A primeira corrida da temporada de Moto2, no Qatar, teve apenas um líder: Francesco Bagnaia comandou de fio a pavio. O piloto italiano saiu da 3.º posição da grelha de partida e assumiu rapidamente a liderança. Lorenzo Baldassarri ainda desferiu um ataque na última volta, e passou momentaneamente pelo comando. Mas Bagnaia respondeu para garantir a sua primeira vitória da temporada.
Durante muito tempo Baldassarri e Alex Marquez formaram um treio com Bagnaia que se afastou na cabeça da corrida. O trio acabou quando Alex Marques sofreu um problema no travão traseiro, que deixou o disco incandescente. O espanhol foi forçado a abrandar – pensando ter partido o motor – e perdeu o contacto com os dois primeiros. O disco voltou a arrefecer, e Marquez conseguiu garantir o 3.º lugar.
Miguel Oliveira arrancou bem da segunda linha, mas chegado à curva 1 ficou quase entalado entre Baldassarri e Marquez. Oliveira chegou mesmo a tocar na roda traseira do espanhol, e com isso alargou a trajectória, perdendo vários lugares.
Conseguiu depois encontrar o seu ritmo e recuperou para terminar na 5.ª posição. «Foi uma primeira corrida do ano muito difícil», disse o piloto da KTM no final. «Primeiro, porque tivémos uma partida um pouco má, e depois durante a corrida senti muita falta de aderência na traseira. Terminar em 5.º aqui não é um mau resultado, mas acho que o nosso potencial era muito maior. Ficámos a 10 segundos do vencedor, e isso significa que algo não estava a funcionar bem. Agora vamos pensar no que se passou e saímos para a Argentina com a motivação de as coisas ali terem corrido bem no ano passado. Se continuarmos a trabalhar assim, fazemos conseguir coisas boas.»
Miguel Oliveira, tal como Alex Marquez e Lorenzo Baldassarri optaram pelo Dunlop traseiro duro para a corrida; Peco Bagnaia escolheu o extra-duro.
Primeira de Bagnaia
Para Bagnaia esta foi a sua primeira vitória em Moto2 e a terceira da sua carreira. «Estou realmente feliz por ter começado a temporada deste modo! Hoje recolhemos os frutos do grande trabalho que fizemos nos últimos meses», disse o italiano. «Focámo-nos no ritmo de corrida e isso foi a chave para a vitória. Decidi sair com o pneu mais duro, mas correu bem. Comparado com o ano passado, dei um importante passo na gestão das primeiras voltas, quando o depósito está cheio, e hoje fui realmente rápido.»
O melhor rookie na primeira corrida do ano foi Joan Mir, que terminou no 11.º lugar. Nesta corrida apenas dois pilotos não terminaram: Sam Lowes caiu e o seu companheiro de equipa, Iker Lecuona, parou com problemas mecânicos.
Moto3 – Martin confirma
Apesar de não ter conseguido a pole position, Jorge Martin tinha dominado os treinos livres, e voltou a fazê-lo na corrida.
Logo nas primeiras voltas, Martin, Aron Canet e Enea Bastianini isolaram-se na frente da corrida. Apesar de ter perdido três vezes momentaneamente a primeira posição, sempre para Canet, Martin conseguiu recuperar. Bastianini ficou fora de prova com uma queda quando rodava em 2.º, e a partir daí a luta ficou a cargo de Martin e Canet. Canet nunca desistiu e tentou bater Martin em cima da linha, mas sem sucesso: o piloto da Del Conca Gresini venceu por 0,023 s.
«Foi um dia difícil, que começou esta manhã com uma queda», explicou Jorge Martin, que não chegou a completar uma volta no warm up. Depois de ter esperado na box durante os primeiros 10 minutos, saiu para os 10 finais, mas caiu na sua primeira volta rápida. «Consegui um bom início de corrida e puxei forte durante as 10 primeiras voltas, mas quando estava só eu e o Canet, decidi conservar os pneus para o final da corrida. Percebi que estava um pouco mais rápido do que ele na penúltima curva, e por tirei partido disso na última volta. Foi importante vencer a primeira corrida, é uma injecção de moral.»
O 3.º lugar foi para Lorenzo dalla Porta depois de uma grande batalha num grupo numeroso.
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