França aborta inspeções obrigatórias às motos previstas para 2023

França volta atrás e aborta a decisão tomada em 2021 de impor inspeções obrigatórias às motos a partir de 2023.

A FEMA – Federação de Associações de Motociclistas Europeus em comunicado dá conta que França recua e acaba de tomar a decisão de não avançar em 2023 com a obrigatoriedade das inspeções às motos.

O governo francês, que aprovou em agosto de 2021 um normativo que impunha as inspeções técnicas obrigatórias às motos a partir de 2023, já confirmou um novo enquadramento legal que determina a revogação dessa obrigatoriedade, enterrando definitivamente a possibilidade das motos de duas ou três rodas e quadriciclos motorizados terem de começar a ir aos centros de inspeção já a partir de janeiro do próximo ano.

Esta é a grande novidade saída de uma reunião ocorrida na passada terça-feira (26 de julho) entre o ministro da tutela e as duas principais federações gaulesas ligadas ao sector das duas rodas, a  FFMC – Federação Francesa de Motociclistas ‘Indigados‘ e a FFM – Federação Francesa de Motociclismo.

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A diretiva europeia que estabeleceu as inspeções periódicas a motociclos remonta a 2014, mas ofereceu a possibilidade de derrogação das inspeções técnicas para veículos motorizados de duas rodas caso fossem adotadas medidas que promovessem a segurança rodoviária dos veículos de duas rodas.

Nesse sentido o governo francês propõe seis alternativas, que já foram enviadas à Comissão Europeia, algumas das quais já em vigor naquele país.

  • Financiamento de até 6.000€ na compra de um veículo elétrico de duas rodas (incluindo a retoma de motos térmicas) ou compra de um veículo muito pouco poluente.
  • Instalação de radares de controlo de emissões sonoras e penalidades para motos com escapes não homologados e/ou adulterados.
  • Melhorar a comunicação sobre a segurança dos veículos de duas rodas, principalmente em termos de equipamentos.
  • Incluir matérias relacionadas com as duas e três rodas nos Planos de Segurança Rodoviária.
  • Integração de matérias formativas sobre segurança de motos no ensino de condução para a categoria B (automóveis) e acrescentar um programa de manutenção formativa sobre eco-condução e ruído nas categorias A1 e A2 (motos).
  • Reforço da proteção dos utilizadores de motos com sinalização de pontos cegos em veículos pesados.

Este desfecho é uma vitória para as principais federações gaulesas ligadas ao sector das duas rodas (FFMC e FFM) e para a maioria dos motociclistas em geral, já que sempre se manifestaram contra as inspeções às motos, numa batalha que já dura há mais de dez anos. E prometem continuar a pugnar pela abolição definitiva das inspeções às motos em França, sendo que o passo que agora foi dado pelo governo francês é um sinal muito franco para o alcançar desse objetivo.

Fonte: FEMA