Foi em Lisboa, na sede da Federação de Motociclismo de Portugal, que se discutiu o futuro dos Rallyes. Nesta segunda-feira estiveram juntamente com Jorge Viegas, o Presidente da FIM, o director desportivo da Federação Internacional de Motociclismo, Jean-Paul Gombeaud e outros membros da FIM, representantes da ASO, organizadores, chefes de equipa, pilotos e construtores ligados à disciplina.
O principal objectivo desta importante reunião foi encontrar, ou procurar encontrar, uma forma de reduzir o número de acidentes e aumentar a segurança em todos os rallyes, com destaque particular para o Dakar. Durante a reunião foram vários os factores considerados como importantes e potenciais incrementos para o risco de acidente: a fadiga, desidratação, velocidade e excesso de confiança, hypertermia, erros de navegação, distracção, reduzida visibilidade do obstáculo e fiabilidade do ‘Road-Book’. Da análise a todos esses pontos em agenda foram várias as propostas que daí resultaram.
Percurso: No futuro todas as provas dos eventos FIM serão desenhadas com a colaboração de um ex-piloto das motos.
Road-Book: Será nomeado um ‘inspector de corrida’ para desenvolver o Road Book para todas as provas de forma a que todos os pilotos/equipas tenham o mesmo nível de informação e a uma interpretação correcta do real nível de dificuldade do percurso.
Redução de velocidade: Mais variedade de estilos de pista e piso de forma a baixar as médias de velocidade.
Restritor de admissão de ar: Instalação de restritores de admissão de ar, tal como acontece com as Supersport 300 no mundial Superbike, de forma a reduzir a potência dos motores e a velocidade. Um período de teste será realizado até Junho.
Protecção dos pilotos: Adoptar ‘airbags’ assim que possivel. Encontro muito em breve com os principais fabricantes adoptando o ano de 2020 como de desenvolvimento para implementação total em 2021.
Navegação: Uma nova torre de instrumentos está a ser desenvolvida, como mais sinais visuais e sonoros, sendo mais compacta e menos intrusiva para evitar lesões.
‘Estou muito satisfeito com esta reunião bastante construtiva de forma a reduzir o número de acidentes nos Rallyes, uma prioridade para a FIM em especial para o Dakar. Vamos testar as soluções no início desta época e faremos um plano no final do ano para ajustar o que fôr necessário. A participação da ASO, KTM, Husqvarna, Hero, Honda, Yamaha e também dos pilotos como o Sam Sunderland e o Adrien Van Beveren permitiu que trabalhássemos lado a lado para assegurar a continuação deste espectacular e único campeonato.’ afirmou Jorge Viegas no final de um intenso dia de trabalho. O futuro dos Rallyes passou assim por Lisboa.