Hoje decorreu o primeiro dia de treinos livres do GP de Itália, o sexto da temporada. É a 33.ª visita do Mundial a Mugello, que mantém o traçado original desde a sua construção em 1974. É um circuito rápido e fluído, com uma recta da meta com mais de 1 km. Recta essa que voltou a fazer estragos, obrigando a duas situações de bandeira vermelha.
A primeira deveu-se à queda violenta e assustadora de Michele Pirro, presente como piloto wild card. Numa violenta travagem para a curva 1, perdeu o controlo da sua Ducati e voou literalmente até à escapatória. Depois de violentas cambalhotas parou inanimado, e a sessão foi interrompida. Foi transportado já consciente para o centro médico do circuito e depois seria transferido de helicóptero para o Hospital Careggi, em Florença, para um TAC completo. Pirro deslocou um ombro e sofreu um traumatismo craniano, por isso passará a noite no hospital.
A segunda bandeira vermelha surgiu depois, no mesmo local, mas sem queda. No final da recta Andrea Dovizioso, que voltas antes tinha estabelecido um novo recorde de velocidade (356,4 km/h), partiu o motor da Ducati. Foi obrigado a sair pela escapatória, já com a moto em chamas. O italiano manteve a calma e chamou os comissários, que rapidamente apagaram o princípio de incêndio.
Iannone foi o mais rápido
Incidentes à parte, foi Andrea Iannone quem conseguiu o melhor tempo do dia. O piloto da Suzuki já tinha sido o mais rápido de manhã, e à tarde, na segunda sessão, voltou a ser.
O italiano, que revelou no dia anterior que vai mesmo deixar a Suzuki, bateu Maverick Viñales por quase quatro décimas de segudo. O espanhol da Yamaha fez algumas alterações na ciclística Yamaha nos testes da Catalunha que parecem ter dado frutos. O objectivo foi carregar mais a frente, de modo a dar mais confiança ao piloto.
Marc Marquez sofreu uma saída de pista e depois uma queda, mas sem consequências. O piloto espanhol conseguiu o terceiro melhor tempo num circuito onde só venceu uma vez em MotoGP, em 2014.
Johann Zarco, Jack Miller e Cal Crutchlow ocuparam as posições seguintes. Valentino Rossi, o piloto com mais vitórias neste circuito (9 no total, 7 delas em MotoGP) não foi além de 7.º no final do dia. Queixou-se de muito patinanço da roda traseira na saída das curvas, mas satisfeito com o ritmo.
Lorenzo com Yamaha?
Jorge Lorenzo continua a ser um dos pilotos de quem mais se fala no momento, por causa da saída da Ducati. O piloto espanhol assegurou que, ao contrário do que chegou a ser noticiado em Espanha, não vai retirar-se. Lorenzo assegura que ficará, pelo menos, mais dois anos no campeonato, com uma moto oficial. Qual? Os rumores no paddock apontam para uma Yamaha, com o apoio da Petronas e do Circuito Internacional de Sepang, que expandir a equipa para MotoGP. O SIC e a petrolífera malaia poderiam comprar os lugares da Marc VDS na categoria rainha e passavam a ser a equipa satélite da Yamaha, com Lorenzo e Hafizh Syahrin.
Lorenzo fechou os 10 primeiros da classificação, enquanto que Desmo Dovi, vencedor deste GP no ano passado, não foi além de 13.º.
Logo atrás dele ficou Dani Pedrosa, já quase recuperado da anca, mas ainda a sofrer com o seu pulso.
Todas as classificações aqui.
1. Andrea Inanone – Team Suzuki Ecstar (1’46.735)
«Recuperei a cabeça aqui em Mugello, depois de um par de anos difíceis aqui. Felizmente as sensações com a moto são muito boa, e tudo está realmente bem na box. Desde o início do ano temos trabalhado de modo diferente com a equipa, e é realmente bom. Temos uma grande possibilidade nesta pista e estou excitado epor ter todo o apoio dos fãs, mas claro, é difícil porque os pilotos estão todos muito próximos, mas estou preparado para a luta, e não desisto. As minhas sensações melhoram corrida após corrida.»
2. Maverick Viñales – Movistar Yamaha MotoGP (1’47.122)
«Ganhei muita confiança em Montmeló durante o teste da semana passada, e hoje também foi bom. Apesar da minha queda esta manhã os treinos correram bem, e estou satisfeito. Ainda temos trabalho a fazer, porque temos margem para melhorias amanhã. Estou contente por me ter sentido bem com a moto e com os pneus à tarde, com as temperaturas mais elevadas, e espero que seja assim no domingo durante a corrida. O nosso ritmo de corrida não é mau. A equipa não muito as afinações desde o teste da Catalunha, a moto está muito semelhante. Sinto-me bem nela e continuarei a tentar e a dar o meu melhor. Hoje não consegui fazer 10 voltas consecutivas por causa das bandeiras vermelhas. Espero que o Michele esteja bem, porque a queda foi surreal. Desejo-lhe a melhor sorte.»
3. Marc Marquez – Repsol Honda Team (1’47.218)
«A pista de Mugello é uma daquelas em que geralmente sofremos, mas estamos em terceiro e o nosso ritmo nem é mau, por isso vamos concentrarmo-nos no positivo e amanhã veremos se conseguimos melhorar. Sinceramente, esperávamos sofrer um pouco com o pneu dianteiro se as temperaturas subissem em relação ao teste, tal como aconteceu hoje, porque o composto duro continua a ser muito macio para nós. No entanto, acho que ainda temos margem de manobra. Para além disso, hoje trabalhámos bem e os nossos registos da primeira para a segunda sessão melhoraram, por isso amanhã vamos tentar manter essa tendência positiva.»
4. Johann Zarco Monster Yamaha Tech3 (1’47.365)
«O primeiro dia em Mugello foi muito interessante e estou contente porque fui capaz de melhorar o meu tempo por volta na segunda sessão. Estamos a trabalhar bem com a equipa, embora seja uma pista totalmente diferente de todas as outras este ano. Com a minha experiência consegui perceber qual o tipo de pilotagem mais apropriado para esta pista, por isso temos que afinar a moto de acordo para pilotar bem, e passo a passo conseguimos fazer isso. Queremos continuar a trabalhar, descobrir o melhor ritmo possível com o pneu usado e depois puxar com o pneu novo para uma grande qualificação.»
5. Jack Miller – Alma Pramac Racing (1’47.403)
«Estou satisfeito com o que fizemos hoje, embora não tenha conseguido tirar o máximo partido do pneu macio. No entanto estou realmente contente com o ritmo de corrida incisivo. Espero continuar assim amanhã, porque as sensações são muito positivas.»
