas, um dia de descanso em Agadez, no Níger, e 6.747 km de prova.
Com uma Honda África Twin 650 praticamente de série e dorsal #31, o luso António Lopes apontava-se há precisamente 30 anos à estreia do seu maior desafio desportivo com o título de Campeão Nacional de Enduro em 1990, uma vitória na Baja Portalegre 500 e um 26º lugar no Rali dos Farós.
No ano em que Jean-Gilles Soupeaux tentava chegar ao Lago Rosa com uma Harley-Davidson e em que Patricia Schek seria a única mulher nas motos, Lopes chegava em 29º lugar da classificação geral ao dia de descanso. Era o líder da classe Maratona à 5ª etapa da prova.
Três dias depois, na 8ª etapa, na especial entre Tombuctu e Nema de 672 km, no Mali, o estreante luso já era 20º classificado e mantinha a liderança da Classe Maratona. Porém, uma queda com perda de sentidos e subsequente evacuação de helicóptero ditou o abandono do piloto nacional que até então estava a ter uma brilhante prestação.
António Lopes nunca mais regressou ao Rali Dakar, mas ainda assim registou o seu nome na história daquela competição como o primeiro português na lista de inscritos em moto.
Recorde-se que no ano seguinte, em 1992, Pedro Amado aos comandos de uma Yamaha XTZ 660 seria o primeiro luso a terminar o Rali Dakar. Foi 28º da geral e 9º na classe Maratona. Nos automóveis, a primeira participação lusa remonta a 1982, com José Megre aos comandos de um UMM Indenor 2.5 e com o #216 de porta. Terminou em 45º da geral.