Comparativo Trail de média cilindrada

O mundo pula e avança a uma velocidade vertiginosa e este mesmo conceito podemos aplicar à autêntica “ebulição” em que se encontra, actualmente, o segmento das trail de média cilindrada. A chegada da KTM 790 Adventure e da Yamaha Ténéré 700, veio agitar as águas. E muito!

Texto Domingos Janeiro • Fotos Bruno Ribeiro • Colaboração Bruno Rebelo, Fernando Pereira, Marcos Leal e Rui Marcelo

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Segundas opiniões

Bruno Rebelo | Despachante Alfandegário

TOP 3 (pontuação):
1º KTM 790 Adventure R 175
2º BMW F850GS ADV 172
3º Yamaha Ténéré 700 162

A BMW surpreendeu-me bastante, é muito confortável, o painel TFT é completo, com boa leitura e fácil de navegar entre os modos e os menus. Tem uma boa protecção aerodinâmica. Embora seja a versão Adventure, com maiores dimensões e mais pesada, não a achei pesada de forma exagerada, deixa-se conduzir muito bem. A caixa de velocidades é dura e trava muito bem.

A Honda conduz-me muito bem, é bastante confortável, o motor responde bem, mesmo com o DCT, que não é de todo a caixa mais indicada para o fora de estrada. A Africa Twin peca por fazer tudo bem, mas sem surpreender.

A KTM é a mais vocacionada para o fora de estrada e isso nota-se na posição de condução, rija de suspensões, com muito boa leitura do piso. Trava muito bem. O painel de instrumentos TFT tem muita informação, de fácil leitura e muito fácil de explorar e navegar. Boa protecção aerodinâmica, mas o assento é algo rijo, de serie.

A Triumph era uma moto que eu tinha expectativas mais elevadas e acabou por não me surpreender tanto. Tem um motor bom, cheio, mas é muito vocacionada para a estrada e menos para a aventura. Boa protecção aerodinâmica, muito confortável devido ao assento em gel, boa travagem e ciclística. O painel de instrumentos não me pareceu muito intuitivo.

Por fim, a Yamaha Ténéré, é uma moto fabulosa, gostei muito do motor, para mim o CP2 da Yamaha é um dos seus grandes trunfos, ainda que a potência fique abaixo das suas rivais. O motor casa bem com o conjunto. Não gostei da posição de condução. O assento pareceu-me também algo rijo e para se conseguir o preço tão baixo, não foram utilizados materiais tão nobres como podemos encontrar nas suas rivais. No geral, a moto é muito boa e mesmo sem ajudas nenhumas, apresenta um bom compromisso. Trava bem, as suspensões funcionam e o motor é muito bom.

Fernando Pereira | Director Comercial

TOP 3 (pontuação):
1º Honda CRF1000L Africa Twin 222
2º Yamaha Ténéré 700 154
3º BMW F850GS ADV 147

Quando me pediram para eleger uma vencedora, não foi uma tarefa fácil! Da BMW gosto do aspecto, das prestações no geral, do equipamento e dos gadgets, mas por outro lado, é muito grande e até algo intimidatória, atendendo à minha estatura e o que considero ser uma desvantagem. O quick shift dá a sensação de que cada mudança é metida de forma rude e brusca, não gostei. No entanto, continua a ser uma boa proposta para quem quer, e pode, entrar no universo BMW.

A Triumph é a que menos sensação trail transmitiu. O motor é fabuloso, o equipamento muito completo e o comportamento em estrada é dos melhores do segmento. A juntar a isto, temos alguma exclusividade que a marca nos proporciona, no sentido em que conseguimos “fugir” um pouco às massas.

A Honda, é sempre uma referência. Esta Africa Twin é uma moto muito equilibrada e bem conseguida. Confortável, bonita, com um bom preço e, na minha opinião, uma verdadeira trail para todo o serviço.

A KTM é aquela moto que é impossível não olhar duas vezes. Motor simplesmente fabuloso, suspensões como poucas e um comportamento exigente e divertido. A estética desagrada-me e é uma das razões pela qual eu não consideraria como compra.

A Yamaha era a moto que eu tinha mais curiosidade em testar. A simplicidade da moto é, para mim, a principal vantagem. Muito ágil, motor divertido e suficiente para aquilo que gosto numa trail. Esteticamente a melhor conseguida deste lote e com um preço ajustado neste segmento. É apenas 700 cc? Sim, e para mim, chega e sobra! A ausência de elaborados sistemas electrónicos e dos botões com dezenas de funções que raramente se usam, é uma mais-valia. Uma receita que pode não agradar a muitos, mas que a mim me conquistou!

Marcos Leal | Jornalista

TOP 3 (pontuação):
1 Honda CRF1000L Africa Twin 103
2º Triumph Tiger 800 XCA 102
3º Yamaha Ténéré 700 139

Depois de ter estado na apresentação internacional da KTM e da Yamaha, que decorreram em ambientes secos mas muito distintos, e ter testado a BMW numa Serra da Estrela plena de neve, confesso que tinha muita curiosidade em andar com elas em Portugal com condições semelhantes e juntando as restantes representantes do segmento mais próximas.

Confirmei a ideia que já tinha, a Yamaha é uma moto difícil de apontar defeitos, com uma simplicidade e eficácia que a fazem brilhar sempre em todas as situações.

A KTM é uma moto muito eficaz no todo o terreno e a sua electrónica ajuda a brilhar mesmo os que têm menos experiência.

A Honda apresenta-se com a prática caixa DCT, é um modelo divertido de usar bem mais ágil que o seu tamanho deixa antever.

A BMW, muito equipada na unidade que testamos, cobre bem todas as necessidades dos grandes viajantes que não se querem limitar à estrada.

No que respeita à Triumph garante um nível de equipamento e conforto invejáveis, com um motor que soa “estranho” fora de estrada, mas garante uma agradabilidade de utilização difícil de bater.

Rui  Marcelo | Jornalista

TOP 3 (pontuação):
1º Yamaha Ténéré 700 144
2º KTM 790 Adventure R 143
3º Triumph Tiger 800 XCA 139

Se isto fosse um anúncio de venda, era assim: Triumph muito equilibrada, a preço excelente para o que oferece. Dispõe um motor hiper-suave e elástico, para sensações fortes, sobretudo em estrada, onde melhor se aproveita. Divertida, eficaz, muito confortável, no topo do grupo.

A Honda com muita tecnologia, mas simples no que interessa. Confortável, potente q.b, bem na estrada e fora dela. Exclusiva caixa automática de que nem todos gostam (eu) mas que ajuda na condução. Uma compra segura.

Se vai comprar a crédito, o da BMW é imbatível. Mas espere uma moto grande, mais pesada, muito potente, muito exclusiva, melhor na versão “normal”, pois nesta versão, é mais indicada para os mais experientes.

Se quer uma moto excitante, com um motor explosivo mas fácil, pormenores top e com a maior margem de exploração do grupo, veja a KTM. Vale pelo que oferece, suspensões de topo, numa máquina tão radical quanto aprazível.

Mas se por menos quer mais, fique pela Yamaha. Simples, e com o suficiente para sonhar e conseguir utilizar. Menos peso, motor cheio e “sempre lá”, boas suspensões, soberbo feeling off-road mas igual delícia na estrada. Paga menos por tudo, poupa dinheiro, mas tem tudo!

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