História da Kawasaki em Imola

2020 tem visto muitas corridas serem canceladas e por esse motivo, a Kawasaki faz-nos um "apanhado" da sua História no mítico traçado de Imola.

2015 Superbike World Championship, Round 05, Imola, Italy, 8-10 May 2015, Jonathan Rea, Tom Sykes, Kawasaki

Com a pandemia da COVID-19, continuam os cancelamentos de muitas da provas agendadas para 2020 e é a oportunidade ideal para reviver a história da Kawasaki em Imola.

Esse foi o cenário que acabou por apanhar a mítica ronda italiana de Imola. Para não deixar passar a data em branco, a Kawasaki faz-nos um apanhado de um passado vencedor no traçado italiano, no Mundial de SBK, uma história de sucesso.

O sinuoso circuito “da velha guarda” flui dentro da antiga cidade de Imola, e traz muito boas lembranças para a família Kawasaki.

A primeira vitória de uma Ninja Superbike em Imola foi conseguida pela mão de Tom Sykes (KRT), na época de 2013.

Foi um fim-semana perfeito para a Ninja ZX-10R, com duas vitórias no Domingo, depois de já ter conquistado a vitória na Superpole.

Um fim-de-semana com grande carga emocional quer para Sykes como para a KRT, que serviu de homenagem a Joan Lascorz, companheiro de equipa de Sykes em 2012 e que havia sofrido um acidente grave nesse mesmo ano. O acidente aconteceu nos testes efectuados pela Kawasaki depois da corrida de Imola em 2012. Esse acidente, mudou por completo a vida de Lascorz.

A partir deste momento, Sykes assumiu a liderança do campeonato e acabou mesmo por ser coroado campeão do mundo de SBK em 2013.

Jonathan Rea

No ano seguinte, 2014, Jonathan Rea foi o grande vencedor de ambas as mangas em Imola, inserido numa estrutura rival. Regressa ao mesmo traçado em 2015, já vestido de verde e para voltar a dominar por completo o fim-de-semana. Até ao momento, Rea conta com seis vitórias aos comandos da Kawasaki em Imola.

É verdade que o cinco vezes campeão do mundo Jonathan Rea consegue vencer em qualquer circuito, mas Imola é um daqueles circuitos em que parece ter uma ligação especial.
“É um circuito muito especial,” diz Jonathan, desde a sua casa no Norte da Irlanda. “Já ali venci por diversas ocasiões e é um daqueles circuitos onde realmente o piloto pode fazer a diferença. Há muitas ondulações e áreas onde podes colocar o corpo em diferentes posições na moto para fazer a diferença nos tempos por volta. Creio que o meu passado no motocross tem-me ajudado muito nessa pista.”

Rea continua “É notável o esforço que a Dorna continua a fazer para arranjar soluções e remarcar as corridas em 2020, em conjunto com os circuitos e conseguir organizar as datas. Para mim é muito triste não ver a possibilidade de Imola ser reagendada. É um dos circuitos mais icónicos do calendário das SBK, especialmente depois daquela última volta em 2002 de cortar a respiração entre Edwards e Bayliss.”

De acordo com o piloto irlandês, para vencer em Imola “tens que ter o setting da moto bem afinado para a moto ser estável. Embora seja importante mudar rapidamente de direcção nas chicanes, é igualmente importante a travagem antes delas. Tentamos trabalhar bastante no travão-motor para manter, o mais possível, a roda traseira no chão. O arranque é igualmente determinante, uma vez que é um circuito difícil nas ultrapassagens. Os pneus não são grande problema, mas sim o trabalho que consegues fazer na primeira volta. É muito difícil fazer uma volta perfeita. Para ser honesto, ainda hoje procuro fazer essa volta perfeita. Há sempre pontos que podes melhorar. Quando encontras o teu ritmo e te sentes confortável consegues ver a diferença aumentar, curva após curva, para os teus rivais mais próximos. É uma sensação fantástica que já tive o prazer de sentir em Imola.”

Fabien Foret

Fabien Foret conquistou a primeira vitória para a Kawasaki no mundial de SuperSport600 em 2012, integrado na estrutura Kawasaki Intermoto Step. Ele recorda-se bem desse dia, mas Imola também o faz recordar outras conquistas. “Recordo-me dessa vitória em 2012, mas Imola também me faz recordar a conquista do campeonato italiano em 2002. Nessa corrida de 2012 vi uma boa oportunidade para vencer com a Kawasaki. É um circuito daqueles que podemos chamar “da velha guarda”. Não é a pista mais segura para andar, mas transmite boas vibrações e muita adrenalina. Há muitos altos e baixos e muitas curvas cegas. Há igualmente muitas elevações; faz lembrar um pouco Brands Hatch.”
Foret havia vencido as duas últimas corridas do campeonato italiano, com a vitória de 2012, a Kawasaki deu-lhe a terceira vitória em Imola.

Foret é actualmente treinador de Rea, ajudando-o a analisar a postura de condução e tal como Rea, não são só os sucessos que o fazem gostar de Imola. “Adoro a atmosfera de Imola na Primavera. Tem um tempo fantástico na maioria das vezes e a comida italiana é deliciosa. Mesmo que estejas apenas focado na competição, temos sempre a oportunidade de desfrutar da quarta-feira, com um bom jantar e relaxar o máximo possível antes do fim-de-semana começar.”

Marcos importantes

Por falar em Imola… Quem pode esquecer a fantástica despedida de Kenan Sofuoglu, em 2018, das SuperSport600 e da sua equipa Kawasaki Puccetti Racing que corria em casa? O turco traz grandes memórias para a Kawasaki no traçado italiano, onde tantas vitórias conquistou…

Decorria o terceiro ano do recém criado campeonato do mundo de SuperSport300 quando a piloto espanhola Ana Carrasco conseguia a primeira vitória em Imola para a Kawasaki Ninja 400. Nesse mesmo ano, 2018, Carrasco sagrou-se mesmo campeão do mundo de SSP300.

E que vitória nessa corrida! Carrasco dominou por completo o fim-de-semana. “Creio que essa corrida foi uma das mais perfeitas que fizemos,” recorda a piloto. “De corrida para corrida estava-mos mais fortes nos treinos e em Imola fui a mais rápida. O segredo foi estar um segundo à frente na primeira volta. Mais de um segundo de vantagem significa que estás confortável para liderar e ganhar mais tempo. Depois da terceira ou quarta volta, o Robert Schotman e outro piloto caíram quando tentavam chegar ao pé de mim, cerca de três segundos atrás. Quando caíram, aumentei a margem para sete ou oito segundos para o grupo que ficou atrás de mim. Essa queda foi a chave para conseguir vencer com uma margem de 14 segundos.”

Para Ana, que se tornou na primeira mulher a vencer um campeonato da FIM, essa vitória tão categórica ainda não está bem clara na sua cabeça: “Não sei porque fui tão rápida nessa corrida, até porque esse é um circuito onde normalmente tenho alguma dificuldade em encaixar. Mas, desde o primeiro dia que fui muito rápida e tudo saia naturalmente. A moto estava a funcionar muito bem e por isso, ano após ano, desfrutava mais. Nas 400 cc é muito importante ter um bom set-up para ser rápido na chicane, porque depois há uma longa recta e depois a curva oito. É muito importante sair rápido das chicanes. A Kawasaki é muito boa nesse aspecto.”

Embora o Europeu de Superstock 600 tenha sido substituído pelo Mundial SSP30, viu, no passado, cinco Kawasaki Ninja vencer em nove anos. Tudo começou em 2006 com Davide Giugliano, antes de Joshua Day (2011), Alessandro Nocco (2013), Marco Faccani (2014) e Toprak Razgatlioglu (2015). Todos eles levaram as suas Kawasaki à vitória em Imola.