O Rali Dakar teve hoje uma etapa inteiramente passada a ‘surfar’ e navegar pelas infindáveis dunas do deserto Empty Quarter. Aquela que foi a 11ª Etapa desta 47ª edição da maior e mais dura prova de todo-o-terreno no Mundo era vista como a derradeira oportunidade para Tosha Schareina (Monster Energy Honda HRC) destronar Daniel Sanders (Red Bull KTM Factory Racing) da liderança.
E o piloto espanhol da Honda fez exatamente aquilo que se esperava: atacou!
Este penúltimo dia de Rali Dakar começou com um grande atraso de cerca de três horas em relação ao horário inicialmente previsto para o arranque. O atraso ficou a dever-se ao nevoeiro intenso que se abateu sobre o Empty Quarter, o que impedia os helicópteros de assistência da organização de voar, e o percurso da especial em “loop” viria mesmo a ser encurtado de 307 km para apenas 152 km.
Sem nada a perder, Tosha Schareina arrancou ao ataque para estes 152 km contra o cronómetro, e conseguiu mesmo levar de vencida a 11ª Etapa do Rali Dakar.
Foi capaz de bater Luciano Benavides (Red Bull KTM Factory Racing) por 33 segundos, com o terceiro mais rápido do dia de hoje a ser Adrien Van Beveren (Monster Energy Honda HRC) que ainda ficou a menos de um minuto do vencedor da etapa e seu companheiro de equipa.
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Com Schareina a dar tudo, cabia a Daniel Sanders manter a calma e controlo da situação.
O piloto australiano usufruiu de uma excelente posição em termos de arranque para a decisiva etapa nas dunas da Arábia Saudita, e do ponto de vista da estratégia sabia que mesmo que fosse apanhado pelo seu mais direto rival teria ‘apenas’ de se manter próximo de Schareina, pois a sua vantagem na classificação Geral das Motos permite-lhe fazer essa gestão.
Sanders não falhou neste momento crucial, e mesmo tendo perdido 7m31s para Schareina, tem ainda 9 minutos de vantagem, pelo que na 12ª Etapa, onde os pilotos apenas terão de percorrer 61 km nas dunas em Shubaytah, o piloto da KTM e único líder que este Rali Dakar teve, tem apenas de garantir que não sofre nenhuma queda grave que o impeça de atingir o derradeiro bivouac da prova deste ano.
A vitória está nas mãos do australiano e tudo leva a crer que Daniel Sanders tem tudo sob controlo.
Para os pilotos portugueses, e depois do excelente 2º lugar à geral e melhor entre os pilotos RallyGP conseguido na 10ª Etapa, Rui Gonçalves (Sherco Rally Factory) tinha hoje uma missão bastante complicada.
Sendo o segundo a arrancar para a especial, o piloto de Vidago rapidamente apanhou Michael Docherty (BAS World KTM Racing Team), e a partir daí foram os dois abrindo pista pelo meio das dunas. Neste tipo de terreno abrir pista é sempre mais penalizador, pois não existem quaisquer marcas para que possam seguir, pelo que Rui Gonçalves fechou a 11ª Etapa com o 12º melhor tempo.
No que à Geral diz respeito, o português mantém o 11º lugar, mas está longe do piloto à sua frente na classificação, pelo que um resultado final de Top 10 está colocado de parte, a não ser que exista alguma surpresa com algum dos pilotos que estão à frente de si.
Já Bruno Santos (BS – Frutas Patrícia Pilar), e embora tenha novamente conseguido ser um dos cinquenta melhores na etapa, gostaria de estar a ter um final de Rali Dakar mais tranquilo.
Isto porque a sua Husqvarna 450 Rally Replica tem sido afetada pela menor qualidade da gasolina (sujidade), o que danifica a bomba de combustível e obriga o piloto de Torres Vedras a trabalho extra ao longo do percurso. Hoje foi 46º e na Geral está em 45º, sendo que está também muito perto de finalizar o seu segundo Rali Dakar.
Declarações dos pilotos portugueses
Rui Gonçalves #19
“Estou satisfeito com o dia. Arranquei em segundo e sabia que ia abrir pista, o que não é uma vantagem nas dunas, mas aquele segundo lugar de ontem foi realmente uma recompensa, especialmente porque não venci por apenas 1m20s. Demonstra que o esforço feito ao longo do ano está a compensar. Senti-me bem na moto, e terminei em 11º, a 12 minutos do vencedor. Amanhã é o último dia e vamos dar tudo o que temos”.
Bruno Santos #35
“Hoje estavam previstos 300 km a disputar nas dunas do Empty Quarter, mas a especial teve de ser encurtada porque durante a manhã houve um atraso de três horas e meia na partida para as motas, devido a um nevoeiro cerrado. Os helicópteros não podiam levantar voo e foi essa a opção tomada pela organização para salvaguardar a nossa segurança. Com todo este atraso se fossemos fazer todo o percurso só os pilotos da frente é que conseguiriam acabar com a luz do sol. Ontem voltei a ter de lidar com problemas de sujidade no combustível que danificou mais uma bomba. Tive de parar dentro da especial para passar combustível de uns depósitos para outros. Mais uma luta, mais um desafio, mais um problema superado numa especial de sobe e desce dunas que se revelou muito exigente. Este Dakar está a ser um grande desafio, mas tenho conseguido superar as adversidades com as quais me tenho deparado. Amanhã teremos a última etapa, a de encerramento. Estamos muito felizes por estar quase a terminar este Dakar e por ter conseguido superar todos os desafios”.
Resultados da 11ª Etapa do Rali Dakar
1 – Tosha Schareina (Honda) – 2H12m04s
2 – Luciano Benavides (KTM) – +33s
3 – Adrien Van Beveren (Honda) – +57s
4 – Ricky Brabec (Honda) – +3m48s
5 – Jose Ignacio Cornejo (Hero) – +6m02s
6 – Daniel Sanders (KTM) – +7m31s
7 – Mathieu Doveze (KTM) – +7m36s
8 – Toni Mulec (KTM) – +7m56s
9 – Stefan Svitko (KTM) – +12m10s
10 – Skyler Howes (Honda) – +12m44s
12 – Rui Gonçalves (Sherco) – +13m32s
46 – Bruno Santos (Husqvarna) – +41m02s
Classificação Geral do Rali Dakar
1 – Daniel Sanders – 52H13m34s
2 – Tosha Schareina – +9m00s
3 – Adrien Van Beveren – +15m50s
4 – Luciano Benavides – +22m16s
5 – Ricky Brabec – +28m35s
6 – Skyler Howes – +41m29s
7 – Jose Ignacio Cornejo – +56m59s
8 – Edgar Canet – +1H39m09s
9 – Tobias Ebster – +2H14m17s
10 – Stefan Svitko – +2H14m46s
11 – Rui Gonçalves – +2H49m49s
45 – Bruno Santos – +16H37m22s
Antevisão da 12ª Etapa do Rali Dakar
Shubaytah – Shubaytah
Especial de 61 km / Total de 131 km
Chegou o momento de celebrar os vencedores, num dia que será marcado pelo arranque em massa. Os pilotos poderão saborear a última meta do Rali Dakar de 2025, num bivouac rodeado por um mar de dunas. Quem será o grande vencedor?
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