Contacto: Indian FTR1200/S

A espera terminou e finalmente podemos subir a bordo de uma das novidades mais aguardadas do ano, a Indian FTR1200. Uma agradável confirmação do que era esperado: uma moto muito divertida, com um motor muito disponível e uma ciclística muito válida.

Texto Domingos Janeiro • Fotos Félix Romero e Ula Serra

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Ready! Set! Go!

E aqui estamos nós, aos comandos de uma das motos mais esperadas por nós e pelo mercado para 2019! Esquecemos tudo o resto e focamo-nos apenas em desfrutar o máximo possível da FTR1200 e esperar que as estradas ao redor de Malibu cumpram com as promessas de grande diversão. Assim que nos sentamos notamos que não é uma moto baixa, como, efectivamente os 840 mm de altura ao solo deixavam antever e a jante de 19” instalada na frente. O arco das pernas também não ajuda, pois é largo, beneficiando o conforto oferecido pelo assento e devido ao próprio desenho do quadro que também não permitiria que fosse mais estreita neste ponto, em particular.

O centro de gravidade não é baixo, mas nota-se equilibrada, seja a baixas ou elevadas velocidades, fazendo aqui valer os 221 kg de peso a seco e a colocação peculiar do depósito de combustível, embora sacrifique a autonomia, pois os 13 litros de capacidade do depósito pouco nos darão para superar os 200 km, atendendo a que o consumo expectável rondará os 6 litros, que teremos que confirmar oportunamente num teste mais aprofundado quando tivermos a FTR1200 em Portugal. Mas como não é uma moto com grandes ambições turísticas, não será de todo um impedimento, muito pelo contrário, este novo modelo promete ser um autêntico sucesso de vendas, assim se materializem as intenções dos muitos interessados.

Posição de condução natural e descontraída, mais descaídos sobre a frente, com os pousa-pés a apresentarem uma colocação um pouco recuada mas sem causar qualquer desconforto ou “estranheza”. Engrenamos a primeira e notamos de imediato que a caixa de seis velocidades é um “mimo”, muito suave, precisa e tolerante, uma vez que mesmo quando abusamos, nunca reclama e cumpre de forma competente. O bloco surpreende pela disponibilidade e músculo que apresenta desde baixa rotação, apontando para as 5900 rpm o pico de binário. Depois de um dia aos seus comandos a fazer diversas experiências, notamos que o bloco dá preferência aos baixos e médios regimes, necessitando de recuperar fôlego, por breves instantes, nas recuperações desde baixa rotação. Também notámos que nas passagens rápidas de caixa, a injecção acusa essa rapidez. À medida que ganhamos confiança, notamos que afinal as primeiras três velocidades até são curtas, beneficiando assim os percursos urbanos e as estradas com curvas mais fechadas.

Por falar em curvas, sejam elas abertas e rápidas, lentas e fechadas, nunca reclama nem compromete, ao contrário do que esperávamos dos pneus flat track que a Dunlop desenvolveu em exclusivo para este modelo. E quando estão perto de atingir o limite, avisam! Devido à arquitectura do bloco, temos um cilindro colocado por baixo do assento e sentimos um pouco de calor, assim como na perna direita devido à proximidade da perna com o colector de escape, sem que no entanto se sinta exagerado ou desconfortável. Isso aplica-se também às vibrações, que se sentem, mas não incomodam. A capacidade de aceleração, na mudança correcta, é tão forte, que nas estradas mais reviradas damos por nós a sair de curva com a roda dianteira a querer descolar do chão.  

Directa e eficaz

É uma moto que não complica, tudo é fácil e intuitivo e a diversão é garantida, um motor poderoso mais fácil de dosear e com três modos de entrega de potência para ajudar, ABS e controlo de tracção desligáveis (em conjunto, pois não permite desligar estes sistemas em separado) e sistema de medição de inércia em seis eixos (IMU) com sistema anti-cavalinho e “cornering ABS”. A entrada em curva obriga-nos a ter que forçar um pouco a FTR a deitar, mostra-se um pouco lenta nas inserções em curva e nas transições de curva para curva, mas a partir dai, é desfrutar e desejar que as curvas não acabem. Travagem forte e fácil de dosear, com o ABS mais interventivo na roda traseira, onde temos menos tacto e por isso, mais expostos a exageros.

Fácil é também o manuseamento do painel de instrumentos, com 18 idiomas à escolha, entre eles o português, que pode ser operado através de toque no ecrã ou ainda através de dois comandos integrados nos punhos. Ópticas em LED com as luzes de presença na frente e atrás a fazerem um efeito muito elegante e moderno. Para o passageiro, o assento mostra-se um pouco curto, mas sufi ciente com pegas laterais para segurança. Nota ainda para os painéis laterais do falso depósito de combustível que podem ser substituídos para personalizar a FTR. Esta americana, convertida em europeia tem chegada prevista ao nosso mercado para o final de Maio e promete agitar as águas.

No que diz respeito a preços, a FTR1200 fixa-se nos 14 690€, a FTR 1200 S, nos 15 990€ e a FTR 1200 S Race Replica apresenta um preço de 16 590€.

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