A KTM AG, agora sob a liderança de Gottfried Neumeister, o seu novo CEO desde a saída de Stefan Pierer do cargo em finais de janeiro deste ano, está cada vez mais a conseguir ‘trepar’ para fora do buraco financeiro em que caiu e que culminou com um processo administrativo de insolvência.
Agora, e graças a terem conseguido reunir um valor entre os 600 e os 900 milhões de euros que necessitavam no imediato, fruto das ajudas de investidores como a Bajaj e CFMoto, bem como da entrada de capital proveniente de outros 23 novos investidores, será possível à KTM AG recomeçar a produção de motos nas instalações de Mattighofen.
Recordamos que a produção de motos reduziu drasticamente e depois parou mesmo em meados de dezembro passado, conforme se percebeu a real dimensão dos problemas na marca.
De acordo com o administrador da reestruturação, Peter Vogl, a estratégia da KTM AG será recomeçar a produção de motos na Áustria a partir de 17 de março, sendo que o plano de negócios atualizado aponta para que durante o próximo ano fiscal sejam produzidas um total de 230.000 motos.
Para recomeçar a produção na data prevista será necessário ‘gastar’ 150 milhões de euros, e neste momento procuram-se formas de garantir liquidez que permita a entrada desse dinheiro de forma rápida.
Refira-se que na proposta de reestruturação apresentada aos credores, esses mesmos credores irão ficar com um total de 30% das ações da KTM AG, sendo que essa percentagem será atingida ao longo dos próximo dois anos.
Este plano de reestruturação parece estar a ser bem acolhido pelos investidores. Aliás, Stephan Zöchling, co-proprietário da marca de sistemas de escape Remus, para além de ter sido recentemente eleito presidente da administração de supervisão da KTM AG, de acordo com meios de comunicação austríacos, já referiu que irá ele próprio investir uma ‘quantia substancial’ de vários milhões de euros nesta reestruturada KTM AG.
Pese embora já se ‘veja a luz ao fundo do túnel’, e pareça que a solução para a viabilidade da marca austríaca está encontrada, Peter Vogl lança o aviso: “Se o plano de reestruturação for rejeitado, o resultado será a falência!”.
Falta agora perceber qual será a decisão final dos credores. Essa decisão será tomada na reunião que irá acontecer a 25 de fevereiro. Neste momento será esta a data mais importante da vida da KTM AG, onde tudo se vai decidir.
Refira-se que os credores, caso aceitem o plano de reestruturação proposto viabilizando todo o processo que permita o recomeço da produção de motos, e por isso recebem 30% das ações do grupo austríaco, poderão vir a beneficiar significativamente dessa aquisição das ações.
Isto porque depois do valor de cada ação da KTM AG ter descido até valores mínimos de cerca de 8 euros a 13 de novembro do ano passado, o mercado tem reagido, e desde o fim desse mês que o valor das ações tem vindo a subir gradualmente.
Ainda que estando longe dos valores de outros tempos, nomeadamente dos quase 90 euros por ação atingidos em 2022, cada ação da KTM AG está agora a valer ligeiramente acima de 20 euros. E a tendência é de continuar a valorizar.
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