Entrevista Jorge Viegas Presidente FIM – 2ª Parte

Sabiam que a primeira filiação de Portugal na FIM remonta a 1927 pelo Motoclube de Portugal? Razões mais que de sobra para lerem algo mais sobre os bastidores dos campeonatos mundiais. Para a próxima edição, na terceira e última parte desta entrevista, podem conhecer todos os planos para o futuro, incluindo o regresso do MotoGP a Portugal!

Texto Fernando Pedrinho Martins e Domingos Janeiro • Fotos Hellophoto – Miguel Araújo –

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Falta som nas elétricas

As Moto-e é um troféu monomarca e uma categoria com apenas três anos de experiência. Não achas que a maneira desta categoria dar um salto é abri-la a todos os construtores? É absolutamente inevitável que vai haver uma transição energética. Eu coloquei esta questão a todos os presidentes das quatro grandes japonesas, se estavam a trabalhar nesta área e eles todos riram-se imenso. Mas o que na realidade está a atrasar esta transição nas motos é a bateria, que não é uma área de desenvolvimento das marcas. Num carro esta questão não é tão premente, pois mais 100 quilogramas de baterias não fazem grande diferença. Hoje em dia já existem automóveis com uma autonomia firme de 400 a 500 quilómetros. Nas motos o peso é fundamental, o que leva a que só nas pequenas ‘scooters’ se consiga ter alguma perspetiva comercial. As motos grandes são muito pesadas e têm uma autonomia mínima.

A Energica aparece por imposição da Enel que pagou tudo e deu as motos de borla às equipas. Mas as corridas são fantásticas! Falei muito com os pilotos que me diziam que só não podiam deixar cair as motos pois a seguir já não as conseguem levantar. Contudo, acordámos com a Dorna o desenvolvimento da categoria num contrato que é válido por três anos. E acho que nessa altura já vamos ter a Honda e a Yamaha a participarem. Eu estou convencido que o desenvolvimento das baterias vai ser muito mais rápido do que todos imaginamos, porque a procura é imensa.

A ciência vai descobrir novos materiais e soluções para se terem baterias mais leves, pequenas e duradoras. Agora, e não é em tom de brincadeira que o digo, eu poria som nas motos! Já existe tecnologia perfeita neste momento. Falei mesmo com a Yamaha, que também fabrica instrumentos musicais e sistemas de som, e disse-lhes que deveriam ligá-los à aceleração e produzir o som que quisessem. É o que falta.

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