Depois do GP de Itália Marc Marquez viajou até ao Red Bull Ring, na Áustria, para rodar pela primeira vez num F1.
Antes de poder sentar-se no carro da Scuderia Toro Rosso, o piloto de MotoGP treinou num simulador. Depois teve a oportunidade de rodar algumas horas no circuito austríaco, depois de receber algumas instruções do piloto Mark Weber. A acompanhar esta experiência esteve ainda Nikki Lauda e Helmut Marko, patrão da Red Bull Motorsport.
Para Marquez foi o concretizar de um sonho. «Sempre foi o meu sonho pilotar os carros mais rápidos do Mundo. Tinha um grande respeito por eles, e nem dormi bem. No final foi uma experiência inolvidável, e um ponto alto da minha carreira.»
A experiência mostrou-lhe como rodar rápido num circuito com o F1 é tão diferente da MotoGP: «Há uma grande diferença para as MotoGP. A visibilidade limitada foi um grande desafio em particular, para começar. Sentimo-nos muito mais restritos no cockpit. As distâncias de travagem e as referências para as curvas são completamente diferentes. Um carro de F1 tem muito mais downforce, claro, o que torna muito divertida a parte mais sinuosa do circuito», explica Marquez.
Poderá estar a competição automóvel no futuro de Marquez? «O meu foco para os próximos anos está totalmente nas MotoGP. Faço parte de uma equipa fantástica, e estou totalmente motivado. Porém, quem sabe se a F1 não poderá ser uma ideia séria para mim daqui a alguns anos!», aventa Marquez.
«Fez as perguntas certas»
Quer Webber quer Marko ficaram impressionados com o comportamento de Marquez. «Ele estava muito calmo ao pequeno almoço. Assim que entrou no cockpit estava 100% concentrado e conseguiu uma prestação de topo em pista», explicou Mark Weber. A Formula 1 e as MotoGP são coisas completamente diferentes. Mas o Marc tornou a minha função de instrutor muito mais fácil. Fez sempre as perguntas certas e melhorou volta após volta.»
Helmut Marko acredita mesmo que voltaremos a ver Marquez num F1. «Conseguir este tipo de prestações em tão pouco tempo diz muito sobre o seu imenso talento. Nos próximos anos ele vai bater mais alguns recordes em MotoGP. Talvez depois disso a F1 seja uma possibilidade. Ate hoje apenas um par de talentos excepcionais como John Surtees conseguiram ser competitivos em ambas as modalidades. O Marc tem o que é preciso. Hoje não foi decididamente a última vez que o vimos sentado num F1».
Outros pilotos testaram F1 no passado
Antes de Marc Marquez outros pilotos de MotoGP tiveram oportunidade de experimentar um carro de F1. Valentino Rossi fez correr rios de tinta depois de rodar em várias ocasiões no Ferrari, entre 2004 e 2010, em vários circuitos. Chegou mesmo a participar nos testes colectivos de Inverno em Valência. Deixou tão boas impressões que Luca di Montezemolo, o patrão da Ferrari disse estava disposto a recebê-lo na equipa de F1. E durante algum tempo falou-se mesmo na possibilidade de Rossi trocar as duas pelas quatro rodas, mas nunca aconteceu.
Mas antes de Rossi, foi outro campeão das duas rodas quem teve oportunidade de rodar num F1. Mick Doohan rodou num Williams no Circuito da Catalunha em 1998, mas as coisas não correram muito bem ao australiano. O penta-campeão mundial de 500 cc acabou por despistar-se e bater contra uma barreira de protecção. Não foi uma questão de se baralhar por ter quatro em vez de duas rodas. No mesmo dia ao campeão mundial de ralis Tommi Mäkinen aconteceu-lhe exactamente a mesma coisa.
Muito mais tarde, em 2016, Jorge Lorenzo teve oportunidade de conduzir o Mercedes AMG F1.
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