Pelo segundo ano consecutivo o piloto português Bruno Santos (BS – Frutas Patrícia Pilar) marcou presença entre os 135 pilotos da categoria Motos à partida para o Rali Dakar e um dos apenas 89 a chegar ao fim.
Nesta que foi a sua segunda participação na maior e mais dura prova de todo-o-terreno do Mundo, o piloto de Torres Vedras superou a muitas dificuldades para finalizar em 45º à Geral.
Com quase 70 horas acumuladas a competir contra o cronómetro, Bruno Santos viu a sua prova afetada por inúmeros problemas mecânicos na sua Husqvarna 450 Rally Replica. Uma situação habitual neste tipo de provas, mas que ainda assim foi fator determinante para que o #35 não tivesse conseguido um resultado ainda melhor.
Já depois de terminar o seu segundo Rali Dakar, Bruno Santos fez questão de reagir, explicar alguns dos problemas que sofreu ao longo das duas semanas de competição pelo deserto da Arábia Saudita, e fazer um primeiro balanço ao que foi a sua prestação e à prova em si:
“Comecei muito bem este Dakar, vinha com uma boa expectativa. Comecei com bons resultados no Prólogo, na primeira etapa. Estava com um bom ritmo, apesar de por vezes o resultado não conseguir espelhar aquilo que estava a ser a corrida, mas eu estava com bons tempos.
Complicou-se um pouco quando comecei a ter alguns problemas como sujidade no combustível na quarta etapa e quinta, a etapa maratona, em que andei dois dias cerca de 600 km de especial até terminar com um dos apoios do guiador partido. Não tinha controlo sobre a moto, tive de me desenrascar, tive de arranjar forma de o fixar o mais possível, o que me obrigou a parar por diversas vezes. O facto de o guiador não estar bem ligado à moto fez com que caísse algumas vezes também.
Depois tive problemas com o depósito de combustível, que se rompeu. Tive de transferir diversas vezes combustível para a moto ao longo desses dois dias que foram particularmente duros devido a essa situação. Houve também etapas em que já cheguei de noite ao bivouac. É difícil rolar de noite de moto nestas especiais. Houve alturas em que tive inclusivamente de retirar combustível de outras motos que se encontravam paradas no deserto por avarias e já não estavam lá os pilotos, outra em que desmontei de um automóvel de um piloto que estava já fora da corrida, uma abraçadeira para segurar coisas na minha moto.
Foram duas semanas muito físicas, muito intensas, foi um Dakar muito duro.
Para mim, muitas adversidades tornaram-no ainda mais duro. Estou contente por ter sido capaz de superar os obstáculos, por ter conseguido arranjar forma de me desenrascar. Foi um grande desafio, mas ao mesmo tempo tenho um sentimento de uma grande superação. Apesar do resultado não ser o que ambicionava à partida, finalizar este Dakar com todas as etapas concluídas, ser um Dakar fisnisher deixa-me muito feliz. O Dakar é implacável, foi forte, deu muita luta, mas eu fiz o meu papel: lutei sempre e até ao fim e trouxe a moto até ao final”.
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