Ducati Monster 1200 S, contacto

A Monster é um verdadeiro ícone da Ducati. Desde o seu aparecimento em 1993 passou por muitas versões, e para 2017 sofreu mais transformações, com o surgimento da 797 e com a renovação da 1200. Fomos conhecer esta última nas reviradas estradas dos Alpes Marítimos.

Texto: Vitor Martins Fotos: Milagro MOTOJORNAL_1397

Depois de no ano passado ter acrescentado a 1200 R à gama Monster, após o lançamento das 1200 e 1200 S em 2014, a Ducati voltou a reformular a família mais icónica da marca italiana. Não só introduziu um novo modelo de entrada, a 797, como actualizou as 1200. à partida poderíamos supor que se trata apenas de um ‘lavar de cara’, mas a actualização é um pouco mais profunda do que aquilo que parece à primeira vista. Esta actualização incidiu apenas sobre a Monster 1200 e 1200 S, e a Monster 1200 R permanece praticamente inalterada, continuando a ser a mais potente Monster fabricada até hoje, tendo visto a sua potência aumentar para 160 cv.

Um dos objectivos da Ducati era re-aproximar-se do conceito introduzido pela primeira Monster, a M900, ou seja, voltar a dar-lhe um carácter mais desportivo. Isto reforçando a sua identidade, na qual a Ducati tem um grande orgulho: uma Monster, seja que versão for, é reconhecível à distância.

Por isso, esteticamente parece a mesma Monster de sempre, mantendo as linhas desenhadas originalmente por Miguel Galluzzi, mas na verdade não é. Comparando com as anteriores versões 1200, a nova é mais curta, a traseira foi totalmente redesenhada, assim como o depósito, que é ligeiramente mais pequeno (16,5 l em vez de 17,5 l), o farol é novo; com o novo farol veio também um novo suporte para o painel de instrumentos, e os ‘piscas’ dianteiros também mudaram de sítio, passando do farol para a froquilha; no campo técnico também há novidades, como um ligeiro aumento de potência, passando a ter 150 cv /9250 rpm, e mais electrónica.

Mais compacta e ligeiramente mais potente, com mais electrónica e ainda maior prazer de condução, a Monster 1200 impõe-se também visualmente.

O objectivo final era ter uma Monster desportiva e compacta, com tudo o que é essencial mas também sofisticada, com ar contemporâneo, mas mantendo a estética inconfundível de uma Monster. A Ducati escolheu as estradas de montanha do Alpes Marítimos franceses para dar a conhecer esta nova geração da Monster 1200, elegendo a versão S, que tem suspensões e jantes diferentes, assim como quick shift. O assento da Monster 1200 é ajustável em duas alturas (795-820 mm), sendo fácil subir a bordo; o guiador largo q.b. e os pousa-pés um pouco recuados deixam-nos o tronco apenas ligeiramente inclinado para a frente, numa posição relativamente confortável. 

A introdução do DQS (Ducati Quick Shift) ajuda a um maior prazer de condução, especialmente em ritmo mais animado numa estrada revirada.

O motor continua forte, mas relativamente dócil e linear, sem bater em baixos regimes, e com uma subida rápida de rotação. Por isso lida bem com o trânsito citadino como o que enfrentámos nas ruas do principado do Mónaco. Mas tratando-se praticamente de uma superbike com guiador largo e sem carenagens, onde se revela verdadeiramente é em estrada aberta. O motor bicilíndrico usado continua a ser o Testastretta 11° de 1198 cc, cujo empurrão continua a impressionar, apesar da suavidade com que o faz. O sistema DQS (Ducati Quick Shift) permite passar caixa para cima e para baixo sem recurso à embraiagem, mas só funciona realmente bem em condução mais desportiva em estrada aberta, já que nas primeiras relações de caixa e em baixas velocidades acaba por causar reações um pouco bruscas. O que não acontece quando usamos o motor em toda a sua plenitude, com passagens de caixa precisas e muito rápidas, incluíndo uma ligeira aceleração nas reduções. Isto torna a condução numa estrada de montanha ainda mais interessante, e é onde a Monster 1200 S revela as suas capacidades.

Há três modos de condução à escolha – Sport, Touring e Urban –  e notam-se bem as diferenças entre eles. A grande novidade é a introdução da IMU (a unidade de medida inercial) e que permite a adopção do cornering ABS da Bosch e também o Ducati Wheelie Control, controlando também o sistema de controlo de tracção (com oito níveis), tudo isto fazendo parte do Ducati Safety Pack. Com este incremento na electrónica, a Monster 1200 S proporciona uma grande paz de espírito, mesmo nas estradas com piso longe do ideal, e curvas daquelas bem reviradas feitas em primeira velocidade.

A 1200 S vem equipada com suspensões Öhlins à frente (Ø48 mm) e atrás, totalmente ajustáveis (a 1200 tem forquilha Kayaba de Ø43 mm totalmente ajustável e amortecedor Sachs ajustável em pré-carga e recuperação) e quer a 1200 S quer a 1200, vêm equipadas com os pneus Pirelli Diablo Rosso III que assentam que nem uma luva na Monster, mesmo nas condições de baixas temperaturas que apanhámos na montanha. Mesmo nas travagens mais empenhadas, proporcionadas pelo potente sistema Brembo, com discos de 320 mm à frente e pinças M50 monobloco (M4.32 na 1200)de montagem radial, digno de uma verdadeira desportiva, com excelente mordida e tacto. Tal como já acontecia na 1200 R, os pousa pés do condutor e do passageiro são independentes, permitindo ao condutor adoptar várias posições sem tocar com o calcanhar no suporte.

Esta foi uma boa evolução de uma Monster que já era uma ‘delícia’ e que agora ficou ainda melhor, capaz de uma condução desportiva sem sacrificar a usabilidade em condições mais normais, mesmo do dia-a-dia. Chegará ao mercado em Janeiro, e os preços previstos são 14 049 € para a Monster 1200 e 17 299 € para a Monster 1200 S, que está disponível, para além do vermelho, também em cinza (Liquid Concrete Grey, é o nome da cor, que por acaso é bastante mais interessante ao vivo) mas custa mais 200 €.

Uma história com 23 anos 

Já lá vão 23 anos desde Miguel Galluzzi desenhou a primeira Monster, a M900. Era difícil prever o sucesso que o modelo teria nas duas décadas seguintes. Esteticamente a Monster pouco mudou ao longo dos anos, apesar das mais variadas actualizações e variantes, conseguindo sempre manter o essencial das linhas originais.

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Teve motorizações também muito diferentes, desde 400 cc (modelo específico para o mercado japonês) aos 1200 cc das actuais versões, com versões mais ‘civilizadas’ para captar novos motociclistas, aos modelos mais ‘racing’  – com as S2R e S4R – para os mais exigentes, com potências que foram dos 80 cv do modelo original, aos 160 da actual 1200 R. O modelo foi idealizado por Galluzzi partindo da permissa que uma moto não é m ais do que um assento, um motor, duas rodas, depósito e guiador. Com a M900 o designer argentino traçou a rota para as motos que passaram a chamar-se naked. A Monster, em certa medida, acabou mesmo por salvar a Ducati e contribuir para o que a marca italiana é hoje em dia.

A gama agora é composta por três modelos: 797, 821 e 1200, nas suas várias versões.

 

Ducati Monster 1200 S

Preço: 17 299

MOTOR

Tipo: Dois cilindros em L, 4T, refrigerado por líquido
Distribuição: Duas árvore de cames à cabeça, 4 válvulas por cilindro, comando desmodrómico
Diâmetro x Curso: 100 x 67,9 mm
Cilindrada: 1198 cc
Taxa de compressão: 10: 1
Potência Máxima: 150 cv/9250 rpm
Binário Máximo:  126,2 Nm/7750 rpm
Alimentação: Injecção electrónica
Ignição: Electrónica
Arranque: Eléctrico 

TRANSMISSÃO

Primária: Por engrenagens
Embraiagem: Discos em banho de óleo
Caixa: 6 velocidades
Final: Por corrente
Quadro: Tubular em treliça
Suspensão Dianteira: Forquilha telescópica invertida Öhlins, Ø48m, curso de 130 mm
Suspensão Traseira: Sistema mono-amortecedor, curso 149 mm
Travão Dianteiro: Dois discos Ø 330 mm, pinças radiais de quatro êmbolos, ABS
Travão Traseiro: Disco Ø 245 mm, pinça de dois êmbolos, ABS
Pneu Dianteiro: 120/70 x 17’’
Pneu Traseiro: 190/55 x 17”
Comprimento Máximo: n.d.
Largura Máxima: n.d.
Altura do Assento: 795-820 mm
Altura Máxima: n.d.
Distância entre Eixos: 1485 mm
Trail: 86,5 mm
Ângulo da coluna de direcção: 23,3°
Capacidade do depósito: 16,5 litros
Peso (em ordem de marcha): 211 kg

Cores: Vermelho ou cinza
Garantia: 2 anos
Importador: Ducati Ibérica Desmotron S.L.