Contacto Harley-Davidson Livewire

O projecto LiveWire da Harley-Davidson entra numa fase crucial, com o início da produção da primeira moto eléctrica da mítica marca americana. O nosso colega Alan Cathcart, que rodou em praticamente todas as motos eléctricas que foram aparecendo na última década, foi aos Estados Unidos conhecer a H-D Livewire.

Texto Alan Cathcart • Tradução e adaptação Vitor Martins

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Menos bem

Nota negativa para a Harley por não ter uma manete ajustável para o travão dianteiro – numa moto com este preço é imperdoável que senhoras e outros motociclistas com mãos mais pequenas tenham que tentar agarrar uma manete feita para o o Big Bad John. E já que me estou a queixar, por favor, Harley, pára de montar interruptores separados para os piscas em cada lado do guiador, e adoptem o que o resto do mundo – até a BMW! – tornou standard, ou seja, um único botão do lado esquerdo do guiador. Num modelo como a LiveWire, carregado de engenharia de ponta, isto é um pedaço arcaico de teimosia que devia ser corrigido.

Mas tirando isso, há apenas um único ponto negativo nesta moto que eu admito ser muito, muito melhor do que eu esperava; com 22% de carga na bateria para cerca de 33 km de autonomia, após 108 km em condução em condições diversas, creio que as reivindicações da Harley para a autonomia da LiveWire são correctas. A gestão da Motor Company merece um grande crédito por embarcar nesta jornada, especialmente numa altura de diminuição do volume e lucros, e os seus engenheiros responderam bem ao desafio que lhes foi colocado há nove anos. Mas tenho que dizer que depois de passar dois dias no início do ano a conduzir a Zero SR/F, que é a principal rival da LiveWire no E-mercado, que enquanto as duas motos são globalmente semelhantes em termos de prestações, autonomia, tempo de recarga e qualidade de construção, não vejo que o nome Harley-Davidson na lateral da moto justifique um preço premium cerca de 50% acima do da Zero.

O principal objectivo da Harley-Davidson ao procurar atrair novos motociclistas, tal como Levatich disse em público, é uma nova demografia de clientes abastados relativamente jovens, muitos dos quais provavelmente proprietários de Tesla que vivem numa casa energeticamente eficiente, que já são consumidores de outros produtos tecnologicamente avançados, e estão dispostos a adquirir uma moto eléctrica, talvez principalmente para utilização urbana. Tais clientes desapaixonados que façam um test ride à Zero e à LiveWire terão dificuldades em justificar gastar aquele dinheiro extra para se juntar ao Harley Owners Group. Especialmente quando quase pelo mesmo preço que a LiveWire, podem comprar uma Lightning Strike de 12 999 dólares (cerca de 11 700 €) e uma Zero, para a mulher ou os filhos…

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