A poucos dias do início da temporada de 2018, o serviço de imprensa da Red Bull KTM Ajo sentou-se com Miguel Oliveira para falar sobre o início da temporada e distribuiu pelos meios de comunicação esta interessantes entrevista.
Estás preparado para esta temporada?
«Sim. Foi um Inverno em que não pilotei muito, ou pelo menos não tanto como no ano passado. Mesmo assim, sinto-me preparado. Quando terminamos uma pré-temporada, temos sempre aquela motivação extra sabendo que as coisas realmente importantes, as corridas, estão a começar. É nelas que os pontos são atribuídos.»
A KTM de Moto2 mudou muito em comparação com a que tinhas no final do ano passado?
«Comparada com a moto que tínhamos no início de 2017, sim, mas não muito em termos daquela com que terminámos o ano. Alguns pormenores mudaram, mas no final a moro é muito semelhante à que tínhamos nas últimas corridas. Terminámos em muito boa forma; a moto era muito consistente em todos os grandes prémios e conseguimos bons resultados em todas as condições e com todos os compostos de pneus. Tenho a certeza que que pelo menos no início da temporada as coisas serão boas.»
Mais confiante
Quão diferente é este início de temporada comparado com o do ano passado?
«No ano passado começámos a temporada à espera de ver o que iríamos encontrar. Não sabia em que posição do campeonato poderia terminar. Durante o fim-de-semana estabelecíamos um objectivo, que cumprimos em todas as sessões de treinos, e no final terminámos entre os cinco primeiros, o que foi um bom início. Este ano o objectivo é semelhante, mas já estamos confiantes de que os treinos vão correr bem, que podemos fazer um bom trabalho e que na corrida estarei numa posição que me permitirá lutar pelo pódio.»
O campeão e o vice-campeão do ano passado subiram às MotoGP. Como vês esta temporada de Moto2?
«Apesar de não estarem os dois primeiros do ano passado, sinto que esta temporada vai ser dura, porque temos rookies que chegam muito fortes. E também temos pilotos que no ano passado estavam na sua primeira temporada e evoluíram muito, como é o caso do Brad [Binder] ou do [Francesco] Bagnaia. Temos que esperar ver muitos pilotos na luta pelas primeiras posições; como em qualquer temporada, a chave será a consistência e cometer o mínimo de erros possível. O nosso objectivo é a longo termo, e estamos a apontar para terminar o mais alto possível na classificação depois da última ronda.»
Companheiro de equipa e mais KTMs em pista
Por falar no Brad, como achas que se vai portar o teu companheiro de equipa este ano?
«Ele parece-me bastante bem. No ano passado vimos que, apesar de ter começado o ano afectado por uma lesão no braço, terminou forte. Agora ele desfrutou de uma pré-temporada mais consistente, por isso pode crescer e estar na frente desde o início.»
Este ano há mais motos KTM na grelha. Haver mais motos iguais à tua é uma ajuda porque tens mais dados para comparar, ou maior concorrência em pista?
«Acho que será um ‘bom problema’, porque saber que há pilotos que estão a fazer bem com a mesma moto motiva-nos e sabemos que temos que ser pelo menos mais rápido do que eles. Há muitos pilotos representando outros construtores, e eles pensarão o mesmo. Não penso que temos que analisar o que cada moto tem, mas sim o piloto que está em cima dela. Em termos de análise do Campeonato Mundial, não penso que estudar que moto tem cada piloto, ou que suspensão, seja decisivo. Acho que esta classe está cheia de pormenores. Se encontrarmos um estilo de pilotagem que nos permita estar confortáveis na nossa moto, pode sempre estar lá na frente.»
Potencial para estar no topo
És visto como um dos candidatos ao título. Quais são as semelhanças entre o início desta temporada e o início da de 2015, quando foste vice-campeão de Moto3?
«Em 2015 tive um início de temporada difícil, porque mesmo nos testes não sabíamos ao que podíamos aspirar. Fomos para o Qatar para ver o que aconteceria, e melhorámos corrida a corrida. Este ano é diferente; na pré-temporada mostrámos que estamos fortes e ainda estamos no topo das folhas de tempos, por isso desde o início temos o potencial para estar nas posições de topo.»
O facto de poderes ir para MotoGP em 2019 coloca-te uma pressão extra este ano, ou é algo em que nem pensas?
«Acho que não é o meu trabalho pensar nisso. Acho que é uma consequência do teu trabalho, fazes bem ou não. Estou mais concentrado em fazer bem em Moto2; mais tarde, se houver uma oportunidade para subir, então será bem vinda.»
Este ano recebeste vários prémios em Portugal. Estás contente com o modo como os teus fãs estão a aumentar em Portugal?
«Sim, noto bastante e temos que agradecer a toda a gente, porque as pessoas estão muito excitadas por ver motos, e cada vez mais por terem um representante de Portugal no Campeonato do Mundo. Espero que cresça ainda mais; claro que o objectivo não é ser famoso, mas mais e mais pessoas me reconhecem e isso é algo positivo.»