A Yamaha MT09 é um dos modelos mais desejados do momento, muito por culpa do motor de três cilindros que lhe confere um carácter muito especial e particular. Passados três anos, eis que a marca japonesa apresenta uma nova versão da MT09, com muitas das suas fragilidades corrigidas!
Texto: Domingos Janeiro Fotos: Yamaha_MOTOJORNAL_1398
Estávamos em 2013 quando a Yamaha lançou para o mercado a gama com o tão anunciado motor de três cilindros. Só por si, esse compromisso já era sinal de potencial sucesso, mas os argumentos iam muito mais além do bloco! Ciclísticas simples mas cuidadas e eficazes, comportamento dinâmico fácil e ágil e dimensões contidas, fizeram a família MT destacar-se de imediato no mercado, que superou já as 100.000 unidades vendidas por toda a Europa. A MT09 é mesmo a ‘best seller‘ em muitos mercados, muito por culpa do compromisso qualidade/preço, mas também pelas generosas doses de diversão e adrenalina que proporciona, e com uma estética arrebatadora. No entanto há sempre margem para melhorar, e foi o que os engenheiros de Iwata fizeram! Esta nova versão da MT09 passa agora a vir equipada com suspensão dianteira regulável, quick shift, embraiagem deslizante, nova óptica dianteira e nova secção traseira, com novo assento, suporte de matrícula de colocação lateral e retoques a nível estético! A ideia era tornar esta Hyper Naked ainda melhor e mais eficaz, e pelo que tivémos oportunidade de sentir nas reviradas e rápidas estradas de Palma de Maiorca, o resultado é muito positivo, com muitas das anteriores lacunas a desaparecerem por completo. A facilidade com que se deixa explorar é notável, o que contribui de imediato para a nossa confiança e sentimento de segurança. A relação peso/potência está no ponto, assim como o baixo centro de gravidade, que a tornam num verdadeiro brinquedo para a cidade, mas com ‘corpo’ suficiente para enfrentar de forma rápida as curvas e contra-curvas das estradas montanhosas.
Compromisso certo
Um dos pontos-chave para o sucesso deste modelo é, sem margem para dúvidas, o bloco de três cilindros. Compacto e leve, tem 850 cc, a 4T, refrigerado por líquido, com injecção electrónica, capaz de debitar 115 cv de potência às 10.000 rpm e com um generoso binário de 87,5 Nm às 8.500 rpm. O motor CP3 vem equipado com êmbolos forjados e cilindros descentrados. A tecnologia crossplane é o segredo para um forte binário, que se traduz num carácter forte e desportivo. Na prática, notámos os regimes baixos e altos muito fortes, com a faixa média a mostrar-se um pouco mais calma. Isso é bem notório quando rodamos em sexta velocidade, a baixa rotação e abrimos gás. Temos que lhe dar um pouco de espaço para recuperar, mas quando entra na zona das 6/7000 rpm, sentimos um forte e decidido empurrão nas costas! Um carácter forte e decidido, como só os três cilindros conseguem oferecer, a par de uma suavidade extrema, com a ausência de vibrações. Se juntarmos a este bloco a embraiagem deslizante e o quick shift, temos o pacote completo para grandes doses de diversão. Quanto mais reviradas forem as estradas, melhor. Ou então ir mesmo, de forma esporádica, até um circuito para desfrutar da rapidez e equilíbrio desta nova MT-09. A acompanhar a evolução, encontramos o controlo de tracção ajustável em três níveis (mais interventivo, menos e desligado) e a possibilidade de optarmos por três mapas (A: resposta directa do acelerador; STD: Resposta normal e B: Resposta mais suave). Na verdade, passámos a utilizar o mapa mais potente, pois queremos ter sempre toda a potência disponível e porque sentimos sempre grande segurança para explorar de imediato tudo o que esta Hyper Naked tem para nos oferecer.
As suspensões revistas, principalmente a forquilha invertida dianteira, passa a ter a possibilidade de afinação, o que nos deixa margem para colocarmos a MT09 exactamente ao nosso gosto e de acordo com a utilização que fazemos. Pudémos constatar que mesmo com o setting de origem (um pouco mais macio), o comportamento desta três cilindros cumpre na perfeição, mas quando passamos a adoptar um estilo mais agressivo, sentimos a necessidade de afinar a suspensão. O conforto é notável, mas o assento, agora revisto, passados alguns quilómetros começa a causar alguma fadiga nas pernas, mas nada que não seja suportável. Na travagem, o duplo disco de 298 mm na frente e o traseiro de 245 mm oferecem um funcionamento equilibrado, potente e fácil de dosear. No entanto, quando o nosso ritmo é mais elevado e exigente, notamos que a travagem se torna um pouco mais esponjosa e não muito linear, principalmente no início do curso da manete direita.
O quadro, em alumínio, é o responsável, em grande parte, pela agilidade do conjunto e pela acessibilidade fácil dos utilizadores, até mesmo dos menos experimentados. É o responsável igualmente pelo peso contido de 193 kg a cheio. A posição de condução é descontraída, e o guiador largo assegura um estilo de condução mais apoiado sobre a frente, transmitindo mais segurança.
Viciante
É o termo que melhor define esta nova versão da MT09. Todo o conjunto funciona com um único propósito: proporcionar as maiores doses de diversão possíveis, seja na cidade, em estrada aberta, ou até em breves incursões em circuito. Todo este equilíbrio torna-a num dos modelos mais apetecíveis do mercado. No que diz respeito aos consumos, numa toada mais agressiva, fizémos média de 5,7 litros, o que deixa bem claro que, se tivermos contenção no punho do acelerador, conseguimos baixar de forma drástica esse mesmo consumo. Mas o vício não se fica pelas prestações! É um modelo que queremos ter na nossa garagem, pois o aspecto, agora mais “colado” à irmã maior, MT10, conseguiu modernizar-se sem perder o carácter simples das formas e linhas, mas que a coloca num patamar estético muito apetecido. Este modelo chega ao mercado nacional já em Janeiro de 2017, com o preço (ainda não definido) a rondar os 9.000€
Acessórios
A pensar nos exigentes clientes a nível global, a Yamaha apresentou em simultâneo duas novas versões, a Sport e a Touring, que como os próprios nomes indicam, cada uma delas tem acessórios específicos para cada utilização.
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A versão Sport vem equipada com escape Akrapovic em titânio, pousa-pés ajustáveis, suporte de matrícula de montagem elevada, ecrã desportivo, assento plano e protecção de radiador. O‘pacote’ Touring é composto por ecrã mais elevado, luzes de nevoeiro, protecção de mãos, assento em gel, protecções de motor e pousa-pés touring. Para além disso, estão muitos mais acessórios disponíveis, específicos para a MT09, num total de 50 referências.
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Yamaha Mt09
PREÇO: cerca de 9 000€
MOTOR
Tipo: Três cilindros em linha, 4T, refrigerado por líquido
Distribuição: Duas árvore de cames à cabeça, 4 válvulas por cilindro
Diâmetro x Curso: 78 x 59,1 mm
Cilindrada: 847 cc
Taxa de compressão: 11.5: 1
Potência Máxima: 115 cv/10000 rpm
Binário Máximo: 87,5 Nm/8500 rpm
Alimentação: Injecção electrónica
Ignição: Electrónica
Arranque: Eléctrico
TRANSMISSÃO
Primária: Por engrenagens
Embraiagem: Discos em banho de óleo
Caixa: 6 velocidades (quick shift)
Final: Por corrente
Quadro: Tipo diamante em alumínio
Suspensão Dianteira: Forquilha telescópica, Ø41m, curso de 137 mm
Suspensão Traseira: Sistema mono-amortecedor, curso n.d.
Travão Dianteiro: Dois discos Ø 298 mm, pinças de quatro êmbolos, ABS
Travão Traseiro: Disco Ø 245 mm, pinça de dois êmbolos, ABS
Pneu Dianteiro: 120/70 x 17’’
Pneu Traseiro: 180/55 x 17”
Comprimento Máximo: 2075 mm
Largura Máxima: 815 mm
Altura do Assento: 820 mm
Altura Máxima: 1120 mm
Distância entre Eixos: 1440 mm
Trail: n.d.
Ângulo da coluna de direcção: 25°
Capacidade do depósito: 14 litros
Peso (em ordem de marcha): 193 kg
Cores: Night fluo, race blue e tech black
Garantia: 2 anos
Importador: Yamaha Motor Portugal, S.A.