A Ducati mantém a sua invencibilidade no Red Bull Ring depois do regresso do Mundial ao circuito austríaco em 2016. Desta foi Jorge Lorenzo quem levou a moto italiana à vitória, depois de uma grande batalha com Marc Marquez. O piloto da Honda liderou grande parte da corrida, depois de ter inicialmente entrado ao ataque para ganhar uma pequena vantagem. Mas seria apanhado por Jorge Lorenzo e Andrea Dovizioso pouco depois. O italiano durante várias voltas tentou passar o seu companheiro de equipa, sem sucesso, e destruindo o pneu traseiro. Pouco depois perdia contacto com os dois primeiros. Marquez, Lorenzo e Dovizioso escolheram pneus diferentes para a corrida. Médio à frente e duro atrás para Marquez (foi o único na corrida a usar o duro); macio/macio para Lorenzo; e médio/médio para Dovizioso.
Marquez vs. Lorenzo
Nas últimas voltas a luta intensificou-se em Marquez e Lorenzo; o piloto da Ducati impôs-se para alcançar a sua terceira vitória com a Ducati. Jorge Lorenzo ultrapassou Dovizioso no campeonato e é agora terceiro. Apesar de segundo na corrida, Marquez aumentou em 10 pontos a sua vantagem sobre Valentino Rossi; este mantém o segundo lugar do campeonato.
Foi um fim-de-semana complicado para pilotos oficiais Yamaha; obtiveram a pior qualificação desde o GP da Comunidade Valenciana de 2007 (Colin Edwards em 15.º e Valentino Rossi em 17.º). Desta vez Maverick Viñales qualificou em 11.º e Valentino Rossi nem conseguiu ir à Q2, qualificando em 14.º. Os pilotos têm-se queixado tanto, que Kouji Tsuya, Project Leader da Yamaha YZR-M1, veio publicamente pedir desculpa aos pilotos pela falta de prestações da sua moto. Ainda por cima Rossi teve um problem,a técnico numa das sessões de treinos livres, e na moto de Viñales falharam vários sensores nos treinos.
Porém, Rossi conseguiu dar a volta à situação e conseguiu terminar a corrida em sexto, minimizando as perdas. «Consegui desfrutar da corrida, porque recuperei muitas posições e fazer algumas boas ultrapassagens, e ninguém me ultrapassou», disse Rossi no final. «Esta manhã tentámos algo diferente no warm up que eu gostei. Infelizmente não me tornou mais rápido, mas consegui manter um ritmo mais consistente e gastar menos o pneu traseiro», explicou o veterano italiano.
À frente dele terminaram Cal Crutchlow e Danilo Petrucci.
Todos os resultados aqui.
1. Jorge Lorenzo – Ducati Team (28 voltas em 39’40,688)
«Foi uma corrida incrível, talvez uma das melhores da minha vida, foi simplesmente espectacular. Ganhar com a Ducati, neste circuito tinha tinha vencido e num corpo-a-corpo com Marquez é muito especial. Antes da corrida pensei na estratégia e ao fazer algo parecido ao que fiz em Brno, gerir bem o desgaste dos pneus e atacar na fase final, sobretudo porque fui dos poucos a escolher o pneu traseiro macio, e o meu estilo de pilotagem permitiu-me conservar os pneus até ao final. Quando fiquei com o Marquez sabia que seria muito difícil e tinha pensado em ultrapassá-lo an subida antes da penúltima travagem, mas quando vi que na curva 3 travava tão forte decidi improvisar, tentar por fora e aproveitando a aceleração da Desmosedici e funcionou perfeitamente. Passei-o e conservei essa distância mínima até ao final. Dem dúvida uma das chaves de hoje foi a melhoria que consegui no terceiro sector.
«Onde ontem perdia duas décimas para Marquez e Dovizioso, hoje conseguia ganhar-lhes uma décima, e seguramente isso deu-me a vitória. Estamos em terceiro no campeonato, mas sobretudo estou orgulhoso e muito contente com o modo como estamos a trabalhar, sinto-me melhor do que nunca com a moto e creio que ainda faltam muitas corridas para continuar a lutar pelas vitórias. Há que desfrutar o momento com toda a equipa. Estou muito feliz por eles, também.»
2. Marc Marquez – Repsol Honda Team (a 0,130 s)
«Desfrutei muito desta corrida, porque embora tenha terminado em segundo, dei tudo. Em Brno não tinha muita confiança e, por outro lado, aqui tentei. Comecei a apertar desde o início, já que montei o pneu duro atrás com o objectivo de tentar ganhar uma pequena vantagem nas primeiras voltas. Sabia que o Dovizioso e o Lorenzo seriam muito rápidos no final da corrida, quando os pneus baixassem o seu rendimento. Essa foi a nossa estratégia hoje. Por momentos pensei que seria capaz de o conseguir, mas em poucas voltas conseguiram apanhar-me.
«Foi uma grande luta. Tentei defender-me, mudar a minha trajectória, mas foi impossível. Esta era uma pista onde eles são muito rápidos, especialmente na recta. Assim, nesta situação, tentámos gerir as coisas da melhor forma possível. Nós também tínhamos pontos fortes: éramos competitivos nas travagens e na entrada das curvas. Tenho a certeza que podemos usar isso noutras pistas. Até agora temos estado sempre lá na frente, no pódio, e isso é o mais importante. Apenas perdemos cinco pontos em relação ao Lorenzo, mas ganhámos 10 ao Valentino, que é o segundo do campeonato. Estamos contentes com o resultado, fizemos um bom trabalho.»
3. Andrea Dovizioso – Ducati Team (a 1,656 s)
«Sentia-me realmente bem antes da corrida, mas infelizmente não consegui entrar realmente na batalha. Não consegui passar o Jorge, era mais rápido nesse momento da corrida e usei demasiado o pneu traseiro para tentar passá-lo, mas nas ravagens ele era muito forte, e abrandava tanto a meio da curva que não consegui ultrapassá-lo. Isto condicionou um pouco a minha corrida, e não esperava que o pneu médio perdesse tanto rendimento quiando ainda faltavam 10 voltas para o final. Não pude fazer nada. Foi uma lástima, porque nas travagens era bastante forte.»